sexta-feira, outubro 05, 2012

Last Resort... or the unthinkable



O segundo episódio já foi ao ar nessa semana, por enquanto só nos Estados Unidos.

O USS Colorado, submarino nuclear com 18 mísseis Trident em seus silos, é a estrela por trás das ações de seus tripulantes e do pessoal em terra.

Não posso falar muito a respeito para não estragar expectativas, mas essa série tem tudo para ser fantástica. É um pouco aterrorizante, o que é bom, pois há muito tempo o terror nuclear parece ter sido banido de nossas mentes, o que não é muito bom.


Talvez não por coincidência, ela vai ao ar no momento em que transcorre o 50º aniversário da Crise dos Mísseis, envolvendo Estados Unidos e União Soviética, Kennedy e Krushev. No meio, perdidos e tratados como joguete, Cuba e Fidel, para imensa raiva do dirigente cubano, que não queria esse papel... ignorando que nunca teria outro papel que não fosse esse.
Como o próprio Kennedy reconheceu, o mundo esteve às portas de uma guerra nuclear. Não teria sido o fim da humanidade, mas estaríamos hoje em uma situação econômica global catastrófica, com pequenos governos ditatoriais por toda parte, pouco comércio e mínimo intercâmbio de pessoas e ideias. Que, como de hábito, seriam severamente punidas se não estivessem de acordo com o dono do poder local.



Voltando à série: para quem assistir, recomendo a máxima atenção num diálogo entre o capitão e seu imediato, pouco depois de iniciado o episódio, quando Ronald Reagan é citado. Ela é a chave para entender uma ação extrema do capitão do USS Colorado.

terça-feira, outubro 02, 2012

Um filme que vale a pena




Salmon fishing in the Yemen” – esse é o nome do filme, cujo título em português ficou como “Amor impossível”... É, fala sério, ?



“Salmon fishing” tem muitas qualidades. A história de amor, que existe, sim, se dá em torno de uma história maior, mais envolvente, diferente do habitual. Os árabes, nesse caso iemenitas, são retratados de forma mais natural, mais realista e nada maniqueísta. O sheik não é anedótico, embora miliardário, longe disso. É uma pessoa que tem uma visão para seu povo e seu país. Mas o filme não cai no panfletismo, muito pelo contrário, thank’s God.



E há o humor britânico, delicioso, principalmente quando colocado na boca e nas expressões de uma atriz como Kristin Scott Thomas, com um papel marcante, como assessora de imprensa do primeiro-ministro britânico, embora com poucas aparições. Os burocratas de Sua Majestade maquinam, maquinam e arrancam risadas, talvez amarelas, já que as maquinações são muito realistas.

O par central é formado por Ewan McGregor e Emily Blunt, de quem gosto cada vez mais. Completa o elenco central o ótimo Amr Waked no papel do Sheikh Muhammaed.


Estou com uma dúvida: será mesmo que dá para ter salmões em pleno Yemen? Não só em açudes, mas nos rios, migrando e desovando? Assistam e depois me contem e não se limitem aos peixes, pois o filme oferece muito mais para pensarmos, sem que isso seja forçado ou no maldito tom didático, com cara de cartilha, tão comum entre o pessoal que gosta de “passar mensagens”.

Mesmo dando o que pensar, “Salmon fishing” é diversão da melhor qualidade.