quarta-feira, fevereiro 09, 2005

Carnaval no campo e na roça - I

Como está na descrição do blog, por aqui as coisas são do campo quando simpáticas, gostosas, idílicas, pastorais. E são da roça mesmo quando simplesmente normais. Ou seja, quase sempre. Então, vamos ao Carnaval.

Saí de São Paulo sábado cedo e tinha pressa em chegar. Problemas a serem solucionados me esperavam. Um dos rapazes concluiu que não dava mais para trabalhar com o outro e achou melhor pedir as contas. E foi justamente o novo contratado, que foi pro sítio pra cuidar, prioritariamente, das vacas e do leite.

Ultimamente tenho ido direto pela Anhanguera e pelo acesso para Santa Rita, porquê a estradinha do Brejão, tão bonita e gostosa, está abandonada pela prefeitura de Porto Ferreira. Além dessas vantagens subjetivas, ela apresenta uma objetiva: encurta a distância em 9 km. E foi pensando nesses quilômetros a menos e em ganhar alguns minutos, pois precisava, ainda, comprar farelos diversos pra fazer ração, que enveredei por ela.

Ao longo do trajeto os sinais claros, inequívocos e molhados de muita, muita chuva. Mas, até aí morreu o neves. Se é ruim ter sítio na beira do asfalto, é ótimo ter sítio na beira do asfalto. Claro, a gente chega independente do tempo. Cruzei a grande Santa Cruz da Estrela, distrito com uns dois mil habitantes, parte dos quais trabalha em Santa Rita e outra parte lá estuda. Outras partes, ainda, vão a Santa Rita por causa de médicos, hospital, farmácias, festas - porquê ninguém é de ferro, bancos, gasolina, etc. Na saída do distrito um moleque gritou: “Não passa!”. Entendi mas não dei bola. Ok, não dei bola mas fiquei preocupado, afinal, o moleque não gritaria à toa.

Dito e feito.



A estrada se fora. Pelo menos esses preciosos metros tinham ido embora, levados, arrastados, carregados pelas águas. Mas como?

Antes do como, a raiva. Claro, toda e qualquer coisa que venha de todo e qualquer governo me enraivece. Aqui não poderia ser diferente. Uma olhada básica, simples, foi o bastante para ver o óbvio: o tubulão entupira com capim e terra. Coisa simples de desentupir a cada dois ou três meses com dois homens por meia hora. Ah, tá bom, vá. Como é serviço público, uma turma de dez homens por meio dia. Mas, ainda simples.
Meia-volta, volver. Recruzei Santa Cruz da Estrela. O moleque, ao lado de outros, não gritou “Viu? Eu não disse?” Ainda bem. Virei ás esquerdas e tomei o rumo de Tambaú. Ali, retomei o rumo de Santa Rita, agora por outra rodovia. Finalmente, já em Santa Rita retomei o rumo do Sítio das Macaúbas, ao qual cheguei depois de rodar 52 km desde o fim da estrada. Como esse final imprevisto estava a 4 km do sítio, rodei “apenas” 48 km a mais.


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