quarta-feira, abril 27, 2005

Respeitosamente, vá se catar!

Ridículo!

Grotesco e ofensivo.

Poucas vezes vi ou ouvi um homem público falar tão grande asneira como o fez dessa vez S. Excia. , o presidente Luiz Inácio da Silva. Lembrando que, por força de sua vitoriosa e muito incensada carreira sindical, acrescentou Lula ao seu nome.

S. Excia. não trabalha há décadas. Desde que virou dirigente sindical. A partir daí, sua vida foi uma sucessão de reuniões e conversas. Ficou uns dias preso, é verdade, bem tratado, visitado e paparicado. Esse período de férias de alguns dias rendeu-lhe bela e polpuda aposentadoria precoce – não sei de que, mas enfim... – além de enriquecer seu currículo.

Sua filha mais velha estudou em Paris, com tudo pago por representante da burguesia tupiniquim.

Morou de favor em bela casa cedida por amigo durante muitos e muitos anos.

Com tanta falta de despesa, é claro, conseguiu comprar apartamento de bom padrão e chácara idem. Nada contra, muito antes pelo contrário. Tudo justo, muito justo, justíssimo.

S. Excia. só levanta o presidencial traseiro da poltrona do palácio para acomodá-lo na poltrona do AeroLula, brinquedinho que custou a bagatela de 70 milhões de dólares (57 da compra e 13 das adaptações e equipamentos, valor que a imprensa nunca lembra de citar e acrescentar ao valor da compra).

S. Excia. desconhece o que é a vida comum, corriqueira, de quem não é, como ele, um privilegiado. Não paga escola, não paga cartão de crédito, não paga aluguel ou prestação de casa, tem aposentadoria boa e gorda garantida, enfim, S.Excia. desconhece a vida real. Há décadas vive em um mundo de fantasia falando e opinando sobre o mundo real, cada vez mais distante, cada vez mais esquecido e deturpado.

S.Excia., depois de falar um monte de asneiras por terras d’África, Ásia, Américas e Europa (faltam Oceania e Antártida) e uma infinidade de tolices na Terra de Vera Cruz, pronunciou, agora, a maior e melhor de todas, seu atestado de incompetência: mandou-nos levantar os traseiros, abandonar o comodismo e procurar outro banco com taxa de juros mais barata, ao invés de xingar de noite e pagar os juros de dia. S.Excia. foi mais além, ao dizer que a gente reclama dos juros num bar. Oras, Sr. Presidente da República, faça-me o favor! Ao contrário do senhor, cujo gosto pela bebida é conhecido até nos "Isteitis", eu não bebo, muito menos em bares, até porquê o dinheiro anda escasso para isso. É, isso mesmo, afinal, na vida real e no meu pobre caso, se eu beber e comer num bar terei uma conta para pagar. Não há 175 milhões de bobos pagando também essa conta para mim.

Por último, mas não menos importante, S.Excia. esqueceu que uns 54 milhões de comodistas levantaram os traseiros e foram às urnas votar justamente no senhor para mudar “tudo isso que está aí”. Pobres eleitores.

Ah, quer saber duma coisa? Sr. Presidente, com todo o respeito, vá se catar!

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3 comentários:

Anônimo disse...

Matou a charada. Quando os milhões de traseiros se levantarem, vão ser pra tirar o traseiro infecto dele da cadeira de presidente. E será preciso desinfetá-la, obviamente. Feito o Maluf com FHC.

Anônimo disse...

Ou não foi o Maluf? Agora não lembro se foi o Jânio... Vai saber, enfim...

Emerson disse...

hehehehe... Vamos lá. Isso aconteceu trocentos anos atrás, acho que em 1984.
Fernando Henrique era o virtual prefeito segundo todas as pesquisas. Sua vantagem sobre o segundo colocado, o ex-presidente Jânio "fi-lo porquê qui-lo" da Silva Quadros, era enorme. Enfim, todos e qualquer um davam-no como eleito. Eram favas contadas. Um jornalista, se não me engano da Folha, teve a infeliz idéia de fotografá-lo sentado na cadeira do prefeito, que era o Mário Covas, se a memória não me falha. Assim foi feito e a foto foi feita.´
Jânio venceu. Foi uma eleição esquisita, tudo foi esquisito, o povo é esquisito, não poucas vezes. Antes da posse, Jânio, com fotógrafos no gabinete, desinfetou a cadeira antes de sentar-se.
Quanto a Fernando Henrique, aprendeu a lição. Um dos motivos de sua derrota foi a pergunta cretina de Boris Casoy - a quem respeito - num programa de debate, se ele acreditava em Deus. Vixxxeeeee... No atrapalhado da resposta atrapalhou-se a candidatura. Como eu disse, o povo é esquisito. Não vai à missa, não comunga, não segue nenhum mandamento da igreja - principalmente os piores, como respeitar a mulher do próximo - mas não perdoa quem não é religioso como ele, povo. :o)