sábado, julho 09, 2005

Assustador...


 Assustador... tudo muito assustador

 

Alguns dias atrás escrevi que  uma cpi que “pega” tem sua própria dinâmica, ela se auto-dirige, faz seus próprios caminhos ao invés de ficar presa a caminhos traçados por quem quer que seja.

 

Quando escrevi isso, pensei em escrever que uma cpi que “pega” funciona e ganha essa dinâmica por que ela gera um efeito dominó incontrolável, quer na velocidade, quer no alcance.

 

É o que vivemos hoje. CPIs e comissão de ética – acho bom sumir com essa palavra dos dicionários e logo mais explicarei porquê – abriram uma verdadeira Caixa de Pandora. Dela, por enquanto, ao invés de todas as calamidades e doenças e malefícios que Zeus destinou aos mortais, está saindo apenas esgoto. Esgoto de privada, não o esgotinho mixuruca de pias e tanques.  Esgoto fétido, doentio, do qual a simples proximidade basta para contaminar. Pelo jeito, um esgoto tão virulento que nem o Tietê dos muitos caminhões de um governo realizado muito tempo atrás viu igual.

 

Nessa noite de sexta-feira meu sono se foi. Estou inquieto, nervoso, preocupado.

 

Estou assustado, esse é o termo correto para definir meu estado.

 

Porquê o esgoto chegou ao gabinete presidencial. A blindagem construída em torno dele foi fraca ou falsa.   Uma blindagem paraguaia.

 

Se Paulo Maluf e seu partido estivessem no poder estaríamos achando tudo normal, tudo dentro da realidade com a qual aprendemos a conviver. Cito Maluf como poderia citar muitos outros ilustres nomes, todos eles alvos de ataques ferozes por parte de políticos que sempre foram os donos de todas as virtudes cívicas, morais, intelectuais, filosóficas, etc.

 

Não é, todavia, o que ocorre. O país é governado, ou surrupiado, por um presidente e um partido que sempre estiveram acima e além de quaisquer suspeitas.

 

Seria cômico se não fosse trágico: a negociata envolvendo a empresa recém-criada por um filho do presidente e dois filhos de um dirigente histórico do partido foi intermediada (intermediada, sem “r”entre me e di) pela empresa de consultoria cujo dono, pasmem, é membro de um denominado Conselho de Ética da Presidência da República.

 

É tarde, preciso dormir. É besteira escrever sobre tudo isso, já que os jornais e noticiários estão cheios de matérias a respeito. Antes, porém, uma coisa: comenta-se que havia divergências entre Toninho do PT e o pai, o tal dirigente histórico do partido, dos dois jovens empreendedores associados ao filho do presidente.                                                    Espantosamente, num curto período, os prefeitos de dois dos maiores e mais ricos municípios do estado de São Paulo, vale dizer, do Brasil, foram assassinados misteriosamente.  Ah, sim, pra quem não lembra Toninho do PT era o prefeito de Campinas. Celso Daniel era o prefeito de Santo André.

 

Apesar de tudo, tenho o desplante de desejar a todos um bom fim de semana.

 

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