segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Até que enfim!


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Essa simpática jovem vaca, corpo claro e cara preta, é a Feiticeira.

Chegou em dezembro, numa troca com a Ally, a chifruda. A expectativa, e a barriga,
indicavam seu parto para o Ano Novo.

Pois bem, o Carnaval passou e nada da Feiticeira parir. E ela foi ficando enorme, roliça,
olhando de frente era impressionante. Anteontem, vi que finalmente ela começava a encher o peito ("os peito"). Hoje à tarde, o Ismael contou que ela pariu de ontem pra hoje, uma fêmea como eu torcia.

Filha da Feiticeira, claro está que seu nome é Maga. Maga do Macaúbas. Parece que nasceu grande, bem grande, o que não é de admirar pela barriga da mãe.

De vez em quando o telefone traz boas notícias.

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Lofantera, finalmente, a FLOR!


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Finalmente, eis a flor da lofantera da Amazônia!

Já pensaram se, em vez de amarela, fosse vermelha?

Lofanteras estariam plantadas por todo o Brasil. :o)

O que não seria ruim, exceto por ficar muito do mesmo.
Estamos aprendendo que é melhor pouco de muito.

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Trevas

As mesmas trevas que imperaram no século XX em muitos países, inclusive nessa república tupiniquim, continuam presentes e fortes em pleno século XXI.



Ano: 1973.

Local: São Paulo.

Situação: auge do governo Médici, general de plantão no comando da nação. Estudantes, operários, intelectuais, jornalistas presos por crimes de opinião. Não falo dos que estavam presos por participarem de movimentos armados contra o regime, vejam bem. Refiro-me aos presos por discordarem e manifestarem suas opiniões. Nessa altura, muitos já tinham deixado o país.

Ação: um estudante secundarista (atrasado, atrasado... e ainda por cima numa escola tipo supletivo) começa a fazer um mural em sua escola, no comecinho de março, no comecinho das aulas. Um jornal mural.

Ok, em 73 computador era um troço gigantesco, que ficava em salas ultrarefrigeradas, operados por uns carinhas esquisitos que ganhavam uma puta grana e falavam em cobol, assembler e outras coisas estranhas. O grande inimigo das ditaduras era o mimeógrafo. Acho que a maioria agora nem sabe o que é, o que era isso. Um jornal mural, à época, talvez fosse algo equivalente a um blog hoje. Ou, se não, com alguns pontos de semelhança.

A direção da escola perseguiu o mural. Retirou-o da parede. Os alunos, milagre, protestaram, exigiram, o mural voltou. A direção exigiu ver os artigos antes. Censura, jamais! Já bastava a censura acampada no Estadão, o único a gozar de tal privilégio, o jornal da resistência democrática contra a ditadura. A direção da escola, uma vez mais, foi derrotada. O Jornal Mural seguiu avante.

Eu segui avante e o ódio que eu tinha por ditaduras e censuras só ficou maior.


Ano: 2005

Local: Irã

Situação: a ditadura teocrática dos aiatolás ignora a liberdade de imprensa, ignora direitos fundamentais a todo ser humano, como a livre expressão de seus pensamentos e a discussão sobre seus próprios destinos.

Ação: Arash Sigarshi, jornalista, manteve um blog por três anos, discutindo cultura e política, denunciando arbitrariedades. Como a prisão de outros jornalistas e blogueiros. Dia 17 de janeiro ele foi preso. Terça-feira da semana passada, foi condenado a 14 anos de prisão.

Seu crime (é bom enfatizar): lutar, através do blog, pela liberdade de informação e discussão.

Abaixo a repressão!

Viva a liberdade!

Fora com a religião do poder!

Qualquer religião!

Democracia, sim!
Teocracia, não!


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sábado, fevereiro 26, 2005

Acupuntura, shiatsu, bom fim de semana

A tendinite atacou pesado. Me deixou sem poder fazer muitas coisas, inclusive blogar.

Salvou-me Yoshikawa-san, uma vez mais. Agulhas, calor, eletricidade e pontas de dedos.

Recomendo. Nada de anti-inflamatórios, vai que um deles não é o novo Vioxx, basta a massagem e basta meia dúzia de agulhas.

Bom fim de semana pra todo mundo.

