A sagrada leitura do Estadão no café da manhã quase me dá indigestão. Na 1a página, manchete principal, um baita e violento foco de aftosa no Mato Grosso do Sul.
Gente, desde meados do governo Figueiredo a agricultura, o agronegócio, vem segurando as pontas da economia brasileira. Isso não depende de análise estatística sofisticada ou o que quer que seja. Ao contrário de outros países, inclusive grandes produtores de alimentos, por aqui jamais faltou algum item nas gôndolas, exceção feita à carne no Plano Cruzado, mas por motivos tão óbvios e banais que nem vale a pena lembrar. Ou melhor, vale sim: o governo do capitão-hereditário do Maranhão, o neo-companheiro Zé Ribamar, queria que os criadores entregassem gado para abate aos preços irreais determinados pelo governo. Oras, pois pois, isso não deu certo nem na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas de Stalin! Nem na China da Camarilha dos 4! Portanto, nem vale a pena falar desse período um pouco mais imbecil que a média em nosso passado.
Hoje, o complexo Carne responde por cerca de 6 bilhões de dólares em exportações. Repito e confirmo: seis bilhões de dólares (seis mil milhões, para que não pairem dúvidas). Há coisa de 5 anos os representantes do setor vêm brigando por mais verbas para a fiscalização sanitária. No governo lulla, a verba para o setor foi reduzida, na prática, a 1/3 (um terço) do que era no governo Fernando Henrique, onde já era insuficiente. E essa insuficiência foi anotada e comentada pelas autoridades da área da Comunidade Européia.
Há meses o ministro Roberto Rodrigues – ao lado do Furlan o único que realmente funciona e trabalha - vem pedindo maiores recursos e, principalmente, liberação dos recursos alocados. Pelo menos em uma oportunidade o ministro “pediu suas contas” e arrumou a trouxa. Ficou, por dignidade e compromisso com os produtores rurais. Mas o Toninho Palocci não liberou a grana.
Essa explosão de afosa, se não ficar restrita à fazenda onde surgiu, não por coincidência na zona fronteiriça com o Paraguai, trar-nos-á um brutal prejuízo para a economia. Ou seja, exatamente tudo que não precisamos. Esse é o “excelente” governo dos companheiros.
Ah, sim, sem querer fazer drama (alías, como venho usando essa frase, ou seja, estou fazendo drama ou a situação é que está com viés de drama?), até porquê prefiro as comédias, mas a OMS – Organização Mundial de Saúde – e o governo americano, hoje muito mais esperto e expert nessas coisas, estão apavorados com a perspectiva iminente de uma pandemia de gripe asiática. Acreditam, e daí o pavor, que 80 a 90 milhões de pessoas possam morrer caso isso aconteça.
Vejam bem, isso não é spam ou algum grupelho contra proibição de armas ou o que seja, isso é uma manifestação bastante séria da organização maior de saúde em termos planetários e do departamento da área da mais poderosa nação da Terra. Simples assim.
E nós, que somos o maior exportador mundial de frango e de carne bovina, não temos recursos para a contratação de veterinários e técnicos, e ampliação e modernização das estruturas de controle e, mais importante que tudo, prevenção.
Não dá nem pra ironizar.
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