Opa, mas é 29 de setembro ainda! – já sei que tem gente
falando, até consigo ouvir. Sim, ainda estamos no mês de começo da primavera
(com uma cara de inverno atrasado depois de um final de inverno com cara de verão
antecipado), mas há pouco, no sacrossanto café da manhã já passei da metade do
primeiro chocotone dessa temporada.
Isso mesmo, para mim chocotone
é sinônimo de fim de ano, mesmo chegando ao mercado em pleno setembro, apenas para
reforçar o caixa da empresa com o dinheiro dos gulosos impacientes. Obviamente,
estou mais que dentro dessa categoria, como já foi possível perceber.
Apesar do acepipe natalino achocolatado, ainda faz frio,
ainda restam 12 rodadas para o Campeonato Brasileiro acabar, meu bolso e minhas
contas ainda não estão assustados com a necessidade de caixa para o 13º e nada
mais distante de Papai Noel e suas gastanças do que minha cabeça... E meu
bolso, é claro.
Opa, opa, falei de bolso duas vezes num único e mísero parágrafo...
Preocupante. Mas hei de sobreviver, porque sobreviver, mais que verbo da moda,
é a saída melhor.
Mais uns trinta ou quarenta dias e já poderemos desmamar as
últimas bezerras: Carminha, Menina, Teimosa e Valentina. Estou relutando muito
em fazer uma permuta de todas as bezerras por algumas novilhas que estão por
parir agora em outubro. Embora um reforço no leite fosse muito bem-vindo, a
verdade é que será muito agradável passar quatro meses inteiros sem a
necessidade de cuidar de bezerras novas duas vezes por dia, todo dia. Além disso,
mais dia, menos dia, as chuvas voltarão para valer. Com elas, o barro e os
mosquitos e os carrapatos e o calorão e mais um monte de coisas que mais
atrapalham do que ajudam quem cria vacas e bezerras e produz leite. Portanto, não
ter bezerras novas tem um forte lado positivo.
As chuvas e o calorão têm,
entretanto, um maravilhoso lado positivo: os pastos voltam a ser pastos. O capim
cresce aceleradamente, o volume de massa verde enche os olhos da gente e o rúmen
das vacas, a produção de leite sobe um pouco... E o preço cai um bocado.
Com as chuvas vêm as tempestades
e com essas vêm as quedas no fornecimento de energia.
Como os dias já estão ficando
mais longos, o Sol nascendo mais cedo e se pondo mais tarde, teremos a volta do
tenebroso horário de verão.
Ó, céus... – diria Hardy, a
hiena. Quando morava na grande cidade eu gostava, todos nós gostávamos imensamente
do horário transtornado, digo, mudado. Era uma delícia ver o dia de serviço
acabar tão cedo, passava uma sensação gostosa de férias ou antecipação das
ditas cujas. Hoje, morando na roça e dependente mais do que nunca dos ciclos e
tempos da natureza, acho esse horário besta uma tremenda amolação, um atraso de
vida.
E paro por aqui, começando, mais
que uma sentença, todo um parágrafo com uma conjunção aditiva. Paciência.
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