Dona Marina pediu as contas e foi embora. Assim, de repente.
Discordo de muitas coisas de sua ação e omissão como ministra, mas reconheço nela uma batalhadora pela preservação da floresta, principalmente. Nesse ponto o país perde. Mas ganha, na minha opinião, na questão dos transgênicos, que sempre foram combatidos de forma extremada por ela e seu ministério. Um verdadeiro paradoxo, pois os transgênicos permitem a prática de uma agricultura de alta produtividade com menor dispêndio de energia, aqui entendido tanta a energia propriamente dita, na forma de combustíveis e eletricidade, mas também a energia em seu contexto mais amplo.
Ganha o país na questão do etanol e dos biocombustíveis, mas é um ganho perigoso se não houver fiscalização e controle na expansão das áreas cultivadas.
Perdemos, porém, na questão das hidrelétricas na Amazônia. Ainda agora não consigo enxergar com bons olhos as hidrelétricas de Rondônia e, fora de qualquer discussão, Monte Belo, no Alto Xingu, é apavorante, apesar de promessas de baixo impacto e coisa e tal. Para mim não cola.
Quem sabe o país ganhe com a chegada de alguém que ponha o dedo nas feridas ambientais provocadas por militantes ditos “sem terra” e índios? Utopia, ninguém vai mexer com esse pessoal.
Essa minha visão não é “assassina” ou coisa que o valha, é simplesmente realista.
Os invasores messetistas devastam todas e quaisquer áreas, ignorando solenemente compromissos de preservação de 20, 30, 50 e até 70% da área. Abastecem, de forma legal e “legal” o comércio de madeira em muitas regiões, mesma prática adotada por muitas tribos indígenas, hoje muito mais plugadas em antenas parabólicas do que em andar pelados, caçando e pescando com arco-e-flecha. Foi-se o tempo.
Uma área é certa que seguirá perdendo de goleada: a transposição do São Francisco. Nessa, ninguém mexe, é absolutamente intocável, a “grande pirâmide” de Luiz Inácio. Dona Marina omitiu-se vergonhosamente. Isso, tirou-me quase todo o respeito que eu tinha por ela, sobrou apenas o respeito básico devido a todo ser humano e um pequeno respeito por algumas ações, sempre ligadas às florestas.
Agora é ver o que virá. Essa é mais uma demonstração que Lula faz o Governo Lula, jamais o governo que seus defensores imaginavam. Mas isso todo mundo já sabe há muito tempo. Quanto ao ambiente, continuará como sempre ao deus-dará.
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Um comentário:
Ainda existe um quadro pior: o PAS ficar nas mãos do Mangabeira Unger...
Um abração.
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