domingo, julho 23, 2017

Solstícios, frio, escuridão, a luz e o calor



Entrei em casa e fui direto pra cafeteira preparar um café nessa manhã gelada. Comecei a dar as mamadeiras para os bezerros ainda no escuro... É, as barriguinhas roncam mesmo sem luz e os berros “quero leite” começam cedo.
Enquanto a cafeteira trabalha, tento digitar com os dedos endurecidos e revoltados.


Há dois dias, em 21 de julho, terminou o pior período do ano para quem vive da produção de alimentos. É o período das 60 noites mais longas do ano (e também das mais geladas, diga-se).
Dia 21 de junho foi o solstício de inverno, ou seja, a noite mais longa, o dia mais curto, a mudança de outono para inverno. Sua contrapartida, o solstício de verão, dar-se-á em 21 de dezembro, às 14h28. Será o dia mais longo do ano, o apogeu da época de crescimento das plantas e logo em seguida as colheitas. Portanto, nos 60 dias que começam em 21 de maio e terminam em 21 de julho as plantas crescem menos ou nada em função da redução do período de fotossíntese. Para nós, brasileiros do Centro e Sudeste, esse período é marcado por chuvas poucas ou inexistentes. Ou seja, as plantas deixam de ter luz, calor e água ainda por cima...



Essas datas são simbólicas e estão presentes no imaginário e na cultura de todos os povos, inclusive entre os cristãos, lembrando que nossa cultura é cristã, independentemente de crença.
Cristo nasceu, de acordo com a tradição católica, num solstício de inverno, ou seja, a noite mais longa que, no caso, foi no hemisfério norte. Depois dela, começa o “reinado da luz sobre as trevas” e será com a luz que a vida prosperará (o plantio e as colheitas, lembram do que disse acima?).


Peraí...

Pronto, café na caneca e já meio bebido...
Ah, minhas mãos e meus dedos, principalmente, dão sinais de vida... Alvíssaras!



Como dizia, já estamos no reinado em que a luz deve prevalecer, mas, aparentemente, a assessoria de Sua Excelsa Majestade, o Astro-Rei, que o vulgo conhece e chama de Sol, ainda está dormindo... Ou embriagada com os vinhos dos festejos, pois Sua Majestade mal e mal botou sua cara no horizonte e calor que é bom...
Neca de pitibiriba...


Prosaicamente falando, isso me leva a concluir que é hora de arrumar dinheiro (vou jogar na loteria) e instalar uma traquitana completa de aquecimento solar aqui em casa pra ter água quente nas torneiras. 
Uma utilidade a mais para Sua Excelsa Majestade, etc, etc...
(Tô puxando o saco dele, repararam? Sou interesseiro...)