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Juruena


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Gosto dos rios do cerrado mais do que gosto dos rios amazônicos.
No cerrado, as águas ora correm e soam estrepitosas, ora deslizam e
murmurejam.
As águas não são claras ou limpas, são cristalinas.
Rios em que a gente vê as pedras no fundo e peixes passeando.

As matas das margens não sufocam e escondem.
São mais francas, mais abertas, tem sempre uma palmeira,
silhueta e forma pura,
se destacando e dizendo que estou em casa.


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sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Enchentes & Memórias de São Paulo

O tempo passa, algumas coisas até mudam para melhor, poucas, infelizmente, pois a maioria, todavia, muda mesmo é para pior.

Há dois anos a cidade de São Paulo era tomada por uma chuva forte. O túnel do Anhangabaú ficou cheio d’água. Carros boiaram nas águas bravias, pessoas foram resgatadas de barco, em pleno centro da maior e mais importante cidade de LatinoAmerica. E de todo o hemisfério sul desse planetinha.

Naquele momento, escrevi esse texto.

“Memórias e vivências paulistanas

Livre pensar é só pensar mesmo. O fluxo de pensamentos vem a esmo, incontrolável, onde se misturam minotauros, hárpias e paisagens, vacas e centauros, delírios vespertinos numa Paulicéia que já foi desvairada e hoje é só desafortunada. O tudo que poderia ser e o nada que é comparado ao que poderia, o muito que é comparado ao nada que deveria existir, opostos que se encontram, convivem e um anula ao outro, mas o nada que não deveria anula o tudo que precisaria ser. Tristeza.

Muita água, como se abrissem as comportas de Itaipu e as águas do Paraná descessem velozmente no rumo do Prata. Carros de cambulhada se chocando e se amontoando, uns sobre os outros, como o gado na boca do matadouro, desesperado para não entrar, antevendo o final trágico, sonhando com pastagens verdes e rotina tranqüila. Aí, o pessoal sai do ônibus ilhado, embaixo de chuva, em meio às águas, sobe pelas janelas, alpinismo urbano moderno, esporte radical da estação, podia virar esporte olímpico, e do teto do ônibus cruza as águas sobre uma escada deitada, equilibristas dum circo molhado e louco, lunático, impensável. Em meio ao vermelho marrom amarelo-sujo das águas velozes, onde coisas escuras bóiam e descem ao sabor da correnteza, homens de capas amarelas puxam e empurram um barco, num papel inverso, de acordo com a loucura dessa cidade abandonada. Outras pessoas embarcam, saem dum carro que virou aquário de águas sujas e revoltas e sobem no barco, sem remos e sem motor, os homens puxando e empurrando, cortando a correnteza célere, traiçoeira.

Enquanto as torres desabavam em Nova York as pessoas corriam, a vida imitando a arte cinematográfica catastrófica, escombros voando, nuvens escuras deixando o chão em direção ao céu. Aqui somos menos espetaculares e mais molhados. O carro ficou atrás, montado sobre outro, imitação pobre e ridícula duma cópula bovina, e o engravatado baixo executivo caminha sem sapatos em meio às águas revoltas, e sempre sujas, em busca de um abrigo improvável, nada mais improvável que um abrigo fora do nosso carro, nossa fortaleza, nosso transporte, nossa extensão, nosso membro permanente. A qualquer momento, como um touro insatisfeito, o carro acotovelado podia deixar o alto e descer para as águas, o chão perdido, escondido, e deslizar corrente abaixo em busca de seu executivo, atropelável indefeso fora e longe da couraça protetora de plástico, metal e vidro.

Ruas paulistanas ...

