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O MASP,
ontem à noite
O MASP estava às escuras ontem à noite. Provavelmente, estará assim hoje. E amanhã também, ao que parece. E depois, e depois, e depois... O MASP está sem eletricidade, que foi cortada depois de 7 anos sem pagar uma conta sequer. Demorou para o corte ser feito.
O MASP é o maior e mais importante museu de artes plásticas de toda a América Latina. Lembro-me do orgulho que senti quando, em pleno Metropolitan, vi dois quadros emprestados pelo MASP – e devidamente identificados – para a maior exposição já realizada com a obra de Van Gogh. Só tinha “feras” por ali, ou melhor, só tinha obras emprestadas pelos maiores e mais importantes museus do mundo. E, entre eles, lá estava o MASP com dois Van Gogh. Minha vontade era virar pros americanos e europeus por ali e berrar que aqueles quadros eram “meus”.
Hoje, os “meus” Van Gogh estão às escuras. Talvez desprotegidos contra ladrões. Com certeza, desprotegidos contra o excesso de umidade, ainda mais com essa frente fria garoenta e gostosa que domina a cidade.
O MASP está sem luz. Sua eletricidade foi cortada.
Não dá pra comentar mais. Aliás, o que e para que?
Na sequência, parte da matéria do Estadão a respeito:
"A diretoria do Museu de Arte de São Paulo (Masp) divulga um comunicado à imprensa informando o resultado das negociações do museu com a Eletropaulo, após o corte de energia do edifício determinado pela empresa nesta terça-feira, em razão de uma dívida de R$ 3,5 milhões. Segundo a nota, as negociações indicam que o museu vai continuar sem luz, mas funcionando com geradores.
Dirigido pelo arquiteto Júlio Neves, o Masp apresenta atualmente a megaexposição Degas: O Universo de Um Artista, com a obra de Edgar Degas (1834-1917), que levou um ano de preparação. A mostra, estimada em R$ 3 milhões, abriga 196 obras, boa parte de museus estrangeiros como o Musée d’Orsay de Paris; National Gallery de Londres; Metropolitan Museum de Nova York; Musée Picasso de Paris; The Art Institute de Chicago; National Gallery de Washington; e o Museu de Arte da
Filadélfia.
A falta de luz compromete não só esta mostra, como o acervo de 7.517 peças de arte, incluindo 1.483 pinturas e esculturas e 1.066 gravuras e 1.466 desenhos. Em 1981, esse acervo foi estimado em US$ 140 milhões. Mas é considerado inestimável, sem valor concreto de mercado."
Geradores, é?
Até quando terão dinheiro para pagar o diesel?
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Um comentário:
Como vc descreveu no blog da Cora, o sentimento é de constragimento. :(
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