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Começo de final de outono com cara e temperatura de alto inverno.
E ainda por cima úmido, com algumas chuvas bem satisfatórias.
Melhor que isso, só dois disso mesmo.
Sábado de manhã, sem poder ir pro sítio, pego a câmera nova e vou caminhar, aproveitar para testar a bichinha. Tarefa muito agradável, pois “descobri” como tirar o disparo do flash em toda foto no automático e, fundamental, descobri como acessar a lente macro. (Bom, não gosto de acessar, assim como abomino disponibilizar, mas às vezes, o jeito é usar.)
Caminho pelas ruas largas e bonitas da Fazendinha, como faço há anos. Paro e fotografo a toda hora.
0A lua já está alta no céu, quase cheia, e proporciona belas composições, como essa com as flores de uma espatódea.
Gosto das flores do “mato”, aquela montoeira de plantas pequenas que o povo chama indistintamente como mato.
No campo, são invasoras ou ervas daninhas, aliás, plantas daninhas, pois agrônomos e botânicos se aborreceram com o termo “ervas”.
Tá bom, tá bom, que sejam, então, plantas daninhas.
Mais uma bobagem semântica, mas deixa pra lá.
Bom, o mato brasileiro tem flores à bessa, muitas delas minúsculas, e fico me exercitando, mal, com a câmera na função macro.
Preciso de óculos para enxergar perto, mas não penso em mandar fazer um.
Bi-focal nem pensar.
Vira e mexe tenho que tirar meu óculos e olhar alguma coisa próxima só com o meu próprio par de olhos.
Coisa chata, mas, faz parte e, infelizmente, não me ajuda muito no foca, desfoca ao trabalhar com a câmera em situação de foto macro.
Apesar disso, algumas fotos até ficaram razoáveis, bem passáveis.
Esse ipê-roxo é mais um que vejo meio descontrolado, com flor antes do tempo, ainda com boa parte das folhas na árvore.
Creio que essa confusão deve-se às idas e vindas do frio e da seca.
No ano passado foi diferente: a seca muito prematura e uns arremedos de frio forçaram a florada dos ipês por toda parte no interior de São Paulo.
Provavelmente, essa arvore irá ter uma bela florada mais para a frente.
Não lembro o nome dessa flor, mas é bonita a danada!
Em certo ponto da caminhada pára um carro da segurança ao meu lado.
- Oi, bom dia.
- Bom dia.
- O senhor tá fotografando, né? Nossa, um monte de gente já comentou comigo sobre o senhor;
- É mesmo? Curiosidade ou medo?
- Ah, com medo, né.
- Hahahahahahahaha...
- É, o pessoal fica pensando coisas...
- Pois é, mas não precisam pensar nada. Só estou fotografando flores e árvores.
- É, eu sei, eu já conheço o senhor. O senhor é morador, né?
- Sou vizinho, moro ali atrás do “Nicolau”, mas caminho por aqui há muitos anos.
- Eu sei, eu sei. Beleza, tem problema não.
- Poxa, muito obrigado.
Não consegui disfarçar a ironia, mas o segurança não tem culpa pela paranóia dos que lhe pagam o salário e a gasolina do carro.
Ao contrário das flores, a paranóia e o medo florescem o tempo todo por qualquer motivo.
Continuo caminhando e fotografando com minha nova câmera, minha mais nova paixão, com sua zoom poderosa. Agora, é só aprender a fotografar, aprender a usar direito a câmera e, claro, não vejo a hora de ir pro sítio.
Com essa zoom, ah, não vai ter passarinho que escape dela.
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2 comentários:
esta flor vermelhinha que não se lembra chama-se albysia e meu nome é Maria Rita... Muito prazer
a flor vermelha com pistilho vinho nas pontas é a caliandra...amo.
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