terça-feira, maio 10, 2005

Irrelevante


Em Moscou, cerca de 50 chefes de estado de todo o mundo reúnem-se para comemorar o fim da II Guerra e a vitória das forças democráticas sobre o nazi-fascismo.

Dentre os chefes de estado lá presentes não está o do Brasil, nação que enviou razoável contingente para os campos de batalha da Itália, na Frente Sul, onde algumas centenas de brasileiros perderam suas vidas em combates pela liberdade. Independente de sua participação ativa na luta armada, esse país foi um grande participante do esforço de guerra aliado, produzindo alimentos e matérias-primas para as tropas e industrias americanas e européias. O Brasil é o grande ausente dessa comemoração.

É e não é.

É, ao mínimo pela memória dos que morreram.

Não é pela nossa irrelevância política, pela nossa visão imbecilizada do mundo e das relações entre as nações.

Não, imbecilizada é um termo forte, melhor trocá-lo.

Não é pela nossa irrelevância política, pela nossa visão infantilizada do mundo e das relações entre as nações. Nossos atuais dirigentes, antes de imbecis são infantis. Os atuais detentores do poder, eleitos democraticamente, graças, talvez, quem o sabe? - à derrota do nazi-fascismo em 1945, preferem ficar por aqui, brincando de ser potência e se reunindo com irrelevantes dirigentes latinoamericanos e árabes. Vale dizer que, de Latino América, 4 presidentes não vieram. E do mundo árabe, meia dúzia tampouco, justamente os mais importantes, ou, pior ainda, justamente os únicos importantes. O presidente dessa coisa toda deixou de usar seu brinquedo voador para uma das poucas viagens realmente importantes que deveria fazer durante seu triste mandato. Tudo irrelevante.

Eu confesso que já acreditei nesse país.

Eu confesso que, até tempos recentes, duvidava desse país.

Eu confesso que hoje eu simplesmente desacredito desse país.

Esse governo é tão canhestro, tão desprovido de um mínimo de capacidade executiva, tão desprovido até de um mínimo senso de ridículo, que simplesmente dá-se ao luxo de paralisar a vida na capital federal por ser incapaz de organizar o trânsito num dia de reuniões insignificantes com e entre insignificantes delegações estrangeiras. E isto numa cidade como Brasília com suas características próprias, em tudo diferente de um centro real, como São Paulo ou mesmo o Rio de Janeiro.

Que vergonha...

2006 está longe demais para o meu gosto.

2006, desde já, me apavora.

Tenho medo do inimaginável.


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Um comentário:

Anônimo disse...

Estive pensando em um blog comunitário... Sobre futebol, um representante de cada um dos quatro grandes do Estado...