terça-feira, maio 31, 2005

Chuvas, fossa, a teoria e a prática, etc


Uau!

Choveu!

E como choveu!

Se não tivesse acompanhado e vivido a loucura das chuvas de terça, quarta – principalmente – e quinta, bastar-me-ia ver o Mogi-Guaçu no caminho do sítio: de novo cheio, as altas águas roçando os galhos de árvores debruçadas sobre elas, tal como as comadres de outrora nas janelas sobre o movimento nas ruas.

(Se eu não usar mesóclise aqui, vou usar onde?)

No Sítio das Macaúbas choveu bem e fartamente. No domingo, 3 dias completos após o fim da chuvarada, o solo estava úmido, bem molhado mesmo. De útil mesmo, assim de imediato, só o sorgo e o napiê que vão ganhar um ânimo novo e crescer mais um pouco. O que já é bom demais. Mas esse aguaceiro fez bem pro lençol freático. Fez bem pros pomares. Fez bem pros bichos. Fez bem pra alma. Acabou a poeira e as estradas de terra estão deliciosas. Melhores que 95% dos “asfaltos ‘fora de São Paulo, mesmo que pedagiados.

“Pedagiados...” Palavrão mais feio esse! O mais curioso é que as rodovias onde encontramos essa palavra e algumas de sua família são, igualmente, horrorosas. Há que ter péssimo gosto pra “pedagiar”.

... Nesse momento a casa está uma verdadeira zona, tremendo alvoroço. Motivo: visita da veterinária. As cachorras mais esclarecidas e combativas sabem que com ela vêm seringas, agulhas, dores e coisas até piores. Já a festeira Penélope salta e corre alegremente, achando, talvez, que vai passear de carro com a veterinária. O Bilbo cumpriu seu dever, latiu bastante e recolheu-se. Como quase todo cachorro, também ele não gosta dos bípedes veterinários. Hummmm... Desculpem-me Alma, Cláudia, Raquel e outras amigas e amigos vets, mas se eu fosse cachorro faria igual. Ou pior. :o)

Se de fato o diabo pisa, amassa, espezinha algum pão, então eu tenho comido dele. Sim, digo com tranqüilidade que tenho comido o pão que o diabo amassou. Tudo por conta do sítio, das vacas, da seca, do pessoal, da inexperiência, da auto-suficiência, da distância incomensurável que existe entre a teoria e a prática, entre o saber livresco e o saber fazer no dia-a-dia.

Minhas vacas estão sem comida. Calma, nada tão dramático assim, estão sem comida bastante para produzir leite em abundância. O napiê acabou e a rebrota, sem chuva e com o frio e os dias curtos, se arrasta feito uma lesma lerda. O sorgo desenvolveu-se, felizmente, mas menos que o esperado em metade da área sobrevivente. Sim, sobrevivente, pois a área maior, coisa de 60% ou pouco mais do que foi plantado, foi literalmente devorada pelas vacas e bezerros em sucessivas invasões. Desconfio que uma das vacas, talvez a Preta, quem sabe a Malhada, cresceu em algum acampamento messetista. Vai ver até fez um dos cursos de formação política e ideológica que os companheiros ministram. E aqui, no sítio, a danada exerce sua liderança e leva as demais a fazer belíssimas e bem coordenadas invasões do talhão de sorgo que deveria alimentá-las na seca. Pelo andar da carruagem já vi tudo: no auge da secura de agosto, deparar-me-ei um belo dia com um piquete na entrada do sítio. À frente, a nova geração: Luna, Milu, Rikinha, Mimosa, Maga, usando e abusando de sua inocência e ingenuidade bezerral, tendo por trás as matronas e as lideranças, todas e todos a mugir e exigir cestas básicas. Tô frito.

Pra evitar tamanho vexame tenho ido atrás de cana. Não aquela pra beber, que quando vem de Salinas, lá nas Geraes, é de primeiríssima e deliciosa, mas aquela de cortar e picar e guardar. Cana pra silo. Onde chego, chego tarde, alguém chegou primeiro e levou toda a cana. O jeito, então, é perguntar onde tem e ir atrás, na esperança de chegar primeiro. Precavido, arrumei uns tantos fardos de feno. Preço por preço não tá ruim, mas tá longe de estar bom. Contudo, será uma importante reserva pros momentos de grande apuro. É um feno bom, de tifton, formado em piquete bem adubado, cheiroso. Tá um pouco seco pro gosto dos cavalos chiques, mas excelente pro gosto proletário das minhas mestiças e do Brioso. E mesmo as Jersey, sangue azul do Canal da Mancha, gostam dele, enfiam as caras por entre as “pastilhas” e comem com prazer, as bocas cheias. Coisa boa é isso: ver animal comendo com gosto.

