Um dos motivos pelos quais não queria a permanência disso tudo que está aí, era para evitar a aceleração do assassinato do Velho Chico, ou Rio São Francisco para os não chegados. Para minha dupla tristeza, não só tudo isso que está aí continuará, como também a transposição do Rio São Francisco está retornando à linha de frente dos objetivos governamentais.
As obras do projeto faraônico, que o presidente pretende que seja a sua grande obra, seguem paralisadas, ou melhor, sequer foram iniciadas apesar de tentativa canhestra e ilegal feita nesse sentido, devido a uma série de ações judiciais que contestam a licitação do projeto, num total de 3,3 bilhões de reais, ou seja, nada menos que um e meio bilhão de dólares. O número de irregularidades e ilícitos diversos é enorme, a começar por RIMAs mal e porcamente feitos, ausência de reuniões com comunidades atingidas, etc, etc. Impressiona quem vê de fora que, mesmo ícones pétreos do partido do presidente ao longo de sua história, como o “ouvir as pessoas atingidas” e o “respeito ao ambiente”, são sistematicamente sabotados, sistematicamente jogados no lixo.
E agora, na euforia do novo mandato, o governo decidiu, meio na surdina, dividir a super-licitação em um monte de pequenas e médias licitações. Se a sociedade não reagir com rapidez, em poucas semanas fatos irreversíveis estarão criados, a partir dos quais torna-se menos difícil o prosseguimento da obra faraônica.
Pelo andar da carruagem terei de desenterrar os velhos posts a respeito, reler tudo, reescrever, ser mais um a tentar mostrar a inutilidade (pensando em termos amplos) que será essa obra, os riscos imensos para o Rio São Francisco e para a economia de todo o Nordeste, em boa parte ancorada na oferta de energia feita pelas usinas do Velho Chico.
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