quarta-feira, setembro 14, 2005

Mensalinho poético

Desinspirado como estou, valho-me da inspiração alheia e saco mais um pouco da conta "obra poética" do meu amigo Roberto Barreto de Catende, a Catende que já é personagem de poesia da melhor que esse país andou produzindo...

(Sacando dessa conta e publicando aqui, seria essa minha ação preguiçosa um mensalinho poético?)



MORTE ENVIDA SEVERINO

Roberto Barreto de Catende – 12.9.2005

Política a morte envida
A Cavalcanti, Severino
A quem dediquei um hino
Em atitude atrevida

Toda rematada em ino
A alguma coisa serviu
A troça até incluiu
Ligeiro, limoso, ladino

Antecipei no limoso
A lama sob o tapete
No piso doGabinete
Do Severino seboso

Mentira é tudo mentira
É uma trama macabra
Esconjuro do Pé-de-cabra
É coisa de quem delira

Sapateia na cantina
Nosso Rei do Baixo Clero
Como se dançasse bolero
Com o pistom em surdina

Nos salões do Fiorella
Em caráter emergencial
Fechou um acordo ilegal
Com o dono da panela

Agora surge o extrato
Fedido que nem gambá
Cheira a toma-lá-dá-cá
A estrume de peculato

Excreta odor conhecido
Por toda sociedade
Mas escorre na cidade
Por grosso cano embutido

Já pelo visto em Brasília
Onde Deputado abunda
A céu aberto inunda
Com seu olor a tal ilha

Se o olfato não sente
E tanto ilustre não vê
Que dirá eu ou você
Que eles julgam demente

Ciente de que propina
Em restaurante é caixinha
Severino se aporrinha
Seu cofre não é latrina

Severino então resiste
Em defesa do seu ouro
Ao Diabo com o decoro

Se la plata lhe assiste

.

Um comentário:

Anônimo disse...

Catende bom de repente!

Acima e abaixo, as crônicas estão saborosíssimas, embora a pitada amarga da crise.

Abração :)

Ana