segunda-feira, fevereiro 21, 2005

O que rolou na semana

Os jornais já espalham aos 4 ventos: renda da agricultura corre risco. E como corre. Penso e tremo: o Brasil não está pronto, não está preparado para uma queda na renda gerada pela agricultura. Porquê, caso isso ocorra, a economia vai direta e reta para um buraco. Um buracão, do qual Severino nenhum irá retirá-la.

Nesses dias de Paraná fico longe do noticiário. O acesso à internet priorizo para as coisas realmente importantes: entrou dinheiro na conta? E o futebol, claro. O resto é secundário, terciário, quaternário. Nada li, pouco soube do assunto da semana, o casamento sem papel de Ronaldo e Daniela.

Quando vi fotos e li sobre a campanha eleitoral para a presidência da Câmara, travei. Esse país é, definitivamente, muito esquisito, muito estranho, muito surreal, pra dizer o mínimo dos mínimos. Como é possível fazer uma verdadeira campanha eleitoral, com cartazes, panfletos, brindes, o escambau, para um colégio eleitoral composto por 513 pessoas, colocadas juntas, ao mesmo tempo, numa só cidade, num só prédio? O que justifica isso? Melhor não pensar a respeito. Não antes, pelo menos, de um bom anti-nauseante. Alguém pode me receitar um?

Bom, alfim e ao cabo, o ruim ficou melhor que o péssimo. Esse Severino, que ganhou às custas da vendetta e da promessa de maiores salários e mais verbas, não chega a ser tão ruim como ter o terceiro cargo da República nas mãos de alguém que foi defenestrado de um cargo de confiança por “quebra de confiança”.

A freira brasileira, nascida nos Estados Unidos, foi assassinada no Pará. Um crime hediondo, na acepção da palavra. No início do século XXI reproduzimos em alguns pontos da Terra de Vera Cruz, o cenário e as ações acontecidas em outras nações lá pelos séculos XVI, XVII. Esse é o tamanho do nosso atraso: com otimismo, dois ou três séculos. E ainda tá cheio de gente que critica, em alto e bom som, as democracias americana e inglesa. Só chorando, porquê pra dar risada... não dá, simplesmente não dá.


É necessário dizer que, embora Severino e Irmã Dorothy tenham ocupado as manchetes principais, o tema da semana entre o populacho tupiniquim foi o casamento sem papel?
Esse é o Brasil. E o Brasil somos nós, que ninguém se iluda. Estou com saudades do fim do governo Zé Ribamar e começo do governo Fernando Afonso. Bem ou mal, a gente acreditava num futuro melhor. Depois, a gente acreditava só num futuro. Puxa vida, quero, pelo menos, meu futuro de volta.

2 comentários:

Anônimo disse...

Sabe Emerson, ontem vendo um pouco da entrevista do Deputado, agora presidente da casa, Severino na Band e alguns momentos da TV Câmara, fiquei imaginando o quão grandes são os interesses pessoais que impera naquele lugar.

Emerson disse...

Ô, companheiro, o que é isso? Naturalmente são os grandes interesses dos nobres companheiros parlamentares pelo bem-estar e felicidade do país e do nosso povo. Isso se me afigura patente, patentíssimo, comprovadíssimo. :o)