Pois então, com essa e mais aquela desviei do meu assunto principal: a distância entre teoria e prática. A coisa chega a ser assustadora, mesmo porquê eu, na minha sapiência livresca, sabia dessa distância. Oras, pois que sabia! Nada sabia e desconfio que nada sei ainda. Cada novo dia traz um novo problema e um novo aprendizado. Traz, também, repetições infindáveis do mesmo tema velho e batido: os problemas de toda ordem e monta com mão-de-obra.

Pois não é que hoje a Preta me cai na fossa em construção da casa nova? Só me faltava. E como o buraco lá está, bem no caminho da invasão noturna do sorgo, o risco de nova ou novas quedas era grande. Felizmente, o I me ligou e perguntou se podia deixar as vacas presas nessa noite. Irritação passada e com dois neurônios funcionando a custo, disse que sim, mas para isso deveria jogar uns fardos de feno para elas terem o que comer durante a madrugada. Desconfio que o leite vai até aumentar amanhã.

O bom dessa ligação foi saber que a fossa está em construção. Vai ficar barata essa fossa. Ao invés de usar os anéis de concreto, caros pra burro, o Toninho Simões sugeriu fazê-la com tambores metálicos. Vai usar 4 tambores, um soldado no outro, sem fundos, claro, vazados, com exceção do primeiro, que vai ficar no fundo. Os tambores são furados em toda a volta. Montes de furos. Cava-se o buraco da fossa, os tambores são colocados no centro e, em toda a volta, entre os tambores e a parede de terra, são colocadas dezenas de estacas de bambu. Elas fazem uma parede intermediaria entre os tambores e a terra. Feito isso, os espaços vazios são preenchidos com terra, vai uma tampa e o encanamento. Pronto! Fossa feita. Há 15 anos ele faz fossas por esse sistema. A fossa nunca chega a ficar completamente cheia pois vai vazando pelos furos e penetrando no terreno vizinho. Como é construída longe de pontos de abastecimento d’água, não compromete nem contamina as águas. O bom disso é que fica barata. E funciona. Mais alguns dias a casa estará pronta, farei um churrasco comemorativo, como reza a tradição, e poderei, finalmente, contratar um retireiro residente. Então, novos e nada fascinantes problemas começarão a ocupar meu tempo e minha cabeça.

Como a casa está na beira da estrada, ficarei livre de ver as caras dos muitos parentes que todo Homo sapiens v. retireiro tem. Como ela foi construída justamente sobre a rota de acesso dos vagabundos à casa-sede (muito chique isso de casa-sede, se bobear acabo chamando de casa-grande), estimo que vá coibir os roubos. Como se vê, apesar de não ter votado nesse presidente, eu sou um cara cheio de esperança.

As noites estão frias, pedindo por fogão a lenha, sopa, pão italiano e vinho tinto. Podem chamar a isso de civilização. A verdade é mais ou menos por aí. E assim vamos caminhando, entre agruras e alegrias.
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segunda-feira, maio 30, 2005

Do velho Portugal para o novo Brasil


Novo Brasil? ...

Há quem não goste de textos antigos. Romances de outras eras. Poesias... Há quem não goste de nada que não tenha sido escrito ontem ou anteontem, com as idéias cheirando a tinta de impressão. Nos dias que correm, há quem ache o texto digitado e enviado velho e ultrapassado já ao simples toque em “send” ou “enviar”.

Eu mesmo já não gosto mais de textos antigos. Ou textos novos sobre tempos velhos. Em vão tentei evitá-los. Todavia, eles me perseguem. E não gosto porquê descubro em antigos textos a atualidade do país em que vivo. E não gosto.


"Estamos perdidos há muito tempo... O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada. Os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O Estado é considerado na sua ação fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte, o país está perdido!"

Brasil 2005? Não, Portugal em 1871. O texto é uma citação de trabalho do Eça de Queiroz, ninguém mais, ninguém menos. Tudo a ver com o que vivemos hoje, não? Copiei esse trecho do blog da Tereza Cruvinel, colunista política do jornal O Globo. Um blog onde, vira e mexe, apareço comentando uma coisa e outra. Aliás, recomendo:
http://oglobo.globo.com/online/blogs/tereza/

Nesses últimos dias comecei a ler “Equador”, do Miguel Souza Tavares. Português, ele é colunista de política num jornal lisboeta e um senhor escritor. Já terminei ontem mesmo a leitura do livro. Apaixonante, para dizer o mínimo. Luiz Bernardo de Valença somos nós. Todos nós que levamos nossas vidas normais e pensamos. E, às vezes, escrevemos. O retrato de Portugal da virada do século é vívido e em muitas coisas idêntico ao nosso retrato de hoje. O que mostra nossa origem e nosso atraso.

