(Há algum tempo vinha adiando a publicação desse post, até que recente comentário da Lilly fez-me ver que já era mais que hora.
Lilly, embora eu também não goste muito das garrafinhas, creio que é melhor enfatizar a necessidade dos cuidados diários que devem ser tomados por quem quiser mantê-las.)
Não vou nem discutir a beleza, graça e o prazer que proporciona a visão de um beija-flor se alimentando num bebedouro estrategicamente colocado numa varanda ou numa janela. Aliás, não se deve começar um texto com “não”. Bom, tem um monte de coisas que tampouco são recomendáveis, muito mais sérias que não começar um texto com “não”. Uma dessas coisas, sem dúvida, é pôr o bebedouro com água adoçada com açúcar ou dextrose e não cuidar dele da maneira correta.
O que é essa maneira correta?
Tesourão em flor de mini-grevilea, no Sítio das Macaúbas - Julho 2007.
Reconheço minha ignorância e busco o auxílio não dos “universitários”, mas de Johan e Christian Dalgas Frisch. O trecho que vem a seguir é a transcrição do que eles publicaram no belíssimo e extremamente útil “Jardim dos Beija-Flores”:
“O uso de bebedouros artificiais exige cuidados dos quais o amador de aves não pode descuidar, sob pena de infectar toda a população de beija-flores que freqüenta sua área. Em primeiro lugar, deve-se prestar especial atenção à mistura que será oferecida aos traquilídeos.
Renomadas organizações conservacionistas dos Estados Unidos recomendam a seguinte fórmula: uma parte de açúcar refinado para cada quatro partes de água. Ferve-se a água, adiciona-se o açúcar, espera-se que dissolva completamente e deixa-se esfriar. A mistura deve ser guardada no refrigerador para evitar a fermentação do néctar. A adição de quaisquer outras substancias, como o mel, por exemplo, pode provocar a proliferação de um fungo que infecta o aparelho bucal dos beija-flores e causa morte por asfixia.
Pronto para matar a fome e a sede - bebedouro na chácara dos meus sogros, em Santa Rita do Passa Quatro. Esse pequeno é "invasor", pois quem manda nesse bebedouro é um tesourão.
A higienização dos bebedouros é fundamental para garantir a saúde das aves, já que os fungos se formam em frascos sujos (desenvolvem, ao invés de formam, é mais correto; nota do blog). A água com açúcar deve ser trocada diariamente, para evitar fermentação. Pelo menos duas vezes por semana deve-se colocar as garrafinhas em um balde com água e cândida, para desinfectá-las.
... Tão logo as aves estejam acostumadas com eles (os bebedouros), não se deve mudá-los de lugar. Há tipos de colibris bastante territoriais, que defendem a área bravamente contra representantes da mesma espécie ou outros congêneres, as flores ou o frasco onde estão acostumados a se alimentar. Assim sendo, cada garrafa é verdadeira “propriedade particular” de determinados beija-flores e modificações no seu posicionamento desencadeiam verdadeiras guerras pela posse do espaço vital bruscamente alterado.”
Animais, todos eles, têm amor à rotina. Felicidade é um dia igual ao outro todo dia, ou seja, comida e água à vontade todo dia no mesmo lugar e horário. Colibris não exceções a essa regra, portanto, colocar um bebedouro implica em assumir e manter um compromisso extremamente sério, pois a estabilidade de uma população é sempre definida, em primeiro lugar, pela estabilidade do fornecimento de alimentos de qualidade.
O bebedouro é palco de incontáveis visitas e, naturalmente, brigas diárias. As visitas não se resumem a três ou quatro diferentes beija-flores, mas incluem, também, as cambacicas. Outro cuidado que eles têm é a manutenção de várias plantas com flores do agrado dos bichinhos, principalmente arbustos de camarão.
Eu, particularmente, não sou muito adepto das garrafinhas, e prefiro o plantio de vegetais cujas flores sejam fontes de alimento pelos beija-flores. Temos várias espécies já plantadas no sítio, desde a russélia e o camarão,
Tesourão em flores de russelia, a cerca de 50 centímetros do chão - Sítio das Macaúbas - Julho 2007.
até os ipês e patas-de-vaca, passando pelas mini-grevíleas e diademas, fora as plantas nativas que surgem do nada, como o cipó-de-são-joão e os maracujazeiros nas bordas da matinha. Um plantio de espécies úteis a eles, é muito mais gratificante do que a garrafinha e, por incrível que pareça, dá menos trabalho, e esse pouco de trabalho pode ser muito gratificante. Muitas plantas nem precisam da terra de um jardim e dão-se muito bem em bancadas e vasos, como a russelia e o camarão.
Fornecer alimento a um ou mais animais implica
Beija-flor em eritrina ou suinã-do-litoral, em alameda na Fazendinha - setembro/2007.
(As fotos desse post foram feitas pelo autor no Sítio das Macaúbas ou nas ruas e alamedas na Granja Viana e na Fazendinha, no município de Carapicuíba, Grande São Paulo.)
6 comentários:
Lindas fotos, Emerson.
Adoro beija-flor e fico fascinada com o barulho das asinhas batendo.
Na casa dos meus pais, no Jardim Botânico ,RJ tínhamos 3 garrafinhas com água que ele todo dia trocava religiosamente, só que, além dos bichinhos lindos, enchia de marimbondos e era um sufoco.
Um abraço
Ana Clara
Adorei as fotos. Aqui em casa tenho dois bebedouros que troco todos os dias, o problema é não esquecer de tirar quando escurece, pois vira território de morcego.Abraços, Maria Helena.
ola por favor alguem ai!!! alguem saber do que os filhotes de beija flor se alimentam??? o vicinho aqui do lado me entregou pra mim coisar de dois pequenos filhotes, ele nem tem penas ainda, um gato comeu a mãe deles, como ele ja sabia que eu ja cuidei de passaros que cairam do ninho ele deixo pra mim cuidar? algume pdoe me ajudar???
oi socorro eu encontrei um ninho de beija flor no chão e tinha dois filhotes e seus pais o abandonaram o q eu faço para alimentarem meu imail é darlly1988@hotmail.com m im socorre antes q seja tarde e eles venham afaleceer
Valeu a instrução pela experiência!
Vou colocar amanhã cedo pela vontade das minhas netas.
Valeu
Vovô Bob
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