domingo, janeiro 27, 2008

· 19:52

· Clima barra volta da Antártida de parlamentares do País

Acabei de ver na página do Estadão.

Não sei quem são os políticos e, sinceramente, não estou interessado em saber.

Também não sei quantos são, mas, infelizmente, não são todos os milhares que infernizam nossa vida e mantêm o país no século XIX, claro que com o precioso auxílio de milhões de nós mesmos. Mas isso é para outra hora.

Por enquanto, fica só essa notícia saborosa."

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Senado? Para que?


Eram dois senadores por estado, ao lado de uma Câmara com um monte de deputados.

Em 1977, numa manobra destinada a tirar poder da oposição que crescia, o governo militar criou o terceiro senador por estado. Mexeu, também, na representatividade da Câmara, fazendo com que estados mais desenvolvidos e populosos, São Paulo, principalmente, ficassem sub-representados. Foi criado o eleitor brasileiro de 2ª classe, o eleitor brasileiro que reside e vota em São Paulo, mas também no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná, embora com perdas menores.

Ao lado de tudo isso, no Brasil existe uma excrescência chamada “suplente de senador”. Geralmente é um sujeito endinheirado, que financia campanhas dos sujeitos bons de voto e, se esses morrem ou vão para alguma sinecura ainda mais interessante que a senatorial, os suplentes assumem, sem voto, sem representatividade, sem mandato legítimo, mas dotados de poder, voz e voto como qualquer outro senador. Nem sempre o suplente é um sujeito endinheirado, pode ser um parente querido, também. Aliás, é o caso presente: Edson Lobão – que não se perca pelo nome – foi indicado para assumir o Ministério das Minas e Energia. Em seu lugar, no Senado, assumirá Edson Lobão Filho.

Bom, se o pai nada entende de energia e confessa candidamente sua ignorância, o filho, por sua vez, mais com cara e jeito de playboy do que de vetusto senador da república, assumirá a cadeira do papai a bordo de acusações de sonegação, desvio de dinheiro, estelionato e falsidade ideológica. O bravo rapaz, com o luxuoso auxílio de seu tio, irmão de seu pai, transferiu uma empresa e todas as suas imensas dívidas para uma empregada doméstica, analfabeta funcional, dona do portentoso salário mensal de 380 reais e uma dívida de 5,5 milhões de reais só para bancos, fora as dívidas fiscais não anunciadas. O garotão assume, reconhece a laranjice, e dela se arrepende, dizendo que hoje não faria a mesma coisa.

Qui bunitinho! Qui gracinha, não é mesmo?

Como prova de sua honestidade e firmeza de propósitos e caráter, ele diz que não pode ser penalizado por essa dívida bancária, pois nem usufruiu do dinheiro. Coitadinho... Claro, nada disso impediu-o de continuar rico – deve ser fortuna antiga, de família, algo que remonta aos tempos de criação das capitanias hereditárias – e comprar um helicóptero. Mas não para seu deleite, apressa-se a dizer a doce figura filian, e sim para uso de mamãe em sua campanha eleitoral.

Ah, sim, mamãe é deputada federal.

Para quem não sabe, a família Lobão é do Maranhão, aquela capitania hereditária da família Sarney, e também o estado com o menor IDH do Brasil pelo menos até o ano retrasado. Confesso que não tive estômago para procurar o atual IDH maranhense.

Portanto, brasileiras e brasileiros – ops, foi maus... – meus estimados leitores, essa doce criança assume uma cadeira no senado, com papai ministro e mamãe deputada federal. No mesmo senado – melhor usar letra minúscula – que absolveu Renan Calheiros, que continua ativo e influente como se nada tivesse acontecido. O mesmo senado que não passa de um clube de velhos – em sua maior parte – amigos, algo como uma Academia Brasileira de Letras, com o agravante de custarem centenas e centenas de milhões de reais à República. Ou, melhor ainda, bilhões e bilhões de reais. Tudo isso para fazer o que?

Nada.

Nada que seja relevante.

Nada que não pudesse ser feito por uma Câmara dos Deputados atuante e composta por pessoas sérias.

Mas esperar o que de uma Câmara que, nesse ano, com boa vontade, trabalhará somente 4 meses? Ah, sim, pois o resto do tempo estará tomado por férias, recessos e a dedicação em tempo integral à campanha eleitoral, pois 2008 é ano de eleições, pois a pujante democracia brasileira, ano sim, outro não, pára o país por conta das campanhas eleitorais.