Muito pior, porém, é quando a história se transfere para a colônia de São Tomé e Príncipe – por coincidência, há pouco visitada pelo presidente. Nesse momento, os muitos pontos de contato com a realidade de hoje da Terra de Vera Cruz geram-nos uma angústia, uma tristeza, um certo sentimento de desesperança. Mas não vale a pena alongar essa conversa, o que vale a pena, mesmo, é ler “Equador”.

Certa feita, disse um poeta:

“Ai, essa terra ainda vai cumprir seu ideal,
ainda vai tornar-se um imenso Portugal.”

Estamos a caminho ou já chegamos lá.
Pena que não ao Portugal de hoje e sim ao do passado.

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quinta-feira, maio 26, 2005

Onde está Sophia?

Perguntinha freqüente em casa (no sítio). Geralmente, a resposta a essa pergunta é sempre a mesma: dormindo no sofá ou na cama, por cima das cobertas. Mas já a encontramos embaixo das cobertas. Deve ter achado que era uma pequena caverna.

Outro dia a pergunta ficou sem resposta. Sophia não estava à vista, tampouco a prazo, em parte alguma. E tínhamos certeza que ela não saíra de casa. Fui ao quarto que deveria ser de hóspedes, mas que é apenas um quarto auxiliar, onde guardamos algumas coisas – como as caixas com medicamentos homeopáticos - e deixamos as malas. Estávamos com duas malas para o fim de semana. Abri uma e nada. Então, levantei a tampa da outra e...






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segunda-feira, maio 23, 2005

Esperança num futuro próximo


Num dia ensolarado de 2007 um homem idoso se aproxima do Palácio da
Alvorada, depois de atravessar a Praça dos Três Poderes, e fala com o
"Dragão da Independência" que monta guarda à residência do presidente da república:

"Eu gostaria de entrar e me entrevistar com o Presidente Lula."

O Soldado olha para o homem e diz:

"Senhor, o Sr. Lula não é presidente e não mora mais aqui há algum
tempo."

O homem agradece, diz "Está bem" e se vai.

No dia seguinte, o mesmo homem idoso se aproxima do Palácio da Alvorada
e fala com o mesmo "Dragão":

"Eu gostaria de entrar e me entrevistar com o Presidente Lula."

O Soldado novamente disse: "Senhor, como falei ontem, o Sr. Lula não
é presidente nem mora mais aqui há algum tempo."

O homem agradece novamente e se vai.

No terceiro dia, o mesmo homem idoso se aproxima do Palácio Alvorada e
fala com o mesmo guarda:

"Eu gostaria de entrar e me entrevistar com o Presidente Lula."

O soldado, compreensivelmente irritado, olha para o homem e diz:

"Senhor, este é o terceiro dia seguido que o Sr. vem aqui e pede para
falar com o Sr. Lula. Eu já lhe disse que ele não é mais o presidente nem mora
mais aqui há algum tempo. O Senhor não entendeu?"

O velho homem olha para o brioso soldado e diz:

"Sim, eu compreendi perfeitamente, mas eu adoro ouvir isso!"

O soldado fica em posição de sentido, presta uma vigorosa continência
e diz:

"Até amanhã, Senhor!"



Pois é, como a Esperança é a última que morre, é capaz, não, é provável, não, é praticamente uma certeza que eu mesmo morrerei deixando viva a Esperança de um país melhor e essas coisas todas que acompanham essas palavras.

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domingo, maio 22, 2005

14 mm!



Dormi pesado, estava cansado. Aliás, dormi cedo demais. Acordei pouco depois de uma hora da manhã. Tudo quieto no sítio. O jeito foi ler até o sono voltar, retorno que até aconteceu, mas não posso dizer o mesmo da Sophia, que saiu pra ir ao “banheiro” e aproveitou pra dar uma esticada na balada da roça. Deve ter encontrado um ou mais ratinhos e feito a festa. Antes de voltar pra cama, fui olhar o céu. Finalmente, um céu sem estrelas, nuvens escuras escondendo a lua cheia. Alvíssaras. Às 02:59 o primeiro galo cantou. Mas antes bateu as asas espalhafatosamente, me pregando baita susto enquanto, distraído, olhava o céu na ponta da varanda. Em seguida, o vento começou. Vento com cara de chuva. Fui dormir esperançoso.

