domingo, abril 09, 2006

Crônicas policiais...


Não, não são crônicas policiais no sentido exato, mas, pode-se dizer que, bom, verdade seja dita, não são crônicas, são comentários, pitacos, como se diz hoje, pitacos policiais. Deveriam ser políticos, mas, bom, é chato, né, mas nesse bananal atual, pelo menos para o meu nível de ignorância, fica difícil separar uma coisa de outra.


Pergunta do MILHÃO

É sabido que o salário de ministro não é lá grande coisa. Eu mesmo não lembro a quanto monta, mas gira aí por volta de uns doze mil reais por mês. É sabido, também, que o salário de prefeito de Ribeirão Preto não é lá grande coisa, igualmente. Sabe-se, ainda, que o ex-ministro Toninho Palocci não é – ou não era, originalmente - homem de grande fortuna, pelo contrário.

Oras, pílulas, então, de onde viria o MILHÃO de reais que o ex-ministro queria oferecer a algum funcionário da Caixa para assumir a culpa pela quebra do sigilo do caseiro Francenildo?

Essa é a pergunta que não vi ninguém fazer e é, entre muitas, a resposta que mais me interessa.

Mas por que ninguém pergunta sobre isso?

Por que?


Diga-me com quem andas...

Sou um grande leitor de livros policiais, principalmente os ingleses e americanos. Mas também leio os brasileiros. Também assisto a algumas instrutivas séries americanas, na linha de CSI, por exemplo. Sou voraz devorador de livros e filmes “de tribunal”. Sou, portanto, um sujeito com boa cultura jurídico-policial, certo? Certíssimo, claro. Qualquer dia, ainda presto o exame da Ordem. Ou me candidato à Academia de Polícia. Como professor, evidentemente. Dão risada? Pois fiquem sabendo que há uma forte reação de muitos departamentos policiais americanos contra as séries CSI e similares, exatamente por seu realismo excessivo, que vem servindo como cursos de pós-graduação para muitos criminosos. Então, se servem para criminosos se graduarem, servem, também, para os defensores dos bens, da lei e da ordem se aprimorarem.

Esse vasto saber jurídico (quem sabe, um dia, o Supremo?) leva-me a dizer alto e bom som: advogados que convivem e confraternizam demais com seus clientes, viram... clientes. É o que acontece.

E paro por aqui, pois ir adiante implica em penetrar em área de risco, restrita a jornalistas com todo o peso de vetustos e tradicionais órgãos de imprensa por trás, além, é claro, de seus fantásticos departamentos jurídicos, algo impensável para um blogueiro pobre metido a besta.

Não sem antes dizer que pretensão e água benta...


Conversa de cerca

Quando chego no sítio vou sendo informado das novidades. É de lei, é natural, é assim que é. O pessoal dá uma encostadinha na cerca, paradinha básica prum gole d’água e um cigarrinho, e pronto, temos dois dedos de prosa rolando.

Vai daí que, Fulano, cujo nome não sei ou já esqueci, caseiro de dona Helena, encostou na cerca e ficou de converseio com Francenildo. Conversa vai, conversa vem, conversa vem, conversa vai, e Francenildo contou que estava com uma boa bufunfa na mão e pensando em comprar um lote pra fazer uma casinha, pensando e garantindo seu futuro. Fulano, naturalmente, comentou com dona Helena a respeito. Muito justo, justíssimo. Oras, com o Nildo envolvido em tantas aventuras, calhou de dona Helena comentar a conversa de seu caseiro Fulano com ninguém menos que... Toninho, à época ainda ministro da fazenda desse bananal.

Consta que foi assim que a república ficou sabendo da grana do Nildo e movimentou seus imensos e vastos recursos no sentido de detonar o pobre caseiro da república de Ribeirão.

Dona Helena entrou em férias, aparentemente meio assim, subitamente, entendem?

Dona Helena é famosa, tem um blog, tem, ainda, a minha admiração e leitura, é uma grande jornalista e, nada mais, nada menos, é diretora da sucursal de Brasília do jornal O Globo.

Depois de um falatório inicial, o nome de dona Helena sumiu da mídia. Assim como ela.

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4 comentários:

Anônimo disse...

Oi Emerson,!

Os seus textos são super interessantes.

Um abraço

Nelsinho

Anônimo disse...

Olá,
Desta vez passei para desejar uma Páscoa muito feliz!
Um abraço amigo,
Daniela Mann

Anônimo disse...

O um milhão que pagaria o testa de ferro da CEF estava escondido na cueca do Genoíno. Ainda bem que nenhum otário seduziu-se por esta merreca. // Grande sampaulino Émerson Gonçalves!! O homem das letras!... ABL para o Émerson, JÁ!!

Anônimo disse...

Gosto muito dos seus textos mas hoje passei especialmente prá desejar um boa Páscoa prá você e os seus. Claro que li tudinho antes. Abraços.