É...

Pois é, esse texto tem um cheiro ruim, tem um ranço perigoso de aversão à democracia, não tem?

Até pode ser feita tal leitura, mas não é o que eu penso. Sou radicalmente a favor da democracia e de todas as liberdades democráticas, pelas quais militei boa parte de minha vida. Porém, isso tudo que aí está provoca-me engulhos. Sendo mais direto:

Me dá nojo!

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quarta-feira, janeiro 16, 2008

Mais de um bilhão...


...quase um bilhão e meio de menções à palavra “google”. É isso que se encontra ao procurar por “google” no Google. Isso deixa uma questão bastante séria: como verificar todas essas menções? Um bilhão, quatrocentos e sessenta milhões de resultados na busca por essa palavrinha que até pouco tempo atrás era desconhecida ou mesmo inexistente.

Narcisisticamente, digitei “Emerson Gonçalves”... Olhei o resultado... Desisti. Nada menos que 840.000 resultados. Claro, descobre-se ao fazer algo tão básico que devem existir zilhões de “Emerson Gonçalves” por aí afora, a maioria deles mais produtivos socialmente do que eu, como o xará que é presidente do Rotary Sul, em Sorocaba, creio, pelo código telefônico e menções à cidade em outras páginas. Outro xará é pesquisador de peso e respeito na área de madeiras, com vários trabalhos publicados, currículo no Lattes e tal e coisa.

Eu, hein?

Bom, minha gente, continuei dando vazão à minha veia “narciso” e digitei “sítio macaúbas”, sem o “das” para não cansar o buscador do Google. Bom, agora a coisa começou a ficar mais civilizada e apareceram tão somente 16.200 resultados. Na primeira página, várias menções ao meu Sítio das Macaúbas, dos diversos posts desse blog falando da terrinha. Mas, eis que sou surpreeendido por um relato de estranho caso envolvendo uma vaca leiteira no Sítio Macaúbas do Sr. Cícero, em Arceburgo, Minas Gerais.

Resumidamente, a vaca apareceu sem as orelhas, decepadas de forma misteriosa durante a noite. Mais mistério: os cortes estavam fechados, cauterizados, e sem isso a vaca teria morrido de hemorragia, pois as orelhas são muito vascularizadas e o sangue simplesmente esguicharia pelos cortes. Um veterinário foi chamado, examinou, achou tudo estranhíssimo, passou uns anti-inflamatórios e antibióticos e a vaca voltou pro pasto, onde viveu mais um bom tempo, inclusive parindo, até ir para o corte.

Ninguém conseguiu explicar o mistério dos cortes cauterizados.

Findo o relato, olhei com mais atenção o site no qual o mesmo estava, inclusive com fotos do sítio, do veterinário, do Sr. Cícero e da heroína do “causo”, a vaca “desorelhada”, e descobri que estava no CUB – Centro Ufologia Brasileiro – e justamente na seção de casos aqui ocorridos. Aliás, está tudo ali para quem quiser conferir e ver as fotos.

Voltei ao Google. Antes de sair das muitas páginas macaubenses, olhei um pouco mais adiante e encontrei menção ao sítio em meu antigo blog – Pykaretagens & Cia. Curioso, fui lá rever o passado e encontrei umas coisas escritas que me agradaram. Ainda bem.

Como dizia, voltei ao Google, pensei, pensei, pensei e digitei um monte de coisas, mas aí já tinha perdido a graça.

Graça que começou com o It Crowd de ontem. Para quem não conhece, é uma sitcom inglesa simplesmente hilariante. Dizem, e por motivos desconhecidos eu acredito, que o Bill Gates assiste e gosta muito. Para começo de conversa, é inglesa. Portanto, já sai na frente com alguns corpos de vantagem. E ela retrata, bom, não vou usar adjetivos, pois eu sou um it-dependente e não posso ficar mal com a rapaziada da área. Só vou dizer que ela retrata de forma muito divertida o povo de information technology das grandes corporações. Ontem, a chefe do departamento, uma figura absolutamente ignorante do assunto, cujo único conhecimento da área limita-se a saber mandar e-mails, caiu numa brincadeira de seus subordinados nerds e disse na reunião de todos os chefes de departamento da corporação que ninguém podia pesquisar “google” no Google. Se alguém fizesse isso, travaria a internet em todo o mundo. Contando assim não tem graça, mas a cena toda foi divertidíssima. E hoje cedo, uma das primeiras coisas que fiz foi pesquisar “google” no Google, e com isso, para azar de vocês que conseguiram chegar também até aqui, bom, aqui estamos nós.

