“Salmon fishing in the Yemen” – esse é o nome do filme, cujo título
em português ficou como “Amor impossível”... É, fala sério, né?
“Salmon fishing” tem muitas qualidades. A história de amor,
que existe, sim, se dá em torno de uma história maior, mais envolvente,
diferente do habitual. Os árabes, nesse caso iemenitas, são retratados de forma
mais natural, mais realista e nada maniqueísta. O sheik não é anedótico, embora
miliardário, longe disso. É uma pessoa que tem uma visão para seu povo e seu
país. Mas o filme não cai no panfletismo, muito pelo contrário, thank’s God.
E há o humor britânico, delicioso, principalmente quando
colocado na boca e nas expressões de uma atriz como Kristin Scott Thomas, com
um papel marcante, como assessora de imprensa do primeiro-ministro britânico,
embora com poucas aparições. Os burocratas de Sua Majestade maquinam, maquinam
e arrancam risadas, talvez amarelas, já que as maquinações são muito realistas.
O par central é formado por Ewan McGregor e Emily Blunt, de
quem gosto cada vez mais. Completa o elenco central o ótimo Amr Waked no papel
do Sheikh Muhammaed.
Estou com uma dúvida: será mesmo que dá para ter salmões em
pleno Yemen? Não só em açudes, mas nos rios, migrando e desovando? Assistam e
depois me contem e não se limitem aos peixes, pois o filme oferece muito mais
para pensarmos, sem que isso seja forçado ou no maldito tom didático, com cara
de cartilha, tão comum entre o pessoal que gosta de “passar mensagens”.
Mesmo dando o que pensar, “Salmon fishing” é diversão da
melhor qualidade.
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