Acordei tarde, perdi a hora. Lá fora, algazarra pura. As galinhas-d’angola – só 4 - faziam muito barulho. Tanto que nem percebi, no começo, um outro barulho pelo qual ansiava: a água caindo no telhado. Santo barulho! Quando as cocás silenciaram, pude ouvi-lo melhor. Melodia para meus ouvidos. Chuva miúda, mas intensa, sem despropósitos, sem cachoeiras ou rompantes tempestuosos. Chuva molhadeira, boa pra terra, pra lavoura, pro pasto, pra mata, pra bicharada toda.

A muito custo, confesso, deixei de lado esse prazer primevo, me troquei e fui pra fora, direto pro pluviômetro: 14 milímetros! Que maravilha. Não esperava por tanta água. O céu encoberto e carregado em todos os quadrantes deu a garantia de mais chuva. E assim foi o domingão: molhado e perfeito. E a promessa para amanhã é de mais chuva. É como eu digo: melhor que isso, só dois disso! Que venham muitos outros milímetros.

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terça-feira, maio 17, 2005

Sky no Macaúbas

Finalmente! Demorou mas instalei a miniparabólica da Sky. A partir de agora o Sítio das Macaúbas oferece trocentos canais de vídeo e áudio. Poderei ver o Canal Rural. E noticiários daqui e de fora. Poderei ver National, Discovery, filmes interessantes e séries ainda mais interessantes, como E.R., Everwood, Gilmore Girls, Lost (que saco, já tô preso a ela), Third Watch. ... ... ... Bom, não adianta querer enganar e me enganar: a antena está lá só e somente por causa do futebol. Agora não perderei mais nenhum jogo do meu pacote no pay-per-view.

Futebol é vida, o resto é detalhe.

:o)

Noites de outono


E as lindas noites de outono se sucedem. Lindas, estreladas e frescas, já começando as temperaturas beirando os dez graus nas madrugadas. As portas da casa podem ficar abertas, quase não há mais bichos pra entrar. Curiosamente, estamos com uma “safra” temporã de besouros rola-bosta. Capturei um monte deles no sábado e no domingo à noite. Todos jogados no bezerreiro. São excelentes garis.

Já escrevi isso e vou escrever de novo, hoje, amanhã, muitas e muitas vezes: como é difícil deixar essas noites pra trás e entrar em casa. Mesmo com o frio chegando, o corpo cansado, a vontade de um banho ou, se já tomado, a vontade de deitar e dormir, tudo isso se choca com a inércia provocada pela beleza da noite. O que por fim acaba determinando o momento de entrar é o pescoço. Chega um momento em que ele assume o controle e diz que já deu.

A lua estava em mudança de nova para crescente. Sem o esplendor exagerado e luminoso da cheia, é uma fase muito bonita. Mesmo presente, ela não ofusca o brilho das estrelas e a Via Láctea permanece visível. Gosto de olhar pro céu ao lado do curral. É mais aconchegante, acho. Ouço as vacas ruminarem. Algumas dormem. Uma ou outra faz uma boquinha fora de hora com algum bocado de feno ou silagem ou capim. São bons momentos, de paz, dá pra sentir que o mundo é um lugar bastante agradável e gostoso. Não deixa de ser curioso que me flagro pensando em estrelas, universo em expansão e outras coisas que simplesmente acho além de nossa compreensão, apesar do Hawking, apesar do Hubble, apesar de Arecibo e outras fantásticas instalações para estudar o universo conhecido. Vira e mexe faço isso. E vira e mexe olho pras vacas, invejo sua placidez desinteressada nos mistérios da vida e vou pra casa, em busca do banho ou da cama.

No meio do caminho a Sophia caça mais um ratinho silvestre. Como sempre, é bem sucedida. Como sempre, a vida se revela simples.


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sexta-feira, maio 13, 2005

Alvíssaras!

É prematuro comemorar, mas... quem sabe? Tudo é possível.

Finalmente, os jornais impressos e on line trazem duas notícias boas, gostosas, agradáveis de ler, deliciosas, mesmo.

Em São Paulo, num acesso de demência benevolente ou, quem sabe, uma fugaz tomada de consciência, aquelas pessoas que fazem a Câmara Municipal de São Paulo, também conhecidas por vereadores, aprovaram uma medida realmente útil, realmente benéfica para uma gigantesca parcela da população da megalópole: a primeira hora de estacionamento nos shoppings é gratuita. E quem comprar acima de 10 vezes o valor do estacionamento, tem direito a 6 horas de permanência sem custo.

Fantástico! Pura e simplesmente fantástico. Mesmo essa “legislada” sobre valor de compra. Essa não passa, mas só a primeira hora já é uma coisa boa. Mas, o bom e justo, mesmo, é a aprovação integral. É revoltante a gente ir a um shopping, gastar, gastar, gastar e ainda ter de pagar para deixar o carro. Realmente, nada a ver.

