quarta-feira, junho 08, 2005

Em busca da governança perdida

Andei pensando. Não que eu goste muito, confesso, mas com o Campeonato Brasileiro de Futebol paralisado por esses dias e sem nada tão atraente quanto para ocupar meus pensares, dediquei-me a esse exercício não recomendável em certas regiões do planeta.

As leituras de jornais, revistas, blogs e sites noticiosos, bem como alguns minutos de ouvidos ligados ao rádio do carro, informaram-me que:

- o presidente da república foi informado do mensalão;

- o presidente do supremo tribunal federal foi informado do mensalão;

- ene autoridades executivas da república foram informadas do mensalão;

- ene deputados foram informados do mensalão;

- ene deputados receberam o mensalão.

Todavia, nenhuma das autoridades do executivo, legislativo e mesmo do judiciário, denunciou e solicitou uma investigação a respeito. Como é dever e obrigação de todos quantos foram informados desse crime.

Como já disse, não gosto de pensar. Quando o faço acabo enveredando por caminhos meio bestas. Como esses que agora descrevo.

Diante do que foi dito, fica claro que os três poderes republicanos deixaram de cumprir seus deveres e obrigações. Mostraram-se desprovidos de competência para governar esse país. E estão, com toda certeza, incapacitados para julgarem-se uns aos outros. Diria, portanto, que o país está sem governo, à deriva. Então, considerando tudo isso, creio que nos restam algumas poucas alternativas. A saber:

- pedimos a intervenção da ONU, que mandaria tropas de todo o mundo para ocupar nossas cidades e campos, defender nossas florestas, administrar nossos parcos recursos; seria bom, entretanto, evitarmos a presença de tropas chinesas e indianas; nada de quintas-colunas ocupatórias de terras; já nos basta a ação dos messetistas;

- devolvemo-nos a Portugal, voltando a ser uma colônia lusitana; acho que uma boa vantagem disso poderia ser todos nós passarmos a ter passaporte comunitário; e o euro seria nossa moeda; quem sabe, até, nossos times disputariam a Champions League e a Copa da UEFA? Uau!

- chamamos os editores da revista do círculo militar, que já estão nervosos e falando um monte sobre tudo isso que ora ocorre, e fazemos um acordo: devolvemos o poder aos militares; em troca, eles prometem, juram pela bandeira e pelas medalhas, pelo busto do Caxias, que não prenderão ninguém e, muito menos farão coisas piores com nenhuma pessoa; não, absolutamente ninguém, nem mesmo o Roberto Jefferson.

Bom, de todas as alternativas a que mais gostei foi nos devolvermos a Portugal. Até porquê descobri outra vantagem: os Dão passariam a ser vinhos nacionais. Se bem que a alternativa das Nações Unidas tem seus méritos e que não são poucos. Desde que não tragam chineses e indianos.

(Confesso que fiquei incomodado escrevendo sobre devolvermos o país aos militares. Ainda bem.)

(O leitor atento terá observado que não relacionei a tv entre minhas fontes informativas. Realmente, há algum tempo já deixei de ter a tv como fonte de informações, exceto as futebolísticas e as que me caem aos olhos e ouvidos por acidente, entre uma mudança e outra de canal. Nada contra, apenas uma questão de prioridades.)

(O leitor atento terá observado, também, que andei empregando minúsculas ao referir-me a algumas coisas. Acredite, leitor atento, foi proposital.)

(E o leitor atento terá percebido, finalmente, que não me dou ao trabalho de perder tempo falando em "oposição". Acredite-me, atento leitor, não foi por esquecimento.)

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4 comentários:

Anônimo disse...

Excelente idéia: fico com a devolução a Portugal!!!!! Posso iniciar a campanha entre meus amigos. Conheço um tanto de gente que vai adoooorar essa idéia de fazer parte da UE. E claro disputar a Copa da UEFA....
Pensando bem, não foi por descuido muito menos por incompetência que a oposição deixou de existir. Esses cara estão brincando com a nossa boa índole....

Emerson disse...

Pois é, sabe que eu também gosto muito dessa idéia? Ela tem inúmeras vantagens. A maior delas, sem dúvida, seria levantar nossa auto-estima. Claro, não mais seríamos responsáveis pela existência de uma casa legislativa e um governo como esses. Tudo seria responsabilidade da Metrópole. Lisboa fez isso, Lisboa escolheu aquilo, esse aqui está por ordem de Lisboa, etc, etc. Livrar-nos-íamos da culpa pelas escolhas que fizemos e fazemos. Uma culpa a menos a atormentar nossas pobres almas católicas ainda que não praticantes.

Seria bom demais.

Anônimo disse...

Não vai adiantar: Portugal vai ficar com a Fafá de Belém, todos os nossos craques de futebol, as mulatas e mandar todo o resto de volta... :)

Anônimo disse...

ó,pá, a cora comentou tua proposta lá n o blog dela e o pessoal caiu de pau em voce e até nela, hen? rsrsrsrs