Há muito tempo atrás queria conhecer tudo dessa cidade, norte a sul, leste a oeste. Subia num ônibus e ia embora, cortando ruas e avenidas, bairros, vilas e jardins. De um ponto a outro, era só descer, tomar um guaraná com o dinheiro contado, fosse lá ficar perdido num fim de mundo qualquer a duas ou mais horas de ônibus da minha casa. A volta era no mesmo banco, às vezes do mesmo ônibus. Via melhor o que só entrevira na ida, vislumbres ganhavam novos contornos. E os contornos firmes da ida, agora familiares, viravam vislumbres no sentido contrário. A vida era tranqüila, na bolsa a tiracolo, moda hippie que os meninos da periferia, pobres e nada chiques, podiam usar sem medo de parecerem hippies ou boiolas, embora o termo certo naquela época fosse viado, suprema ofensa. Na verdade, para nós que não éramos chiques e enturmados, um e outro era a mesma coisa. A bolsa foi um grande acréscimo. Três ou quatro livros davam peso, volume e me faziam ter um ar de importância, um ar de intelectual metido a besta querendo ser humilde. Eu ficava importante. Naquela época eu acreditava que intelectual fosse importante. Fosse um ser importante. Com o tempo descobri que não, tudo isso nada mais era que uma coleção de abobrinhas, abóboras e bobagens, mas enquanto acreditei, sonhei em ser, também, um intelectual.

O ônibus era o melhor lugar de leitura que existia. Nada se comparava. Num banco, do lado esquerdo, com certeza, tramei e planejei a derrubada do regime militar. Muitas vezes. Sonhei com o socialismo. Aprendi a ser um marxista de livro. Aí, passei a querer ser um marxista-leninista de ação. Não cheguei a tanto, passei perto mas não cheguei lá. Que bom. A revolução perdeu um lutador que se achava implacável. E, podem não acreditar, mas o ônibus representava segurança. Não que as ruas não fossem seguras, até eram, mas os ônibus sempre eram mais seguros. Acredite se quiser.

Mudaram as ruas de São Paulo. Mudaram os bairros. Mudaram os habitantes. Tudo mudou em São Paulo e de São Paulo, até a garoa, que foi-se embora para lugares mais garoáveis, menos asfaltados, menos concretados.

Os novos paulistanos nascem cercados, vivem cercados. Por baixo, o asfalto. Dos lados, o concreto. Por cima, o cinza-poluição, pesado, denso, carregado. Écrans ocupam os cantos e paredes, martelando sempre a mesma mensagem, ocupando nichos cerebrais aos borbotões, como a água que escapa dos córregos e ocupa as ruas. E, por dentro, dentro de cada ser, o mesmo asfalto, o mesmo concreto, o mesmo cinza, recobrindo corações e mentes. Dura vida paulistana. Triste vida paulistana.


14 e 16 de fevereiro de 2002 – estação das chuvas, estação das enchentes”

Nessa semana, com a cidade já sob nova administração, a chuva voltou a cair pouca coisa acima do normal. E deu nisso:


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Minhas figuras\enchente em sp.jpg Posted by Hello


Não vou escrever a respeito. Não há porquê.

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terça-feira, fevereiro 22, 2005

Vista


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Uma janela com vista.
Nem parecia ter vista
À primeira vista.
Que vista mais feia
Essa vista que me deram.

Todavia, toda vista,
Cai a noite, vem a madrugada,
Vai-se o sono.

Insone, abro a janela.
Nada reparo,
Continua sem vista.

Sem o que fazer,
Cansado da vista da tevê,
Fotografo a vista da janela.

O olhar mágico da câmera.
De tanto usar,
Esqueci que ele existia.
Minha janela tem vista.

E que vista tem essa janela!


(Catedral Metropolitana de Londrina, vista parcial à direita. De quem olha a vista.)

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Soja no Paraná


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Soja no Paraná...

Lavoura, matinha, cidade.
Lavoura, matinha, cidade.

A gente percorre quilômetros e quilômetros,
só muda a cara
e o tamanho da cidade.

Cidadona, cidadinha, cidade...

(Se bobear, rapidinho vem alguém com cidadania...
No, thank you, I don't speak Portuguese.)

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Depois da alta, a baixa... – parte III - final


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Depois da alta, a baixa... – parte III - final

Dizem que desgraça pouca é bobagem. Deve ser, mesmo. Choveu muito em parte da safra. O mato cresceu mais rápido do que funcionou o controle com os herbicidas. Choveu pouco ou nada nos momentos cruciais de enchimento das vagens. Penetro em uma lavoura linda, folhas fortemente coloridas de verde, verde-bandeira-intenso. Bonito de ver. O vento balança as folhas, criando um balé suave e refrescante. Agachado, abro os braços, separo as plantas ao meu redor, deixo a luz penetrar e chegar ao chão. Muitas vagens, poucos grãos. Bonitinha mas ordinária. Só recorrendo a Nelson Rodrigues pra nomear, como se deve, essa lavoura. Que de engraçadinha nada tem.