Agora o prefeito José Serra, antes de aprovar essa medida, transformando-a, de fato, em lei municipal, vai consultar sobre sua constitucionalidade. Se for inconstitucional já dou daqui meu voto: mude-se a constituição (acho que o certo é Constituição... mas, pensando bem, fica assim mesmo).

E leio agora, transbordando de felicidade, que a justiça, no Rio de Janeiro, decretou a inelegibilidade por três curtos, curtíssimos anos, do casal molekinho, quero dizer, Garotinho. Ah, que medida higiênica! Que medida salutar! Que nobre medida tomou a justiça carioca. Sorry, Justiça carioca. Nesse caso, nesse momento, nessa decisão, maiúscula para a Justiça.

Claro, cabem recursos e demandas. É da lei, é justo, é correto. Mas é uma pena.

Depois disso, só me resta dizer uma coisa: bom fim de semana pra todo mundo.

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O âmago do estróbilo

O silêncio da noite foi quebrado por ruídos estranhos. Diferentes. Tão súbito como começou, parou.

Pouco depois, novos ruídos estranhos, e também o barulho de coisas caindo no chão de madeira da sala.

Estranhamente, porém, os cachorros que latem por qualquer barulhinho diferente, permaneceram quietos. Todos os 6. Como não latiram nem rosnaram, tudo estava bem. E eles, com certeza, sequer dignaram-se a abrir os olhos e perscrutar a escuridão, tentando descobrir o que causara a barulheira. Deu a impressão deles terem derrubado um pacote de ração.

Bom, se tudo está bem para os cachorros, está ainda melhor para nós.

Foi só de manhã cedo que descobrimos a causa dos ruídos: a pinha, também conhecida botanicamente como estróbilo, abrira-se e os pinhões caíram, espalhando-se por cima do móvel onde estavam e muitos caindo no chão, no que deve ter sido uma verdadeira cascata de pinhões formados e não formados.



O âmago do estróbilo
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Não sei se esse estróbilo, essa pinha, rendeu muito ou pouco ou mais ou menos. Mas se todos os pinhões não formados se formassem, o volume dela teria de ser umas 8 a 10 vezes maior. Um saco plástico cheio deles está a caminho do sítio, onde vai alimentar o fogão a lenha. Acho que depois de secos ao sol vão render bem no fogo.

Grato, César, pela informação sobre Santa Catarina. Por aqui, nos altos da Mantiqueira e também no Paraná, o pessoal chama os estróbilos de pinha. Eu usei esse nome em homenagem a uma professora de botânica na faculdade – fiz dois anos de biologia e parei... – e para provocar uma certa curiosidade. Além disso, sempre poderei dizer que “blog é cultura”. :o)

Esse um em particular, achei meio verdolengo. O pessoal abria seus parceiros, iguais na coloração, batendo com o machado. Ninguém estava disposto a esperar alguns dias para que ficasse seco e soltasse os pinhões. Como de hábito, o homem apressando a natureza.

Ah, sim, o que está no centro dos pinhões não é algum brinquedinho da Sue Johanson, não. Hehehehehe

É apenas e tão somente o coração da pinha, o âmago do estróbilo.
E com essa eu paro por aqui antes que apanhe.

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quinta-feira, maio 12, 2005

Céu de brigadeiro e o IUV

Acabo de consultar a previsão do tempo. os próximos dias serão lindos, esplendorosos, céu com poucas nuvens, ventos de nordeste variando entre 10 e 13 km/h, temperaturas entre 7 e 29 graus centígrados.

Ou seja, pior impossível.

Sem nuvens, sem chuvas.
O sol direto sobre as plantas e os animais e o solo.
E o vento arrastando, chupando, secando a pouca umidade que ainda resta.

Eu deveria ter plantado e formado quebra-ventos. Sim, eu deveria.
Eu deveria ter uma boa área com cana já formada e no ponto de corte. Sim, eu deveria.

Sim , eu deveria ter feito tantas coisas.

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Essa previsão que consultei, via net, claro, traz um dado novo e muito interessante: o índice de raios ultravioleta. Com céu azul e sol à vontade, o índice para Santa Rita do Passa Quatro é alto – 8. Portanto, é recomendável o uso de protetor solar, não ficar exposto ao sol entre meio-dia e duas da tarde e não deixar de usar camisa e boné.

Daqui a pouco teremos de fazer um curso de nível superior ou acima, simplesmente para viver.


-x-x-x-x-x-x-x-

Um pouco mais sobre o IUV:

O cálculo é feito a partir da concentração de Ozônio, estação do ano e características geográficas, como altitude e tipo de solo.O IUV é uma medida de intensidade da radiação Ultravioleta relacionado com os efeitos sobre a pele humana.

