Um Olhar Crônico sobre os dias de hoje e alguns de ontem. Um Olhar Crônico sobre a vida nas cidades, a vida na megalópole, a vida na roça, quando é dura, e no campo, quando é lírica. Textos, Idéias & Coisas diversas, aquelas que passam pela cabeça e a gente acaba registrando, sabe-se lá pra que ou mesmo porquê.
quinta-feira, outubro 27, 2005
Chocottone? Oba!
Aconteceu há poucos dias. Desci para o café-da-manhã, a mais gostosa de todas as refeições, e deparei-me com uma surpresa deliciosa: o primeiro chocottone do ano. Aquele foi um café especial, é claro, saboreado com mais vagar. Li mais páginas do jornal que o habitual. À primeira caneca de leite com nescafé seguiu-se uma segunda, tão saborosa quanto a primeira. Meu humor recebeu uma considerável dose de otimismo logo cedo. E o mundo, mesmo com o jornal no colo, deixou de ser tão tenebroso.
Tudo por obra e graça do primeiro chocottone da estação.
Felizmente a colomba pascal que se vende por aí não tem a cara e muito menos o sabor do chocottone. Seria uma intromissão indevida, para dizer o mínimo, se ela substituísse o outro. Nada a ver. Sou daqueles que acreditam que certas comidas precisam ter, também, o gosto da estação. O gosto do clima, da época, da expectativa festeira de cada época. Tal como o quentão. Eu, particularmente, não gosto da bebida em si, mas adoro seu perfume. E quentão é noite fria em beira de fogueira, um monte de gente papeando e a gente indo e vindo da beirada do fogo, ora pra aquecer, ora pra esfriar porque esquentou demais. É o que acontecia com as castanhas e nozes. Quando apareciam, traziam consigo Papai Noel, promessa de festa, famílias reunidas e presentes, claro. As nozes e castanhas antecipavam a felicidade.
E o chocottone é isso. O primeiro do ano lembra às minhas papilas gustativas – hummmm... – que as “festas” estão chegando. E essa lembrança que nasce dos sabores é forte, assim como são fortes as lembranças que passam pelo nariz. A massa do chocottone é a mesma do panettone, mas melhorada pela presença não abusiva do chocolate. Macia e parecendo úmida, sem ser úmida. Pena que nosso Natal é quente! Se fosse frio como é mostrado nas imagens com Papai Noel, não haveria chocottone que desse! Até por isso, gosto de comer minha fatia diária de chocottone logo cedo, quanto mais cedo e próximo do frescor da madrugada, melhor, principalmente no sítio nos finais de semana.
Talvez seja por causa do chocolate, que dizem liberar as tais endorfinas que nos dão prazer. Pode ser. Mas não importa o motivo, em tempo de chocottone meu humor está sempre um pouco melhor.
Como isso aqui é Brasil, fica melhor terminar dizendo que em tempos de chocottone, meu humor fica sempre menos ruim.
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Um comentário:
Huuummm! Que delícia! Afe! :)
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