Vamos gravar numa lavoura próxima a Palotina. Bonita lavoura, tanto a que está em colheita como a que se encontra ainda verde. O bom de andar por essas terras de soja no Brasil é que a gente, definitivamente, não vê erosão. Nada, pelo menos, significativo. E isso é muito bom. Pena, porém, que as matas na quase totalidade se foram. Sim, como eu disse sempre há uma aqui e outra ali, o que é melhor que nada, naturalmente. Mas dá pra sentir falta das velhas e majestosas matas da Bacia do Paraná.

Encontramos com o Juliano, filho do proprietário. Aqui, como nas outras regiões agrícolas, não tem moleza. Pega-se no serviço pesado desde cedo. Fazendas produtivas não são bons lugares para mauricinhos. Caminhamos pela soja seca, cheia de vagens. Se não fossem alguns problemas climáticos, essa lavoura iria ter a fantástica produtividade de 75 sacas por hectare! Quase o dobro da média americana. Na parte já colhida, e a cooperativa comprova, a média foi de 70 sacas por hectare. Ao contrário do Mato Grosso, aqui os talhões maiores tem 15, quando muito 20 hectares. Área assim no Mato Grosso o pessoal usa para manobrar máquinas! (Brincadeira, nem tanto.)

Com tamanha produtividade eles vão ganhar mais ou menos. Mas esse número é perigoso e enganador, pois refere-se à melhor soja da fazenda, à que menos sofreu com o clima. No final, a média geral vai ficar ao redor de umas 55 a 58 sacas. Bom também, mas com um forte aumento nos custos, que, possivelmente, vão romper a barreira das 40 sacas por hectare. Considerando os investimentos já realizados, e que precisam ser pagos, um resultado meio perigoso. É bom que a safra 2005/2006 seja bem melhor. Já que o clima atrapalhou por aqui, é torcer para atrapalhar lá no norte, nas Grandes Planícies, na região dos Grandes Lagos, enfim, por toda onde se planta soja nos Estados Unidos.

Há uma velha frase, título de uma peça igualmente velha: Brasileiro, profissão esperança. Verdade verdadeira, essa é a profissão ontem, hoje, amanhã e sempre, de quem planta e cria.

Esperança.

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Depois da alta, a baixa... – parte II


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Depois da alta, a baixa... – parte II

Cinqüenta e quatro é um número que deixa todo sojicultor saudoso. É o preço que a saca de soja atingiu no ano passado. Preço louco, é claro. Caro demais. Tão caro que ninguém suportaria pagá-lo por muito tempo. E ficam todos saudosos porquê, nessas manhãs paranaenses, a primeira coisa que vemos ao entrar nas cooperativas é o preço da soja. Os números são quase imutáveis: vinte e seis, vinte e sete, vinte e seis e cinqüenta. A metade, ou menos, do belo e sonoro cinqüenta e quatro de dois mil e quatro.

O problema com o vinte e sete ou seis não reside neles, propriamente, e sim nos custos para produzir uma saca de soja e no câmbio do real forte. Mas claro que o baixo preço da commodity atrapalha.

Vamos lá: a soja caiu de preço no mercado internacional. Por causa do aumento na safra americana. Por causa dos seguidos aumentos nas safras sul-americanas, no Brasil, Argentina, Paraguai, Bolívia. Todo mundo planta soja, o mercado internacional fica abastecido, entra em ação uma faceta cruel da lei da oferta e da procura. Grande oferta, baixo preço. Bom pra quem consome, péssimo pra quem produz. Nós, tupiniquins, somos produtores. A China – lembram dela e da devolução de alguns carregamentos até que o governo tupiniquim cedeu e acomodou tudo ao gosto chinês? – é consumidora. Ótimo pra ela.

Os custos de produção da soja são estabelecidos em dólares. Os insumos aumentam conforme o câmbio varia pra cima. Ou seja, à medida que o dólar sobe, os preços dos insumos usados na produção da soja sobem também. Quando o dólar cai, ou despenca, os preços dos insumos permanecem quietinhos onde chegaram. Às vezes, mas só às vezes, fazem um ligeiro movimento de acomodamento para baixo. Todo mundo fica feliz e enganado. E a vida segue. Mais cara.

