Um Olhar Crônico sobre os dias de hoje e alguns de ontem. Um Olhar Crônico sobre a vida nas cidades, a vida na megalópole, a vida na roça, quando é dura, e no campo, quando é lírica. Textos, Idéias & Coisas diversas, aquelas que passam pela cabeça e a gente acaba registrando, sabe-se lá pra que ou mesmo porquê.
domingo, dezembro 11, 2005
Golpe! E viva o Paraguai!
Aviso aos navegantes: nada a ver uma coisa com outra, são distintas e assim serão abordadas a seguir.
Golpe!
Esse presidente tem o dom de estragar meus sagrados processos digestivos. Não o considero burro, longe disso, muito longe disso. Ele é inteligente, embora ignorante de montanhas de coisas. É um sujeito com uma nítida afeição ao poder e às facilidades dele emanadas. Viver com o poder, seja numa turma de rua, numa gangue, num sindicato ou na presidência de uma república, é muito mais fácil e muito menos trabalhoso e oneroso do que viver sem ele, tendo de batalhar duramente pela simples sobrevivência.
O que mais me faz mal nesse elemento e em seus acólitos, é a desfaçatez com que praticam hoje o que criticavam no passado, e criticam hoje o que praticavam no passado. Com dois agravantes: rouba-se hoje como nunca se roubou antes, às claras, às escâncaras. E governa-se, ou melhor, “governa-se” muito pior do que antes. Basta ver a média de valores investidos, que nesse governo consegue ser pior que a média do governo Figueiredo, em meio a crises políticas e econômicas, tanto dentro como fora da Terra de Vera Cruz. É um governo ridículo. Infelizmente, para todos nós.
No quesito “críticas”, os membros do “partido da boquinha” foram e são insuperáveis. Bloquearam, praticamente, as mais importantes medidas tentadas pelo governo Fernando Henrique. Encamparam uma das mais grotescas campanhas orquestradas contra um governo democrático e democraticamente eleito, pregando o “Fora FHC”. Esses mesmos sujeitos vêm a público hoje apoiar a declaração do presidente: “A oposição é golpista” – ah! Voltaram a permitir a entrada de bebidas no palácio? Mas não, esse tipo de declaração não é fruto da insanidade temporária causada pelo álcool, é, sim, fruto do cinismo e da arrogância com que essa gente nos trata.
Nunca, nem nos piores pesadelos, imaginei que pudéssemos ter algo como “isso tudo que está aí”, alguém como o elemento que ocupa o Palácio do Planalto, gente como esses ministros da república, cercados pelas mais escabrosas histórias e, vemos agora, pelos mais escabrosos fatos de nossa história republicana. O “mar de lama” que levou Getulio à morte é um copo de leite puro comparado ao que rola hoje.
Mas não se enganem, o real símbolo desse partido no poder e o real símbolo do Brasil de hoje não é lulla da Silva, é delúbio. E, golpistas, e outras coisas, são eles. Não a oposição.
Viva o Paraguai!
Regredimos.
Voltamos no tempo.
Não só o Brasil, mas, nessa corrida em marcha à ré, a Venezuela está muitos corpos à nossa frente. O recente episódio eleitoral é um fato marcante na história não só dessa pobre Latino América, como também na história da humanidade. E isso não é exagero. Temos uma república com um histórico de mais de um século de eleições, em que 75% dos eleitores deixam de comparecer às urnas. Os partidos de oposição retiram-se do processo eleitoral, viciado, conspurcado, destruído pelos donos do poder. E o partido no poder elege 100% dos representantes. Sinceramente, fico com a impressão que a União Soviética era mais democrática, pelo simples fato das lutas internas no PCUS serem intensas e brutais, até. Enfim, sempre era um simulacro pequeno e fugidio de democracia. Na Venezuela de hoje nem isso acontece, vale apenas a vontade única e soberana de Chávez.
E foi esse indivíduo que a Argentina de Kirchner, outro bufão, e o Brasil de lulla tentam trazer para dentro do moribundo Mercosul. Felizmente, de onde menos se esperava, surgiu um sopro de razão, de inteligência, de visão geopolítica: o Paraguai vetou, na prática, o ingresso de Chávez no Mercosul. O bufão da beira do Caribe teve de contentar-se com o rótulo de “membro em processo de adesão”.
Enquanto isso acontece por aqui, o resto do mundo cresce, o México explode, mesmo que ainda longe da China e da, pasmem, Índia.
E nós, como diz a letra (não vou adjetivá-la, pode dar cadeia) do hino, seguimos “deitados em berço esplêndido”.
Parece ser nosso destino.
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4 comentários:
É,quem diria...
Viva o Paraguai. Já não podemos fazer piadas com lusitanos, pois já somos uma piada. Logo, teremos o Paraguai como símbolo de qualidade e nós...
Fala Blogueiro do Ano!! hehehe
O texto é de sua preferência! O tema é livre. Seus textos são ótimos, até os da fazenda. Esse último sobre a bezerra me lembrou da vez de quando era garoto na fazenda da minha vó lá na Espanha eu fui me meter a brincar de esconde-esconde. E onde fui me esconder? Atrás da vaca mais brava de todas. Resultado, ela se irritou, saiu desembestada atrás de mim e eu correndo para salvar minha vida. Nunca vou esquecer...
Abraços!
Parabéns, Emerson! Méritos não lhe faltam. :)
Pablo, essa historinha foi engraçada. :D
Simplesmente genial, Emerson!!!
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