Pelo que sabemos hoje, o Homo habilis é a espécie mais antiga do gênero Homo, ou seja, nosso ancestral direto mais antigo, que viveu no leste Africano entre dois e duzentos e um milhão e seiscentos mil anos atrás.
Os poucos fósseis descobertos foram o bastante para mostrar o aumento do tamanho do cérebro.
O Homo erectus é considerado uma evolução em relação ao habilis e viveu entre dois milhões e quatrocentos mil anos atrás. Além do cérebro mais desenvolvido, o Homo erectus já apresentava como característica a locomoção bípede e foi, também, o primeiro de nossos ancestrais a explorar e transformar seu ambiente, graças ao provável aprendizado de como fazer fogo e também algumas ferramentas e armas. Pelo jeito, foi com ele que tudo começou.
Há cerca de quatrocentos mil anos, surgia, em toda sua glória e esplendor, o Homo sapiens. Supostamente o auge de nosso desenvolvimento evolutivo, só supostamente, como veremos a seguir.
Uma subespécie do Homo sapiens, é o Homo sapiens var. assessorium, ou burocratus ou politicus de baixo clero. Se com o Homo erectus desenvolvemos nossa locomoção bípede, importante para alargar nossos horizontes em busca de mais comida e abrigo, além de facilitar a detecção de inimigos, com essas modernas subespécies desenvolvemos a paradoxal arte da locomoção bípede de quatro. Sim, de quatro, pois são seres que se curvam e assim desenvolvem suas vidas e carreiras, curvados aos desejos e interesses de outros. Um animal muito interessante evolutivamente, ainda que asqueroso pessoalmente. Como as baratas de esgotos.
Outra evolução do Homo sapiens é o Homo sapiens var. profissionalis, que na vida real são conhecidos por executivos, geralmente de empresas multinacionais. São tidos e havidos como um dos pontos culminantes da evolução, a mesma que nos gerou Gisele Bundchen e Lula, Lorelai Gilmore (Lauren Graham) e George Walker, Pelé e Sandro Goiano. Nenhum desses é executivo, mas são, também, assim como o companheiro Chávez, pontos altos de nossa evolução, provando que ela não tem o sinal de positivo acoplado, e muitas vezes, até na maioria dos casos, aparentemente, o sinal acoplado é o negativo.
A complexidade evolutiva, associada à complexidade do mundo moderno e suas exigências, trouxe o desenvolvimento de uma supespécie de Homo muito interessante. Ela tem vida curta, e nasce e cresce como Homo sapiens sapiens e depois, no final da adolescência e começo da vida adulta, muda para Homo sapiens var. estagiarius, até que, meses ou anos depois transforma-se no Homo sapiens var. profissionalis.
Ser interessante esse estagiarius. Aparentememente dotado de bom cérebro e habilidades, é mais usado como um servidor de café para os profissionalis de seu habitat. Os estudos mais recentes mostram três perfis distintos entre esses indivíduos:
- os pró-ativos, que são fuçadores, workaholics e provêm, em sua maioria, de lares com o mesmo perfil; desse grupo saem milionários diversos e donos de jatos executivos, poluidores atmosféricos em alto grau;
- os ativos, que desembocam em profissionalis típicos, relativamente bem remunerados, inseguros, infelizes, pagadores de pensões alimentícias e mantenedores dos chamados bares single;
- os pegadores de café; subcategoria interessante, muito interessante; seus membros têm três destinos: o olvido, puro e simples; ou a glória, transformando-se em líderes políticos de primeira grandeza aos olhos da plebe ignara; e ainda, finalmente, transformar-se em eméritos sevandijas, já na subespécie burocratus ou politicus ou assessorium; de acordo com a literatura especializada, Bush, Chávez e Lula são bons exemplos dessa subcategoria.
Falando ainda um pouco mais dessa subcategoria dos pegadores de café, estamos hoje às voltas com um de seus representantes. Ao contrário da média, esse começou sua carreira e transformação um tanto tardiamente, já na fase adulta plenamente instalada. De Homo sapiens foi transformado em Homo sapiens var. estagiarius num momento até certo ponto natural, desde que precedido por rituais específicos da área. O individuo em questão não só não passou pelos ritos e deveres prévios, como foi transformado, por ordens superiores, em um profissionalis de alta responsabilidade e alta remuneração, num caso não só anômalo como totalmente desprovido de lógica e coerência. Estou falando do treinador da seleção brasileira, o ex-jogador Dunga, que embora tenha o cargo de técnico, não passa de um estagiário.
- Ô, Dunga! O Dr. Ricardo pediu um cafezinho urgente. Pega lá e leva pra ele.
Esse rapaz vai longe.
Um comentário:
Viva o felix catus!
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