Dez dias passados no sítio.
Dá pra dizer que começamos, de fato, a preparar nossa ida para lá.
Já não é sem tempo.
Esse período pode ser chamado como o primeiro fato
digno de um ‘aleluia’.
Felizmente, não foi o único.
À parição da Morena, seguiu-se no sábado, dia em que
chegamos, a parição da Albinha. Mais um machinho... O terceiro em seguida (o primeiro foi o da Rikinha).
As duas em suas primeiras crias, ambas sem problemas, felizmente. Essa é uma das grandes vantagens do sangue Jersey: crias pequenininhas, miudinhas, de acordo com
o tamanho futuro dos adultos, e isso é sinônimo, geralmente, de partos tranqüilos. Pena que as três pariram machos, mas, faz parte.
A manhã de segunda-feira corria tranqüila quando, de repente, o Leandro apareceu no curral com uma coisinha nos braços:
a cria da Vitorinha. Sorridente, disse para mim:
- É uma ‘feminha’!
- Aleluia! – exclamei de pronto.
Finalmente, uma bezerra, depois de tantos machos (que até justificaram um post a respeito, para quem está lembrado: “Machismo no Sítio das Macaúbas”). Nos dias que se seguiram ela ficou sem nome, o que não impediu que começasse a se desenvolver como seus irmãos e primos. Pedi sugestão de nome ao Leandro, afinal, foi ele que “achou-a” e deu uma ajudazinha para achar as tetas da mãe e começar a mamar o colostro. Isso nem sempre é necessário, mas quando os bichinhos ficam próximos da gente, a tendência é ficarmos meio apavorados e acabamos por querer apressar a natureza. Tímido, ficou sem jeito e acabou não batizando a bezerrinha no primeiro dia. alguns dias depois, peguei-me olhando a bichinha e pensando
Outro motivo para um aleluia: desde essa segunda-feira, o Laticínio Nilza, de Ribeirão Preto, está recolhendo nosso leite, dia sim, dia não. O caminhão entra no sítio (tivemos que serrar uns galhos de três árvores... paciência, é o preço do progresso), encosta perto do curral e uma mangueira suga o leite dos galões. O próximo passo, tão logo mais vacas entrem em produção e ultrapassemos de forma consistente os cem litros por dia, será a instalação de um tanque de expansão, que receberá o leite ao invés dos galões plásticos, que ficam armazenados num resfriador de água.
A ‘máquina’ da prefeitura, uma retroescavadeira, foi ao sítio e fez uma senhora curva para retenção das águas das chuvas do próximo verão, impedindo que elas desçam e assoreiem a mina. Eu achei a curva grande demais, roubando-me boa fatia de pasto já escasso, mas alguns vizinhos acharam-na pequena e vaticinaram que as águas irão sobrepujá-la. Bom, o jeito é esperar para ver.
Eu também queria fazer uma lagoa seca, com a esperança que viesse a transformar-se numa lagoa ‘molhada’, cheia d’água o ano inteiro, mas a máquina começou a vazar óleo e o operador foi embora com ela. Pena. Mas ainda espero pela lagoa, assim como as garças que ficaram muito tempo olhando o serviço da grande pá que arrancava blocos de terra, revelando insetos e larvas diversos para a diversão e, principalmente, refeição das alvas espectadoras.
Outro motivo para um sonoro aleluia: choveu!
Depois de longo período, uma chuvinha. Miúda, no domingo, o bastante apenas para jogar fora a poeira e limpar as folhas das árvores. Mas nem tão miúda, pois já deu para observar montículos de terra em alguns pontos, indicando o trabalho de formigas, besouros e outros insetos, limpando suas tocas e túneis, sinalizando que a água, ainda que pouca, penetrou um bocadinho no solo sedento ocupado por plantas idem.
Já na terça-feira, e disso só soube por telefone, choveu bem, chuva de respeito:
A chuva é, literalmente, uma dádiva do céu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário