Escrever é tarefa que dá muito prazer e traz, também, muito prazer.
Bom, nem sempre, é verdade. Vez ou outra algum espírito de porco – nada a ver com os torcedores palestrinos, é só a velha expressão popular – aparece e perturba, irrita, até. Não faz mal, entretanto. É baixo preço a pagar pelo muito que tantos outros outros espíritos alegres, inteligentes, agradáveis, proporcionam.
Nesse ano de 2007 o Um Olhar Crônico ficou um tanto abandonado. Espero corrigir isso em 2008. Acreditem, não foi por falta de vontade. Não chegou a ser por falta de tempo em parte desse ano tão veloz. Foi mais por falta de inspiração, mesmo. Outro tanto foi por achar melhor deletar textos que saíram raivosos, chatos, cheios de reclamações, com muita escuridão e pouca luz. É, teve disso, também. Em quase metade do ano a seca detonou, deletou meu humor. Tudo fica melhor quando chove, mesmo com esse calorão brabo.
Em 2007 escrevi muito mais no Olhar Crônico Esportivo, invertendo a ordem como vinham as coisas. Falar futebol em si não é minha praia, confesso. Como já escrevi inclusive no meu perfil, há muito mais gente capacitada, muito melhor capacitada para isso do que eu. Acabei dando maior importância ao que o Marcelo Damato denominou “extracampo”. É bem por aí. Sou mais atraído pelos bastidores, pelos números, pelos planos, do que propriamente pelas jogadas, pelos esquemas táticos, pelas eternas discussões em torno da bola de fulano ou beltrano. A bola, qualquer que seja, qualquer que seja o modo como é jogada, é mais e mais fruto dos bastidores. Tudo que acontece no campo é cada dia mais ditado pelo que acontece extracampo. Essa é a minha praia, não que eu nade bem nela, mas é a minha praia preferencial.
Os blogs fecham 2007 com a média de mais de 8.000 visitas por mês, um número que me enche de orgulho. Negar, seria tolice e presunção. No decorrer do ano, percebi que minha relação com os dois blogs mudou, na verdade, está mudando.
Não abro mão de escrever somente o que penso, mesmo que isso signifique remar na contramão de alguma maioria.
Não abro mão de parecer contraditório e – por que não? – de ser contraditório, mesmo. Tanto posso elogiar Lula, como criticar lulla da Silva. Infelizmente, para todos nós, acho que mais critiquei lulla da Silva do que elogiei Lula. Lamento, mas a culpa por esse desequilíbio não é minha.
Tenho medo das verdades únicas, fundamentalistas. George Bush é assim, Khomeini também era. Assim também o são muitos militantes de muitos partidos políticos, inclusive um tupiniquim.
Sou fundamentalista numa coisa e dela não abro mão: a defesa da democracia. Porém, como a democracia é o oposto do fundamentalismo, ao defendê-la encarniçadamente não sou fundamentalista. Sou apenas um democrata.
Alonguei-me, pra variar.
Muito obrigado pela amizade, pela presença, pelas palavras, pelo incentivo que vocês me deram.
Que 2008 seja um ano melhor do que foi 2007 para todos nós e para esse imenso bananal que todos amamos e gostamos de chamar de Brasil.
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