sexta-feira, junho 10, 2005

Pra esquecer até 3a-feira


Well, thank’s God, it’s Friday!

Friday’s night. Uau!

Dia de balada. Não pra mim, tô mais a fim de uma taça de vinho, mais uma, uma sopa ou um sanduíche, torcer por um episodio novo em “Third Watch” e dormir cedo. Amanhã de madrugada é hora e dia de ir pro sítio.

Ontem o Ismael ligou. O sorgo lá de baixo acabou. A silagem de cana acabou hoje ou acabará amanhã. Não, não conseguiu ninguém pra ir buscar o feno. E também não sabe se um dos vizinhos vai vender a cana ou não. A rebrota do sorgo tá devagar, a do napiê também. Mas as vacas vão bem, obrigado. Com certeza, com essas temperaturas, estão bastante confortáveis. A Honey voltou a apresentar pequenos grumos no leite. Conversei com a Dra. Mônica, vet homeopata que me passou o medicamento para trata-la, juntamente com a Hora, ela disse-me que está tudo normal e que segue em frente o processo de limpeza e depuração do organismo. Ótimo. Estou com saudades das bezerras.

Parece brincadeira, mas não consigo terminar a casa pro retireiro. Que coisa! Falta tão pouco. Se o tempo for suficiente amanhã, preciso comprar piso e mais uma coisinha e outra. Parece que a seca precoce pegou todo mundo de calças nas mãos. Ou quase todo mundo. Felizmente tivemos o chuvão de maio, ajudou muito. A perspectiva, porém, até o fim de setembro, não é nada promissora.

Amanhã é noite de fogão a lenha, sopa e vinho. Talvez conversa na beira do fogão com o César e a Rose. E amanhã é dia da Sophia ficar feliz e enfiada em casa, afiando as garras nas cadeiras e no sofá, e querendo dormir no nosso edredon. Os cachorros também estarão felizes, comendo bem, muito melhor do que estão acostumados, dormindo dentro de casa até a hora da gente ir dormir.

Domingo é dia de corrida perdida. Perdida por mim, pois estarei indo atrás disso e daquilo. E andando pelo sítio com o Wagner, estabelecendo o plano pro começo das águas. Aplicar calcário, adubar, jogar esterco de frango, plantar braquiária boa, variedade moderna e mais produtiva, preparar a terra pra um bom talhão de cana, mandar arrancar as goiabeiras e os pés de ponkan. Que dó. Mas não há o que fazer. Deixando uns 12 pés de cada uma vai dar e sobrar pro gasto.

Quem vai ficar todo satisfeito e mal-acostumado nesses dias é o Brioso. Vai comer maçãs e cenouras. Cavalo de sorte.

Vou ver os jogos do Brasileiro, alguns entremeados com passadas pelo curral e tratos com as vacas.

São Paulo, agora, só na 2a-feira cedo. E olhe lá.

Tenho sorte. Apesar dos problemas e da trabalheira que o sítio dá, plantar, criar, cuidar, fazer, arrumar, consertar, são coisas que ocupam a mente e o corpo. A gente esquece que existe uma vida real aqui na megalópole. Ou, mergulhados na verdadeira vida real, a gente esquece dessa falsa vida citadina.

Melhor ainda: dá pra esquecer que há uma crise política em curso. Esquecer que essa crise está numa incubadeira, bem alimentada e crescendo a olhos vistos. Esquecer que um personagem sinistro, cantor de árias em seu apartamento funcional de Brasília prepara um depoimento bombástico para 3a-feira. Um depoimento que poderá dar um rumo mais pesado, um rumo pior ainda para o futuro. Depurar é bom, mas não aos borbotões, ameaçando a vida do doente.

Esquecer não é bom, mas às vezes faz bem, permite que a gente ganhe forças. Como agora.

Bom fim de semana.


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