Você é um crente?
Ótimo!
Nada contra, é seu direito. Sagrado. Inviolável. Assegurado até
pela Constituição.
Quer fazer uma oferenda aos deuses do mar ou que neles
habitam?
(Que sei eu?)
Esqueça as flores, os ramos de flores, os montes de flores,
amarradas por fitas, protegidas por folhas plásticas, trazendo todas o adesivo
com o orgulhoso nome e endereço do local de compra.
Se procurarmos bem não duvido que a etiqueta com o preço e o
respectivo código de barras também estarão por ali...
Esqueça, também, comidas e coisas fumáveis...
Recolha a água de 7 chuvas.
Ou de 13.
Depende do tamanho de sua fé, depende do apetite de seus
deuses...
Claro, recolha a água dessas chuvas em vasilha de boca
larga, coberta por tela de proteção pela qual passe a água, somente, e não as
fêmeas repletas de ovos dos Aedes
diversos...
...aegypti...
albopictus... E família bela.
Se quiser pode guardar as águas na geladeira. Ou no freezer,
depois é só descongelar no caminho para a beira-mar, beira-rio, beira-lagoa...
Misture as águas de todas as chuvas e coloque a quantidade
desejada ou exigida em uma jarra de vidro, de boca larga.
Se você levou as águas em garrafas, coloque-as nas jarras de
vidro logo antes de fazer a oferenda. Claro, jarras de vidro, de preferência
caras, não são descartáveis. Certo?
Vá para as ondas sob os fogos, luzes e os estampidos
comemorativos...
Sim, são bonitos, né?
Jogue na primeira onda.
Ou na sétima – 7ª.
Ou na oitava, aí dependerá de seu gosto, sua fé.
Volte para casa com a jarra numa mão e as garrafas que
contiveram as águas no porta-malas do possante.
Bom ano.
Espero que seus desejos sejam atendidos.
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