Outro problema do câmbio: nos últimos doze meses, o real foi a moeda que mais se valorizou no mundo. Com isso, tudo que produzimos ficou mais caro pra vender lá fora. No caso de uma commodity como a soja, com seu preço balizado por Chicago, além da queda no preço de cada saca, há também a menor entrada de reais para cada dólar recebido.

Cruel combinação. Mais reais para produzir, menos dólares por saca, menos reais por dólar. Estão todos com saudades dos cinqüenta e quatro.

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Depois da alta, a baixa... – parte I


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Depois da alta, a baixa... – parte I


Por aqui tem muita soja. Mas há, também, muito milho no meio. Milharais bonitos, compactos, cores fortes, principalmente o verde das folhas. Uma nova categoria: verde intenso. A lavoura, em muitos casos, encosta no asfalto, a bem dizer. Em alguns locais, onde o leito da estrada está rebaixado, passamos sentados com os olhos no nível das raízes das plantas, e me pergunto como o trator com a plantadeira chegou tão junto e não tombou no asfalto. A cabeça faz os cortes, cinematograficamente, e essa imagem se junta às anteriores, onde uma posição mais alta nos dá uma visão de conjunto do milharal.

Com a nova velha onda dos cinemas – os grandes filmes de época, os épicos – é inevitável fazer uma comparação. Nos filmes, milhares de soldados armados de espadas, lanças e escudos se enfrentam em blocos compactos, movendo-se de forma coesa e precisa, numa visão organizada e metódica da guerra, que é, por definição e por prática, a antítese de qualquer organização. Guerra é caos, exceto nas cabeças dos estrategistas. Por aqui, os blocos de milho, altos e armados com as lanças dos pendões, com as espigas como espadas curtas na cintura, não vão se mover e atacar os verdes blocos de soja, mais miúda, mas não menos impressionante. Simplesmente ficam ali, encarando-se e mudando de colorido e mudando toda a paisagem conforme se aproximam as colheitas de um e de outro.
Pequenas matas se sucedem. Distanciadas, isoladas, entre os blocos de lavoura, mas é sempre alguma coisa, sempre um respiro. Saindo de Foz do Iguaçu no rumo de Cascavel, e de Cascavel no rumo de Maringá, muitas araucárias. Remanescentes, sobreviventes, soberanas em seu isolamento na paisagem. Sempre acho a araucária uma árvore nobre. Besteira, claro, de uma mente colonizada e influenciada por noções de nobreza e plebe. E besteira, também, pensar e escrever sobre isso. Basta o prazer de olhar para as araucárias. E comer alguns pinhões nas festas juninas.

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Uma vista mais próxima


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Os antigos desciam e depois subiam...
Um dia caminhando pra chegar à água
E voltar pra estrada no alto da montanha.

Agora, não, basta um segundo de zoom.
E mais um.
A gente vai e volta e nem sai do lugar.

Cascata na serra

Uma viagem deve servir para aguçar os olhos.
Isso talvez seja mais importante que a própria chegada ao destino.
Faz parte do viajar, faz parte do sentir o caminho.


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Tudo muda conforme muda o tempo, conforme se sucedem as estações.
Como essa cachoeira. Ou queda-d’água.
Agora está cheia, gorda de tanta água.
Logo mais, em meses, será apenas um filete prateado em meio ao verde.
Um fiozinho d’água perdido no meio de viagens insensíveis.

Lofantera... mais uma


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Essa foto já tem mais de um ano. Mas é boa porque dá uma boa visão da planta,
sua arquitetura, e como fica carregada de cachos de flores.

Nódulos na soja... benignos


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Espero que dê para ver as bolinhas nas raízes da soja. (Sim, isso é um pé de soja arrancado do solo.)

Essas bolinhas, ou nódulos, contêm nitrogênio - N. Esse precioso elemento - o adubo usado em maior quantidade nas lavouras, fundamental para o crescimento das plantas - é extraído do ar por bactérias do gênero Rhyzobium. Elas vivem em simbiose nas raízes das leguminosas. Sua ação é extremamente benéfica não só para a soja, mas para todas as outras plantas que vêm depois da soja e encontram o solo enriquecido por N.

