quinta-feira, setembro 21, 2006

Vai bem o bananal

No decorrer do governo Fernando Henrique, acostumei-me a ler o Clóvis Rossi, articulista da Folha de S.Paulo. De vez em quando ele falava bem do governo. Do presidente falava bem mais vezes do que do governo. Não gostava muito, mas era importante para me manter centrado, acompanhando e defendendo o governo, mas sem estar desatento ao que a oposição falava.

E a oposição falava, falava, falava. Falava demais da conta, falava muita besteira, tanta que, sinceramente, era até difícil acompanhar. Mas o Clóvis Rossi acompanhava tudo, filtrava e dava destaque ao blábláblá que não era muito inútil. Confesso que até concordava com uma coisa e outra.

Conto essas coisas para situar um pouco esse jornalista. Mesmo não concordando com sua visão generosa sobre o PT, Lula (atual lulla) e petistas diversos, confiava nele e em sua honestidade.

Confio até hoje.

“Só em um país de seriedade zero, como o Brasil, o presidente da República pode continuar a pretender ser inocente quando os seus mais graduados assessores têm contas a prestar à polícia e à Justiça.
Com a queda de Ricardo Berzoini, presidente do PT, do cargo de coordenador de campanha, tem-se o seguinte: todos os dois homens que exerceram papel idêntico ou similar nas duas campanhas de Lula caíram por algum tipo de trambique. Antonio Palocci, coordenador do programa de governo na campanha de 2002, por abuso de poder, ao determinar a violação do sigilo bancário de um caseiro.”

A citação acima é o primeiro parágrafo da coluna de hoje, 21 de setembro, de Clovis Rossi, na Folha de S.Paulo. Tem mais um pouco.

“A queda de Berzoini atinge o terceiro presidente consecutivo do PT, depois de José Dirceu e José Genoino, todos também baleados pela onda de escândalos em que se especializou o lulo-petismo.”

E mais um pouquinho, para finalizar.

“Como se não bastasse, cai também um assessor de Aloizio Mercadante (que, não surpreendentemente, diz que de nada sabia). Prova definitiva e cabal que meter a mão em matéria fecal tornou-se hábito disseminado por todos os cantos e correntes do PT. Nem em república bananeira se vê mais uma história tão sórdida, tão baixa.”

“Nem em república bananeira se vê mais uma história tão sórdida, tão baixa.”

Há muito tempo alterno minhas referências a Pindorama entre bananal, imenso bananal, Terra de Vera Cruz e, de vez em quando, talvez por preguiça – sou bananeiro! – até o nome Brasil eu uso. Mas nada como bananal. Explica tudo. Agora com aval do Clóvis Rossi.

É chato dizer, mas isso também significa que somos todos bananeiros. Não há como negar, não há como fugir a isso.

Infelizmente.

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2 comentários:

Juan Carlos disse...

Hola, Emerson.
Llevo unos días intentando escribir en tu otro blog pero tengo errores.
Sigo visitándolo, pero no puedo publicar comments.
Saludos

Nelsinho disse...

Emerson

Faz um tempão que ando afastado!...

Os cidadãos produtivos e pagadores de impostos deste país estão sendo passados para trás pela legião de privilegiados muito bem ancorados no serviço público e em estatais que prestigiam Lulla, que aumentou fantásticamente os custos de governo.

Por outro lado, tem a compra descarada e multibilionária de votos usando o dinheiro dos impostos pagos pelo contribuinte, na forma de "cheques-cidadão", "Salários-cidadão", "Cestas básicas-pro cidadão não-fazer-nada", enquanto os hospitais caem de podres, as escolas idem...

Um abraço

Nelsinho