Um janeiro normal e a sorte com o
silo
O mês termina com 268 mm registrados aqui no Sítio das
Macaúbas.
Um volume respeitável de chuvas, mas absolutamente dentro da
média para o mês.
Dias atrás, porém, enquanto tivemos aqui 25 mm, na cidade
choveu mais de 100 mm!
A represa, quase totalmente seca há poucos meses,
transbordou. A água invadiu e cobriu o asfalto. Desceu um pequeno desnível e
cobriu de água uma bela horta, parte em estufa, parte a céu aberto.
Curiosamente,
na véspera ou antevéspera desse dilúvio, ao passar por ali a caminho da cidade
vi a horta sendo irrigada, com todos os aspersores funcionando, molhando as
verduras. No dia seguinte o local parecia uma lagoa.
Prejuízo total para o horticultor e mais o prejuízo em diversas
instalações e até em duas ou três das estufas mais próximas, também invadidas
pela água.
- Nossa, como a verdura tá cara hoje!
Sim, minha senhora, meu senhor, é a chuva.
Às vezes ela falta, às vezes ela abunda.
(Abundar é um verbo feio, mas é um bom verbo.)
Aqui tivemos sorte.
De segunda pra terça caiu um mundaréu de água aqui pertinho,
na Estrela. Na propriedade do Rubens o pluviômetro registrou mais de 30 mm, o
que prejudicou os trabalhos no dia seguinte.
Enquanto isso, tivemos somente 10 mm aqui em casa e no dia
seguinte, a terça-feira, começamos a cortar o milho para encher o silo. Armou chuva
de terça pra quarta, mas, felizmente, não choveu.
A quarta amanheceu com cara de muita chuva. Medo.
Terminamos o corte e o transporte do milho, fechamos o silo
como manda (quase) o figurino (faltou colocar uns cordões de sacos com areia ou
terra sobre ele, mas, paciência) e...
Caiu a chuva durante a ordenha da tarde.
Tivemos muita, muita sorte mesmo!
De vez em quando é bom.
Seguem fotos do processo de ensilagem – o corte na lavoura
(a planta é cortada próxima da base, picada inteira, inclusive as espigas com o
milho passado do ponto de pamonha), a descarga num dos nossos dois
silos-trincheira (gostaria de ter mais uns quatro, mas faltam-nos barrancos), a
esparramação e compactação da massa picada pelo trator e o silo pronto, já
coberto.
Por baixo uma lona nova (tá cara à bessa/beça), por cima a
lona do ano passado.
Na base, no chão do silo, colocamos feno para fazer um piso.
Ele protege o silo do contato com o solo e na hora de retirar e levar pras
vacas não temos perda alguma. O próprio feno, molhado e temperado com a água perdida
pelo milho, fica cheiroso, muito palatável, e as vacas comem tudo.
Nesse ano
inovei: cobri o milho com mais feno e só então colocamos as lonas. Em maio, ou junho (de preferência), verei o
resultado.
O feno que colocamos é tipo B ou C e nessa época do ano seu
preço é muito baixo. B ou C acaba sendo teoria, pois não conseguimos achar
fardos ruins, de fato, então o feno que foi pro chão é o mesmo que as bezerras
e novilhas comem durante a noite.
A cada carreta aplicamos inoculante, que acelera a fermentação e melhora a qualidade do silo. O inoculante é como se fosse um fermento, tal como se usa nas cozinhas e padarias. Meio caro, mas compensa.
Fechamos o silo com alguma coisa entre 52.000 e 55.000 kg de milho picado. Isso é peso de entrada, peso bruto. O peso líquido, ou melhor, o peso seco, daqui a quatro meses ou pouco mais quando começarmos a usa-lo, terá caído uns 25 a 30%. Perda de água.
Um pouco mais de custo, um bocado a mais de qualidade.
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