terça-feira, maio 15, 2007

Genéricos em promoção



Visitas de impacto

O Papa veio, andou, falou e já se foi.

A cidade parou, parte para ver o Papa, parte por causa do Papa.

A primeira vez que um papa veio ao Brasil foi mais impactante.

Lembro razoavelmente da confusão, lembro, também, que foi período conturbado em minha vida pessoal.

Da primeira vez tínhamos, numa visão mais ampla, um país a recuperar e construir. Hoje, já tivemos um país e não tivemos a menor idéia do que fazer com ele. Deu no que está dando agora.

O Al Gore também veio e já se foi. Acho que já se foi, pois foi tudo meio discreto.

Cometerei uma blasfêmia se disser que hoje, e para o futuro, o Al é mais importante que o Bento?

Poderia e deveria ser diferente, mas, sei lá... A Igreja Católica anda meio presa a velharias em total desacordo com o presente e com o futuro. Nessas terras de LatinoAmerica, em particular, de um lado a rapaziada pinta e borda e os bons e velhos conceitos e preceitos de moral, civilidade, respeito e outros, perdem-se em meio à esbórnia geral. De outro, os pregadores se metem a líderes de movimentos vários, talvez para aplacar antigas culpas, talvez por acreditarem que o caminho da fé passa por atos concretos revolucionários.

Não gosto de ver a igreja, qualquer igreja, ou seja, qualquer religião, com as rédeas do poder nas mãos. Apavorante e perigoso. Tanto a história como o presente estão repletos de tristes exemplos.

Falei mais da igreja do que do ambiente. O Gore veio para falar sobre o ambiente, algo que nos afeta independentemente de nosso credo religioso, ou ausência de credo. Ainda não terminei a revisão do documentário sobre o escurecimento global. Parei na metade, em parte por estar meio assustado com as conseqüências que ele descortina. Passei parte dos últimos dias procurando sinais de otimismo verdadeiro no horizonte, todavia, os que encontrei estão cheios de ressalvas ou trazem consigo acusações de serem forjados para não assustarem demasiado as pessoas.

Ah... O frio, finalmente

De tanto ler, ouvir e falar sobre o aquecimento global, mais do que em anos anteriores eu estava saudoso do frio, desejoso de ver esses dias cinzentos e sentir sobre a cabeça descoberta os pingos minúsculos de garoas em diversas intensidades, desde um sereno mais grosso até um garoão.

Enquanto escrevo, um pezinho de brisa gelada entra pela janela e dá para sentir pequena amostra de uma garoinha ligeira. Um dia perfeito, do qual já tenho saudades por antecipação. Por aqui, antes do aquecimento global tivemos o aquecimento paulistano, que cometeu o crime de matar a garoa que foi nossa marca registrada como cidade. Uma cidade que já foi mais civilizada, com menos asfalto, menos concreto, menos gente e mais garoa, mais frio, mais prazeres que não os atuais e supostos prazeres, movidos a rios de dinheiro e falsos como notas de sete reais. O aquecimento paulistano, um fato, é uma boa amostra, ainda que em pequena escala, do que pode representar o aquecimento global.

E vou parando por aqui.

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