Desinspirado como estou, valho-me da inspiração alheia e saco mais um pouco da conta "obra poética" do meu amigo Roberto Barreto de Catende, a Catende que já é personagem de poesia da melhor que esse país andou produzindo...
(Sacando dessa conta e publicando aqui, seria essa minha ação preguiçosa um mensalinho poético?)
MORTE ENVIDA SEVERINO
Roberto Barreto de Catende – 12.9.2005
Política a morte envida
A Cavalcanti, Severino
A quem dediquei um hino
Em atitude atrevida
Toda rematada em ino
A alguma coisa serviu
A troça até incluiu
Ligeiro, limoso, ladino
Antecipei no limoso
A lama sob o tapete
No piso doGabinete
Do Severino seboso
Mentira é tudo mentira
É uma trama macabra
Esconjuro do Pé-de-cabra
É coisa de quem delira
Sapateia na cantina
Nosso Rei do Baixo Clero
Como se dançasse bolero
Com o pistom em surdina
Nos salões do Fiorella
Em caráter emergencial
Fechou um acordo ilegal
Com o dono da panela
Agora surge o extrato
Fedido que nem gambá
Cheira a toma-lá-dá-cá
A estrume de peculato
Excreta odor conhecido
Por toda sociedade
Mas escorre na cidade
Por grosso cano embutido
Já pelo visto em Brasília
Onde Deputado abunda
A céu aberto inunda
Com seu olor a tal ilha
Se o olfato não sente
E tanto ilustre não vê
Que dirá eu ou você
Que eles julgam demente
Ciente de que propina
Em restaurante é caixinha
Severino se aporrinha
Seu cofre não é latrina
Severino então resiste
Em defesa do seu ouro
Ao Diabo com o decoro
Se la plata lhe assiste
.
Um comentário:
Catende bom de repente!
Acima e abaixo, as crônicas estão saborosíssimas, embora a pitada amarga da crise.
Abração :)
Ana
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