sexta-feira, julho 27, 2007

Julho chuvoso e diferente


Bem diferente do normal, esse mês de julho foi molhado, aliás, muito molhado.

Estava para comentar esse fato quando se deu o acidente com o vôo 3054.

Hoje, fica mais ou menos claro para mim que, tivéssemos vivido um julho dentro da normalidade, o acidente não teria ocorrido. Com falha humana ou não, falha mecânica ou não, a verdade é que a pista não estava preparada para operação em dias chuvosos. E o grooving estava programado para ser feito agora, nesse período. Com as ranhuras na pista, muito provavelmente não teríamos, também, o acidente.

Não escrevo isso para tirar culpa alguma, apenas tentando clarear minhas próprias idéias a respeito. Quando terminou a reforma da pista principal, ficou faltando o grooving, que só pode ser realizado decorrido um tempo mínimo depois da conclusão da pista. Como historicamente esse período do ano tem sido cada vez mais seco em São Paulo, os responsáveis por Congonhas chegaram à conclusão que não haveria riscos. Uma decisão normal, sem maiores contestações.

Complementando essa postura, o Ministério Público pediu e a Justiça concedeu liminar proibindo pousos em dias chuvosos. Essa medida, para infortúnio de passageiros e seus familiares, bem como do pessoal que trabalhava no prédio da Express, foi derrubada. E os pousos foram liberados para dias de chuva. Tinha uma determinação de verificação in loco de hora em hora, mas... Puxa vida, ir pra chuva de hora em hora só pra olhar de perto o que já se vê bem (sic) de longe? Pois é.

Um mês gostoso

Frio e chuva, muita chuva, por sinal, fizeram desse julho um mês delicioso. Mês para sopas quentes, pão italiano, vinho tinto um pouco mais encorpado. Mês de ganhar peso, infelizmente.

Choveu no sítio, também, embora menos que em São Paulo. Chuvas boas, nem tanto para ajudar a vegetação ou para fazer o capim crescer – os dias continuam frios e mais curtos, ainda. Crescimento de capim, mesmo, só com os dias mais longos e mais quentes, ou seja, a partir da primavera, desde que haja umidade no solo. Esse é o drama: as chuvas de primavera chegarão na hora certa? Teremos veranico prolongado?

Mas chuvas em julho são sempre muito bem-vindas. A poeira acaba, os reservatórios subterrâneos são reforçados, algumas plantas tiram proveito dessa umidade e crescem, enfim, mal não fazem, pelo contrário.

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2 comentários:

Anônimo disse...

Que crônica deliciosa!

O post "27 de julho" contém informações interessantes. Fiquei muito curiosa sobre o conteúdo do pedido de liminar, bem como da decisão que a derrubou.

Abraço

Anônimo disse...

Errata: o post a que me refiro na segunda linha do comentário é "Julho chuvoso e diferente". :)