Classificação do IUV

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o IUV é classificado conforme sua intensidade e a tempo de exposição ao sol, de acordo com a tabela:

Índice Ultravioleta Baixo - até 2 - Você pode permanecer no sol o tempo que você quiser!

Moderado - entre 3 e 5 - Em horários próximos ao meio-dia procure locais sombreados. Procure usar camisa e boné. Use o protetor solar.

Alto - entre 6 e 7 - A mesma recomendação anterior.

Muito Alto - 8 a 10 - Evite o sol ao meio-dia. Permaneça na sombra. Use camisa, boné e protetor solar.

Extremo - acima de 11 - A mesma recomendação anterior.


O Efeito da Nebulosidade

O valor calculado refere-se a uma condição de céu claro, sem a presença de nuvens. Com nebulosidade, a radiação é atenuada, e o IUV assume valores menores.


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terça-feira, maio 10, 2005

Irrelevante


Em Moscou, cerca de 50 chefes de estado de todo o mundo reúnem-se para comemorar o fim da II Guerra e a vitória das forças democráticas sobre o nazi-fascismo.

Dentre os chefes de estado lá presentes não está o do Brasil, nação que enviou razoável contingente para os campos de batalha da Itália, na Frente Sul, onde algumas centenas de brasileiros perderam suas vidas em combates pela liberdade. Independente de sua participação ativa na luta armada, esse país foi um grande participante do esforço de guerra aliado, produzindo alimentos e matérias-primas para as tropas e industrias americanas e européias. O Brasil é o grande ausente dessa comemoração.

É e não é.

É, ao mínimo pela memória dos que morreram.

Não é pela nossa irrelevância política, pela nossa visão imbecilizada do mundo e das relações entre as nações.

Não, imbecilizada é um termo forte, melhor trocá-lo.

Não é pela nossa irrelevância política, pela nossa visão infantilizada do mundo e das relações entre as nações. Nossos atuais dirigentes, antes de imbecis são infantis. Os atuais detentores do poder, eleitos democraticamente, graças, talvez, quem o sabe? - à derrota do nazi-fascismo em 1945, preferem ficar por aqui, brincando de ser potência e se reunindo com irrelevantes dirigentes latinoamericanos e árabes. Vale dizer que, de Latino América, 4 presidentes não vieram. E do mundo árabe, meia dúzia tampouco, justamente os mais importantes, ou, pior ainda, justamente os únicos importantes. O presidente dessa coisa toda deixou de usar seu brinquedo voador para uma das poucas viagens realmente importantes que deveria fazer durante seu triste mandato. Tudo irrelevante.

Eu confesso que já acreditei nesse país.

Eu confesso que, até tempos recentes, duvidava desse país.

Eu confesso que hoje eu simplesmente desacredito desse país.

Esse governo é tão canhestro, tão desprovido de um mínimo de capacidade executiva, tão desprovido até de um mínimo senso de ridículo, que simplesmente dá-se ao luxo de paralisar a vida na capital federal por ser incapaz de organizar o trânsito num dia de reuniões insignificantes com e entre insignificantes delegações estrangeiras. E isto numa cidade como Brasília com suas características próprias, em tudo diferente de um centro real, como São Paulo ou mesmo o Rio de Janeiro.

Que vergonha...

2006 está longe demais para o meu gosto.

2006, desde já, me apavora.

Tenho medo do inimaginável.


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sábado, maio 07, 2005

Estróbilo


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Esse é o popular estróbilo. Pesa de 1 a 5 kg, com 2 kg na média. Cada um tem mais de cem pinhões. Pra "quebrá-lo", só com o auxílio de um machado. Ou os bicos das maritacas e gralhas.

Só dá nas árvores fêmeas, cujas flores foram fecundadas pelo pólen das flores das árvores masculinas, que nada dão.

Entre abril e junho não é recomendável ficar embaixo da copa de uma araucária fêmea. Nesse ponto, e na forma de coleta, e um pouco até na arrogância elegante e bonita com que se sobrepõem às outras árvores da floresta, ela se parece com a castanha-do-pará, ou, como é mais correto hoje em dia, castannha-do-brasil.

Barraca de pinhão


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Essa é a estrada que liga Guarapuava a Londrina. Pavorosa. Nesse trechinho ela é "maravilhosa". O que ela tem de ruim e perigosa, tem de bonita. Ainda dá pra ver algumas boas matas de araucárias nessa região, município de Turvo.

A rapaziada aí vai pro meio da mata e coleta os pinhões, pegando-os, já caídos, do chão.

O caldeirão preto ao fundo tem pinhões cozidos, bem gostosos. E o calor do fogo dá uma animada no pessoal.

Os pinhões caem em grandes cones, cada um com mais de cem unidades, chamados estróbilos.

