O tempo anda estranho. E esses tempos atuais também.
Nada tem a ver com o tempo por tudo que sabemos, mas como faz parte dos grandes eventos trágicos da natureza, começarei por ele, o tsunami de dezembro. Centenas de milhares de mortos. Mais de trezentos mil, algo inimaginável para esses tempos modernos, internéticos na conexão, a jato na velocidade, a satélite na cobertura. E mesmo assim, a grande onda matou tantas pessoas em vários países diferentes. A internet, os jatos e os satélites para nada serviram antes das tragédias.
Temia-se um novo verão assassino no hemisfério norte, mas a coisa não está tão feia como em 2003. Não há notícias das centenas e centenas de mortes pelo calor, principalmente entre os idosos. Mas em vários pontos da Europa os incêndios estouram e se alastram.
Agora, o Katrina. Lembrando que na temporada anterior de furacões, em poucas semanas a Florida foi assolada por meia dúzia deles, sendo dois de grande intensidade, grandes prejuízos. Meu primo, residente em Tampa, perdeu sua casa completamente. Ainda está reconstruindo, com ajuda do governo americano, mas é difícil. Todo mundo reconstruindo, mão-de-obra mais cara e mais escassa, materiais idem, o dinheiro não dá pra tudo, etc, etc.
As imagens vindas de Biloxi e New Orleans, a bela New Orleans, são terríveis. Mas, também, pudera, viver embaixo d’água é pra peixe e não pra gente. Nunca consegui entender – tendo tanta terra em volta ao contrário da Holanda - essa coisa de fazer a cidade onde fizeram, abaixo do nível do Mississipi e dos lagos Pontchartrain e Borgne, tendo, então, de represar o rio gigantesco e construir diques ainda mais gigantescos para segurar a água no rio e nos lagos e não dentro da cidade, seu lugar natural. Não se contesta a natureza assim e, por enquanto, pelo menos, não se constroem cidades embaixo d’água, mesmo que seja “só” abaixo do nível da água. Já é demais.
Nesse caso do Katrina, estou espantado com a demora dos americanos em socorrerem seus próprios cidadãos depois do furacão. Eles foram mais velozes no socorro às vítimas do tsunami. Os relatos dão conta que em plena New Orleans, em território continental dos Estados Unidos, faltam água, comida e medicamentos para as pessoas flageladas. Um quadro inimaginável.
As autoridades estão evacuando a cidade totalmente. É um cenário de guerra, onde uma bomba explodiu, talvez a N, que foi chamada de “bomba capitalista”, pois não destruía a maioria dos prédios, garantindo, assim, uma rápida retomada da produção. Essa “rápida retomada” era mais uma piada, pois os efeitos da radiação demorariam muito tempo para desaparecer. Enquanto isso, ratos, baratas e cupins fariam verdadeiras festas orgíacas nas construções intactas. Até que... Até sei lá o que.
Mas aqui mesmo estamos às voltas com maluquices meteorológicas. Um tufão arrasou Muitos Capões e trouxe esse pequeno município do nordeste gaúcho, com um nome tão diferente, para as manchetes. As imagens vindas de lá também são tristes, a destruição foi braba. E por aqui, na Terra de Vera Cruz, não temos a magnitude da ajuda do governo americano. Conhecendo o que temos por governo, o melhor é os muito-capoenses cuidarem de suas próprias vidas e reconstruir tudo. Não esquecendo, porém, de pagar seus muitos impostos, pois, com certeza, burocrata ou político nenhum irá lembrar-se de isenta-los das muitas taxas por um, dois ou mais anos. É assim que Pindorama funciona.
Enquanto Santa Catarina já está em sobreaviso e sobressalto pelo risco do Figueirense cair para a 2a Divisão, o Crisciuma cair para a 3a e a chegada na madrugada dessa quinta para sexta-feira de um ciclone com cara de ser dos poderosos, tal como o Catarina do ano passado, o norte do Mato Grosso foi assolado por um vendaval que botou abaixo torres de transmissão de eletricidade, deixando às escuras e sem energia a próspera Sorriso além de Vera, Feliz Natal e 21 municípios da região. E há previsão de mais ventos fortes, talvez virando vendavais.
Juro que não era minha intenção tocar nesse ponto, até porquê, bem sei, não há conexão entre uma coisa e outra, mas, sabem como é, né? – quem resistir há de? - então, vamos lá.
Ô, governinho calamitoso esse um! Além de ser a calamidade ele próprio, parece ter o dom de atrair as da natureza. Por isso e por tudo que agora sabemos, o ciclone ou furacão que passou por Santa Catarina ano passado deveria chamar-se Valdomiro e não Catarina. E esse um, previsto para amanhã, pode, com toda a propriedade, ser chamado de Valério ou Delúbio ou ainda, se for muito forte, daqueles metidos a besta e mais destrutivo que o Katrina da Louisiana, pode ser chamado de Dirceu.
Agora, um que possa ser chamado de Ignácio é melhor que não apareça. O nome alternativo poderia ser Armagedon.
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