sexta-feira, janeiro 01, 2016

Um ano molhado

Um ano molhado

Assim foi 2015: molhado.
O ano fechou ontem com 28,5 mm durante a noite, antes de começarem os fogos da passagem.
Dezembro fechou com 187,0 mm.
Na soma com o incrível novembro o total foi de 500,0 mm!
E o ano inteiro acabou com 1.468,0 mm.

Bom demais, claro, apesar do barro.
As terras do Sítio das Macaúbas são bem permeáveis, um solo areno-argiloso que absorve bem as águas. Nosso lençol freático deve estar bem cheio.


Um ano molhado, sim, mas nem tanto


Essa precipitação total próxima de 1.500 mm não é, porém, nada de extraordinário. A média de chuvas aqui em Santa Rita do Passa Quatro, de acordo com dados da UNICAMP  e seu Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura é de 1506,8 mm. Portanto, o ano ainda esteve 2,6% abaixo da média.
Mesmo assim, foi bom demais.

Por sinal, a média geral do Estado de São Paulo gira um pouco para cima dos 1.500 mm anuais.


Um problema, nesse ano de 2015 e em quase todo ano, é a forte concentração de chuvas num período curto e sua ausência em outros. 
Se em novembro tivemos 313,0 mm, tanta chuva que foi até ruim, em julho tivemos 13,0 mm e no tenebroso agosto apenas 4,0 mm, fator agravado pelo Sol terrível e pelos ventos secos, que, literalmente, chupam a umidade do solo, secando-o e ressecando-o. 
Chegou setembro e com ele chegaram as antigas e sumidas chuvas da primavera. Ficaram concentradas, porém, num período de dois ou três dias logo no início do mês, entre os dias 7 e 12, com 115,0 mm. Depois... 
Depois a repetição de agosto, com Sol inclemente e os malditos ventos secos, voltando a chover apenas no finalzinho do mês.

Esses períodos secos, quentes e com muito vento são mortíferos para as plantas e deprimentes para os animais. E humanos.


Agora, é torcer para 2016 se manter na média histórica, o que já será fantástico.

O Sistema Cantareira teve um bom ano, mas 2016 pode e precisa ser melhor. É ficar na torcida. 

Para voltar à normalidade de reservas, o Sistema precisa de três temporadas de chuvas normais. 

Historicamente, esse é um comportamento climático normal para a região e para o Estado. 

Lembrando que entre 1º de julho de 1891 e 30 de junho de 2013, o estado de SP teve apenas 5 anos com precipitações inferiores a 1.000 mm (na verdade, inferiores a 950 mm) e todos esses anos secos foram seguidos por anos molhados, o que não aconteceu entre o final de 2012 e 2014.  

Nesse período o comportamento foi duplamente anormal: em relação ao volume total de chuvas e em relação à duração do período seco, que pegou, praticamente, três diferentes temporadas.


Então, é isso. Hoje, primeiro dia do ano, o tempo com cara de chuva.
Que assim seja.


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