Olhando de longe ele não é grande coisa.
O que mais chama a atenção é sua velocidade e a precisão nos movimentos.
Quando a luz favorece, podemos ver suas cores brilhantes, como se fossem metálicas.
A Maria Helena chamou-o de “visitante”. Errou, Maria Helena, ele é morador permanente, está mais para proprietário mesmo. Acho que o visitante por ali sou eu.
Como boa parte dos beija-flores,
ele é territorialista ao extremo e
toma conta zelosamente de seu domínio. Leva uma vida boa, o maganão. Não precisa se esforçar em busca de comida, pois a ela é farta em volta de casa.
Seu domínio envolve o entorno da nossa casa, e compreende, principalmente, o cipó-de-são-joão que subiu pela figueira e deitou suas flores no alto, vistosas e saborosas até para nós, os macacos-sem-pelo que ficam por ali em estranhas atividades.
Da figueira, pousio também muito apreciado por sabiás, saíras, sanhaços & cia. bela, ele voa sobre o telhado de casa e pousa no timburi. A seus pés, ou a seu bico, um bom e variado estoque de comida: a russélia, a diadema, os camarões e a mini-grevílea. Isso agora, claro, pois em outras épocas há, também, a caliandra, hibisco e outras. Sem falar nas flores das muitas laranjeiras e também
dos mamoeiros da horta.
Seu nome é Eupetomena macroura, mas pode chamar de tesoura ou tesourão.
Com o frio desses dias, ele começa a trabalhar meio tarde para um pássaro – na verdade ele não é um pássaro, pois os troquilídeos não fazem parte da ordem Passeriformes (a mais numerosa entre as aves), e tem sua própria ordem, a Trochiliformes, com várias famílias -, pois espera o sol esquentar um pouco e aquecer sua musculatura.
Nosso jardim está desfalcado. A russélia cresceu de forma assombrosa e tivemos que cortar boa parte dela. Os camarões estão meio em recesso e precisamos plantar mais, assim como as lanterninhas e sininhos. E mais um monte de flores outras. E vamos ter que espalhar mais, para evitar a competição por um mesmo território. Passando por ali, mesmo ocasionalmente, vemos freqüentes brigas, com o nosso pequeno e veloz senhor feudal voando ligeiro atrás dos invasores.
5 comentários:
Adorei a aula e relmente nesse lugar maravilhoso ele é o dono do pedaço. Consigo receber alguma viita porque deixo sempre água para eles e volta e meia sai uma briga ( como gostam de brigar). Já sobrou até para meus alunos, pois dou aula na varanda, mas eles adoram. o fato de morar embaixo da Pedra da Gávea ajuda, iso aqui é um zoo, você vê tucano, mico, sabiá
O anônimo que só consegue potar assim sou eu, Maria Helena. Abraços.
ó céus, beija flor não é pássaro?
Pois é, Leila, beija-flores não são pássaros, mas são passarinhos.
:o)
Como a ordem Passeriformes é a que conta o maior número de espécies entre as aves, e só no Brasil esse número é de várias centenas, o povo generalizou e passou a chamar toda ave pequena pequena de passarinho. Rolinhas, por exemplo, bem como pica-paus e anus, tampouco são pássaros, mas são passarinhos.
:o)
Hoje fotografei o "meu".
Eu batizei ele de "passarinho de guarda", porque hoje mesmo debaixo de chuva, ele botou para correr outros 3 beija-flores,uma dúzia de sebinhos e um sanhaço...
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