Depois disso, obrigado pela leitura, obrigado pela paciência e bom dia a todos.

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sexta-feira, janeiro 04, 2008

Férias...

O título original desse post era “Subprime – ela ainda vai mudar tua vida”.

Uma certa falta de tempo associada a uma certa dose de preguiça, levaram-me a não escrever sobre a dita cuja. Por algum motivo insondável, ao invés de deletar a página iniciada e não salva no word, preferi marcar as duas ou três linhas escritas e começar esse novo texto.

A princípio esse post seria para comunicar – como se isso tivesse alguma importância – que amanhã estarei em viagem para Santa Catarina, mais precisamente para a praia de Bombinhas, onde permanecerei por alguns dias, talvez oito, talvez doze, vamos ver quanto tempo agüentarei.

Levo livros, claro. Não achei minhas nadadeiras, mas achei minha máscara de mergulho e meu snorkel. Esse está ok, mas a máscara, coitada, não tem mais condições de uso. Fosse eu um cara previdente e já teria comprado uma máscara nova. Não sou, viajarei sem, confiante em comprar uma por lá mesmo.

Livros na praia? Claro! Não gosto de praia, eu gosto de água, gosto do mar, mas a praia em si não é do meu particular agrado, exceto por algumas meias-horas. Logo cedo, e à tardinha, e quanto menos gente na areia, melhor. São os horários bons para caminhar. Fora deles, é uma chateação. O sol, o calor, a areia que incomoda, o corpo melado, mesmo sem os “perfumados” protetores e bronzeadores... Não, obrigado, incluam-me fora dessas tribos arenícolas, por favor. Nesses horários, poderei ser encontrado na sala, deitado, lendo.

Vamos ver...

A Turma – Charles McCarry – o autor é um ex-agente da CIA e a história parece boa, um bom thriller para as férias.

O Balneário – Manuel Vazquez Montalbán – um pecado sua morte prematura, ele tinha muitos livros por escrever ainda, todos, de preferência, com o detetive Pepe Carvalho rodando por Barcelona e pelo mundo.

De costas para o mundo – Asne Seierstad – a mesma autora de “O livreiro de Cabul”. Esse livro é sobre a Iugoslávia e a Sérvia e a guerra e... Só espero que não me apareça um “Agora de frente para o mundo”, contestando-a, tal como foi contestada no “Eu sou o livreiro de Cabul”.

O legado da perda – Kiran Desai – é uma autora, é indiana, escreve uma história passada nos sopés do Himalaia, para onde um juiz indiano aposentado se retira. Leitura de férias? Pois é, talvez fosse melhor trocar pelo último John Grisham...

A dança dos deuses – Hilário Franco Júnior – o melhor livro sobre futebol lançado nos últimos tempos. Já li. Vou reler. Vou fazer anotações.

Fútbol y pátria – Pablo Alabarces – o autor é argentino e o subtítulo é “El fútbol y las narrativas de la nación en la Argentina”... Pareceu-me fascinante, comprei, só falta ler, agora.

Além desses livros, terei mais um à espera, presente de Natal atrasado que receberei ao vivo e, excelente, como surpresa. O título, não o presente.

Creio que serão suficientes. O mais provável é que volte com apenas dois terminados. Sabem como é, não dá pra ficar fechado na sala lendo todo o tempo desejável. É um jogo de buraco, é conversação fiada, é uma saída para jantar, essas coisas típicas de quem está em férias. Uma coisa, porém, é certa: se viajar sem livros eu surto, simplesmente. Não há chance.

Há outros livros para levar e ler, mas os dois que mais me interessam não combinam com o local e o clima: “Ulisses”, na nova tradução que os críticos juram ser mais agradável e legível que a de Houaiss, e “Em busca do tempo perdido”, há anos na estante esperando... esperando... esperando... Um dia lerei, já prometi a mim mesmo. Indoutrodia, o Jabor disse ter relido e ter sido, uma vez mais, uma experiência arrebatadora, devastadora, não sei mais o que. Bom, não vejo a hora de viver tudo isso. Quem sabe no próximo inverno?

Em horas como essa é que um notebook faz falta. Com certeza terei vontade de escrever, com certeza textos incríveis passarão por minha cabeça, mas, também com certeza, perder-se-ão nas brumas da memória sem chegar aos dedos e destes ao word.

Por enquanto, é isso.

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