Por essa, e por outras, a soja é uma rainha, de fato.

Boa parte dos fertilizantes nitrogenados são produzidos a partir do petróleo. Dá para imaginar o que isso significa, né? Em termos econômicos e ambientais.

Raí, finalmente


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Ufa, demorou mas aí está a figurinha: Raí. Zoiudo e oreiudo, mas bem bonitinho. Não temos muitos ratos no sítio, mas, em compensação, há montes de pardais. Sinceramente, não sei o que eles pretendem ali, no meio do mato, lugar de tico-tico, corruíra, chopim-do-brejo, tiziu, papa-capins diversos, coleiras, sabiás-poca e laranjeira, tesourinhas e muitos outros. Os pardais tomaram conta da casa e das varandas. Vamos ter de arrumar um jeito de expulsá-los. Enquanto isso não acontece, a Sophia se alimenta bem à base de pardais. É uma caçadora emérita. E, pelo jeito, o Raí não vai negar o sangue. Enfim, eles que são bichos que se entendam. Comida não lhes falta, se gostam de pardais, paciência.

Ah, sim, lá pra trás, nesse blog, tem um texto sobre a figurinha aí de cima.

O cacho da lofantera


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Nesse cacho, a quase totalidade das flores ainda não abriram.
Fico devendo uma foto em close de uma flor, muito pequena, já aberta.

As flores da lofantera


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Essa lofantera é uma das 6 que plantei há 4 anos. Todas pegaram bem e se desenvolveram.
Uma em cada par foi melhor que a outra.
Essa, mostrada por inteiro no post anterior, está na entrada do sítio, tendo outra do outro lado da porteira.

Lofantera da Amazônia


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Essa simpática árvore é a lofantera da Amazônia. O nome é feio, mas a árvore é bonita.
É nativa do médio Tapajós, da mata firme e seca. Se dá bem em Santa Rita do Passa Quatro, apesar de nosso inverno meio brabo, por vezes.

Suas flores são pequenas, abertas tem uma forma que lembra uma estrela (felizmente,
são amarelas... hehehe), e vêm agrupadas em grandes cachos, como pode ser visto
no próximo post.

Essa árvore da foto não é uma das mais bonitas do sítio. Mas serve pra dar uma idéia. Ela vai crescer mais um bocado e atingir o triplo desse tamanho, chegando aos 10 metros de altura, pelo menos.

Dolce vitta


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Sophia descansa... A barriga cheia, a cesta aconchegante, Raí mamando dormindo. Ou vice-versa. Sim, a vida é boa.

O sertão, imenso


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A imensidão atrai e repele.
Não é pra qualquer um.
Ou, é pra todos,
mas poucos ficam à vontade.
A imensidão apequena e esmaga.

Sua Majestade, a Rainha Soja


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Pra quem ainda não teve o prazer de ver...

Cores e Sombras


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Promessa de chuva no céu,
poeira pouca no chão,
coberto por plantas que já foram vivas,
picadas e secas,
prontas a proteger a vida que virá.

O grande Noroeste do Mato Grosso em tempo de colheita.

Dança com beijo


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O dia inteiro as colheitadeiras se aproximam. Seu par, o caminhão, ora está parado, ora em movimento, quando então, ele busca a parceira de dança. A passagem da soja de uma para o outro é como um beijo... E o homem é apenas um observador.

Como um abraço


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Parece que ele abraça a soja... De repente, quem sabe?

Começou!


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Nesse dia, alinharam 32 colheitadeiras para a gente gravar. Normalmente não é assim, claro. Para uma área como essa, vão de 8 a 10 máquinas, que começam em diferentes pontos do talhão. Não importa, cinema é ilusão, também. E que foi bonito, ah, isso foi!

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Quase pronta para a colheita


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É sempre uma visão bonita, a lavoura de soja já madura, as folhas amareladas começando a cair.Em horas ou um dia ou dois, as máquinas entrarão aqui... Essa é uma bonita soja, promessa de colheita abundante. Em nenhum outro lugar do mundo se produz tanto e tão bem como nesses campos do Mato Grosso.