Bagres gordos


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... e aí estão eles, centenas e centenas de bagrinhos comendo farelo de soja com 48% de proteína bruta. Engordando e ficando roliços. Falo com conhecimento de causa, pois logo depois dessa foto, em outro local do píer, peguei um no anzol. E não é conversa de pescador.

"Sweet Lady"


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Bonitão, né?

Nesse momento, a carga ainda não chegou à metade. Pouco mais de 20.000 toneladas tinham sido embarcadas, faltando ainda umas 30.000. Pra festa dos bagrinhos...

Bucolismo no porto


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Bucolismo puro. Nem dá pra imaginar que às costas do fotógrafo está o burburinho e o movimento do porto de Paranaguá.

Aqui, só os elementos básicos de sempre.

Bucólico tem mais a ver com campo, né? Mas casa bem com mar e céu e montanhas e matas e o canoão de madeira.

Montanha coberta...


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Pouco depois de sair de Paranaguá, à esquerda, a montanha se ergue no começo da Serra do Mar. Parei e fotografei porquê ao vê-la assim, com esse chapéu de nuvem, lembrei-me das mulheres da corte inglesa.

terça-feira, maio 03, 2005

...


Mais uma viagem daqui a pouco. De volta para o Paraná. Curitiba, Paranaguá, Guarapuava, Londrina. Avião e carro, paisagens e pessoas, porto, fábricas, armazéns e fazendas. O que antes fascinava, hoje nem tanto. Raras vezes me entusiasmo com o sair, quando até a poucos anos era o contrário, rigorosamente. E ficar muito tempo por aqui, algo como 20 a 30 dias seguidos, incomodava, dava comichões fortes, uma vontade louca de ganhar o mundo.

Acho que meu mundo sofreu dois movimentos simultâneos e antagônicos. Diminuiu, com certeza. Não tenho mais a ânsia de ver o novo, procurar novas paisagens, ver e ouvir pessoas diferentes. Satisfaço-me com o meu mundinho habitual. Que é grande, sinto que ele aumentou nesses anos. Claro está que o sitio é parte fundamental desse movimento. Por menor que seja, um sítio é todo um mundo em constante transformação, exigindo ações, reflexões, observações. Acho que meu mundo interior aumentou, também, mas sobre isso já não estou tão certo. Há diferenças entre crescer e inchar. Seja como for, ultimamente ando mais querendo ficar do que sair.

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segunda-feira, maio 02, 2005

Noite linda... Dia feio... E vice-versa

O dia foi corrido. A ausência aumenta a lista de coisas a fazer e diminui o tempo para fazer todas as coisas. Pior: elimina o tempo do fazer nada, o tempo de olhar as coisas, olhar as vacas, as bezerras, as plantas, as cercas, as árvores, o céu, as estrelas.

As estrelas... Não queria ver estrelas hoje. Queria uma noite escura, nuvens negras cobrindo o céu de ponta a ponta, relâmpagos cortando o horizonte, chuva caindo de preferência miúda e prolongada, mas qualquer jeito, qualquer tipo de chuva seria mais que bem-vindo. Saudades de ouvir o vento que antecede as primeiras gotas passando pelas árvores, fazendo um barulhão danado, alvoroçando a galinhada que dorme encarapitada nos galhos mais altos de algumas árvores perto de casa. Ruim para elas, claro, mas paciência. Todavia, nada disso vejo, sinto, ouço. A noite está calma. Mesmo sem lua, em poucos minutos os olhos se acostumam com a luz pouca e difusa das estrelas. E como tem estrelas nessa noite! A Via Láctea cobre tudo. Tantas são elas que demoro um pouco para achar o Cruzeiro do Sul. Norte, oeste, leste e sul, o horizonte é igual, céu estrelado.

