domingo, janeiro 01, 2017

Receita para oferendas à beira-mar jogadas



Você é um crente?
Ótimo!
Nada contra, é seu direito. Sagrado. Inviolável. Assegurado até pela Constituição.

Quer fazer uma oferenda aos deuses do mar ou que neles habitam?
(Que sei eu?)

Esqueça as flores, os ramos de flores, os montes de flores, amarradas por fitas, protegidas por folhas plásticas, trazendo todas o adesivo com o orgulhoso nome e endereço do local de compra.
Se procurarmos bem não duvido que a etiqueta com o preço e o respectivo código de barras também estarão por ali...

Esqueça, também, comidas e coisas fumáveis...


Recolha a água de 7 chuvas.
Ou de 13.
Depende do tamanho de sua fé, depende do apetite de seus deuses...
Claro, recolha a água dessas chuvas em vasilha de boca larga, coberta por tela de proteção pela qual passe a água, somente, e não as fêmeas repletas de ovos dos Aedes diversos...
...aegypti... albopictus... E família bela.

Se quiser pode guardar as águas na geladeira. Ou no freezer, depois é só descongelar no caminho para a beira-mar, beira-rio, beira-lagoa...

Misture as águas de todas as chuvas e coloque a quantidade desejada ou exigida em uma jarra de vidro, de boca larga.
Se você levou as águas em garrafas, coloque-as nas jarras de vidro logo antes de fazer a oferenda. Claro, jarras de vidro, de preferência caras, não são descartáveis. Certo?

Vá para as ondas sob os fogos, luzes e os estampidos comemorativos...
Sim, são bonitos, ?

Jogue na primeira onda.
Ou na sétima – 7ª.
Ou na oitava, aí dependerá de seu gosto, sua fé.

Volte para casa com a jarra numa mão e as garrafas que contiveram as águas no porta-malas do possante.

Bom ano.
Espero que seus desejos sejam atendidos.


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