quinta-feira, outubro 20, 2005

Roubo na madrugada

Um lance divertido nesse último final de semana no sítio.

Estava conversando com o Esrael e com o Ismael sobre o referendo. (É Esrael, sim, eu pensava que era Israel, mas estava errado... Pra facilitar, ficou só Rael.) Podem não acreditar, mas tento ser honesto, colocando prós e contras as diferentes posições. No caso deles, porém, não precisei gastar saliva, ambos votarão NÃO.

Essa conversa aconteceu na tarde de sábado. Domingo, logo de manhã, o Rael foi pra casa do sogro já que era sua folga. Dali a pouco voltou, trazendo um pacote que levou pra sua casa. Era carne de porco. E contou a história daquela carne:

Luiz, pai da Maria, mulher do Esrael, mora, como eu disse num sítio próximo, onde é o faz-tudo, de ordenhador a piscineiro, passando por tratorista. Além da Maria ele tem mais 4 filhas e 1 guri, o caçula (acho que quando chegou este, Luizinho, por supuesto, as torneirinhas foram fechadas...). As meninas casam cedo, e separam cedo, também. Menos a Maria, claro. Na casa dele moram 7 adultos e adolescentes e 2 ou 3 crianças de colo ou recém-saídas do colo. Há que alimentar toda esta gente! Haja leite, alface, arroz, ovos e carne, claro. Haja carne. Previdente, o Luiz cria porcos. Tem uma meia dúzia pro gasto da prole.

Pois bem, de sábado para domingo, por volta de 2 da manhã, alguém ouviu barulho dos porcos no chiqueiro, meio afastado por causa do cheiro. Madrugada quente, lá saiu ele de calção pra ver o que era. Pensou ter distinguido dois vultos e soltou o berro, algo como "Dá logo essa espingarda aí, Fulana!"... "Corre, que os “fdp” vão fugir!"

De fato, os “fdp” fugiram na moto que foi deixada escondida na estradinha próxima. No caminho largaram dois leitões, um morto e outro vivo. O morto, supõe-se, foi o que berrou. Pesava 30 kg, deu um bocado de carne pra fiarada toda. Mas estava sendo guardado pro Natal.

O Luiz não tem espingarda. Como sobrar dinheiro pra comprar uma com tanto filho e agora 2 ou 3 netos juntos? Sem falar nas despesas imensas com documentação. O jeito é fingir que tem e torcer pela sorte.

E votar NÃO no domingo, claro. :o)

(Na verdade, essa artimanha já foi usada outras vezes. Geralmente funciona, mas se ao invés de pés-de-chinelo forem ladrões de fios, a coisa complica. Em 2004 atiraram num vizinho, no peito. Não morreu por muita sorte.)

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