Um Olhar Crônico sobre os dias de hoje e alguns de ontem. Um Olhar Crônico sobre a vida nas cidades, a vida na megalópole, a vida na roça, quando é dura, e no campo, quando é lírica. Textos, Idéias & Coisas diversas, aquelas que passam pela cabeça e a gente acaba registrando, sabe-se lá pra que ou mesmo porquê.
sexta-feira, janeiro 06, 2006
Livros...
Extraí esse post de um e-mail para um amigo.
"Andei lendo uns “par” de coisas nos últimos tempos. O mais gostoso de tudo, sem dúvida, foi o último Harry Potter. Li quase de uma só sentada.
Li o último do Rushidie – “Shalimar, o equilibrista” e também o último Le Carré – “Amigos Absolutos”. Bons, mas meio chatinhos, entende. O Le Carré é meio chato mesmo, embora escreva bem e seja interessante. O Salman, agora livre da pena de morte do Khomeini, é um pouco assim, também. Na verdade, há já uns trinta anos que estou mais pras leituras potterianas do que pra proustianas.
Fiquei decepcionado com o último Garcia-Roza – “Berenice procura”. Chocho, sem graça, interessantíssimo como proposta e fraquíssimo como realização. Ao contrário do excelente “Quando nosso boteco fecha as portas” do Lawrence Block, onde conhecemos um Matt Scudder dos velhos tempos, já ex-policial mas ainda bebum de carteirinha. O nosso Garcia-Roza se perdeu um pouco no final e, na minha opinião não abalizada, tentou fazer “literatura” e resgatar, sei lá, aquelas coisas antigas da “obra aberta”, da liberdade para o leitor pensar e escrever seu próprio final e não sei o que mais. Francamente! Se eu quisesse ler esse tipo de coisa me matriculava nas “letras” e faria um pós, depois de concluir o curso. Leitor não quer liberdade pra pensar e compor seu final, leitor quer é solução pronta e de boa qualidade. Fora isso, é coisa pra literatos e bichos-grilo.
Li, também, o último Chrichton – “Estado de Medo”. Curioso, quase todo livro dele é meio “blockbuster”, mas esse andou passando batido pelos resenhadores e editores dos cadernos de cultura. Não é pra menos, o cara faz um ataque brabo contra os ambientalistas salvadores do mundo. O chato de ler esse livro é que, toda hora, você fica tentado a ir pro micro acessar o google e conferir coisas ali escritas. Embora ele escreva mal e meio na base do “rascunhão para roteiro”, seus livros são interessantes pela abordagem a temas científicos de uma maneira gostosa. Esse não foge à linha, mas não caiu no gosto dos formadores de opinião. Duvido muito que vá conseguir financiamento para ser rodado. E se conseguir, duvido muito que consiga um cast minimamente bom e mais ou menos famoso.
Gostei do “A última delegacia”, da Patrícia Cornwell. Muito bom, mas pesado pra burro. Ela continua bonita e ultra-bem-produzida, mas seus livros estão cada vez mais pesados e sombrios. O diabo é que me apaixonei pela pentelha da Kay Scarpetta há muito tempo. O único senão é que esse livro exige a leitura prévia do anterior, não tem como ser diferente.
Ganhei de Natal a última versão – nem é edição – do “Aves Brasileiras”, do Dalgas Frisch, agora bem ampliado e com algumas fotos. Bem legal, consolida os antigos e me permite esquece-los na estante.
Andei lendo mais um e outro, e o gostoso, mesmo, é pegar o Fernando Pessoa da Nova Aguilar e procurar, e descobrir, novas coisas interessantes. Ou reler e repensar velhas conhecidas. Indoutrodia até usei uma citação do Pessoa num texto sobre futebol.
Ao fim e ao cabo, fecho 2005 e “Equador”, do Miguel Sousa Tavares, continua como o livro que reuniu a melhor combinação de gostoso com bom. Gostoso de ler e bom de bem escrito, de ser uma obra que leva o gajo que a lê a pensar. Até o companheiro Zé Dirceu gostou, e citou."
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2 comentários:
Que resenha gostosa. Obrigado mesmo. Em alguns casos aí, fica melhor ler você que o livro citado.
Aliás, quando você lança o seu, então?
Beijos
Caro,
Vejo, por este post, que você gosta de thrillers e livros policiais e de suspense. Acho que você talvez gostasse de um livro chamado 120 Horas, um thriller brasileiro, que está sendo lançado. A editora é a Planeta e o autor, Luis Eduardo Matta. É um livro excelente, envolvente e surpreendente de intriga internacional, sobre uma grande conspiração no Oriente Médio. Thriller d eprimeira linha, muito melhor do que Michael Crichton ou Garcia-Roza. Vale a pena.
Abraços,
Jorge
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