As vacas ruminam em paz. Deitadas, tranqüilas, pensando em nada como de hábito, penso eu, que penso em tudo mas deveria pensar um pouco em nada, tal como elas. As bezerras estão igualmente quietinhas, umas já dormindo profundamente, outras olhando com curiosidade minha andança sossegada. O Brioso não gosta do curral. Como bom cavalo já está no meio do piquete, pastando um pouco, parando um pouco. É uma noite de poucos ruídos, é uma noite de outono, querendo passar de fresca para fria. A bicharada é pouca, o que é bom. Mas, mesmo assim, vários besouros rola-bosta, pretos, do tamanho de uma azeitona média para grande, estão nas varandas. Recolho vários deles num vidro, vou até o bezerreiro e jogo-os no capim. O pessoal não recolheu todo o esterco dos bezerros, então esses rola-bostas farão uma parte do serviço para eles. E muito melhor, diga-se de passagem. Assim que chegam ao chão caminham um pouco, encontram um lugar apetecível, e escavam. Como são velozes no escavar esses besouros! Em segundos, menos de um minuto, já desaparecem. Dentro em pouco voltarão à superfície e vão procurar pela bosta das vacas, no caso, aqui, dos bezerros. Farão bolotas maiores que eles, até, e vão empurra-las para o fundo dos buracos escavados. Ali botarão seus ovos. As larvas, quando nascerem, irão se alimentar com o esterco. Ovos e larvas de moscas e vermes serão destruídos, colaborando com o controle desses parasitas. Nutrientes diversos entrarão no solo em profundidades variáveis, realimentando o eterno ciclo de nutrientes na natureza. Por isso mesmo, em certas noites, chego a fazer muitas viagens varandas/pasto ou bezerreiro, salvando os besouros do apetite insaciável dos sapos que fazem ponto, devem até marcar cartão, em nossas varandas. Qualquer dia são capazes de me processar, exigindo direitos trabalhistas. Ou pior, como a posse da terra para eles.

A última tarefa da noite é fechar a porteira. Mero ritual, pois, aberta ou fechada nada impede a entrada de quem não queremos. Mas rituais existem para serem cumpridos. E lá vou eu. Dispenso a lanterna por desnecessária, o brilho das estrelas é suficiente para caminhar. Não há sombras, como em noite de lua cheia, apenas vultos. Alguns, inconscientemente, me assustam. Foi dessa forma, com certeza, que muitas lendas e mitos nasceram em tempos remotos. Somos animais diurnos, a escuridão nos assusta. Associamo-la ao medo, ao desconhecido, ao terror. A maioria dos outros animais associam-na à comida, à busca de alimentos. Talvez tenhamos sido esse alimento por muito tempo. Talvez seja nossa memória genética a nos proteger dos perigos e clamar pela perpetuação.

Chego à porteira e vou para o meio da estrada. A tira negra do asfalto é invisível, só dá para senti-la. Fico parado no meio por muitos minutos. O sábado está quieto, tranqüilo, nem os festeiros estão se movendo duma festa pra outra. Será que são tantas assim as festas? Ou é só a procura delas que é muita? Não sei, aliás, poucas respostas sei para as muitas perguntas que me faço. Olhando as estrelas à procura de uma cadente que não aparece, sei uma resposta: amanhã não teremos chuva. Nem chuvinha, muito menos chuvão. Pena, viria bem a calhar.

Nesse ano, não é a seca que chegou cedo, foram as chuvas que terminaram cedo. O resultado é o mesmo, uma frase diz a mesma coisa que a outra. Falar diferente é só floreio. As preocupações com a comida para o gado voltam, ocupam toda a cabeça, numa invasão organizada, metódica, implacável. Ali parado, no meio da estrada, desafio inconseqüente para carros inexistentes, tento esvaziar a cabeça, mandar os pensamentos embora. Não é o momento para eles. Muito menos o lugar. De alguma forma consigo. Eles se vão e eu começo a voltar para casa.

No meio do caminho ouço o estralar repetido da cerca elétrica. Em algum lugar há uma fuga de corrente. Mudo a trajetória e enxergo o brilho azulado regular da faísca. Trabalho. Vou em casa, pego duas ferramentas e a lanterna. Volto, olho, examino, tento uma coisa e outra, nada. Não há problema. Vou até a entrada do bezerreiro e desligo a chave daquele trecho. Pronto. Acabou a fuga de corrente porquê acabou a corrente. Não há necessidade dela nessa noite. As bezerras seguem me olhando, as que estão despertas. De volta à casa, recolho os últimos rola-bostas da noite. De volta ao piquete, jogo-os no capim. Vão trabalhar, malandros, deixem esse piquete limpo!

A noite continua silenciosa. Os cachorros dormem enrodilhados em cima de panos quentes. A gata Sophia dorme enrodilhada no sofá, antes de ir para nossa cama. As vacas acordadas estão como se estivessem dormindo, a diferença é pouca. Na cozinha, um macarrão de emergência com azeitonas, tomate, cebola e bacon está á minha espera. Com ele, uma garrafa geladinha de um verde português. Não é a melhor combinação mas está muito longe de ser a pior. O fogão de lenha está aceso, ainda, gerando um calorzinho gostoso. É hora de comer que a fome aperta, o cansaço chegou e depois tomar um bom banho antes de deitar. Mais um dia termina na roça.



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As estrelas e a Via Láctea que ocuparam todos os quadrantes do céu de outono deram lugar a esse dia.

Como eu esperava, horrível.

Belo, belíssimo para muitos, quase todos, horrível para quem queria e quer chuva.

E segue a vida na roça.



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