Apesar dos 30 reais, dos ônibus e sanduíche, das convocações, dos
comparecimentos “voluntários”, o PT conta ainda com boa massa de pessoas que
acreditam em seus sonhos.
Não vou dizer propostas, pois não se trata disso. Propostas pressupõem algo
pensado e planejado e os crentes acreditam em coisas “maiores”.
A fé precisa de coisas maiores para se sustentar.
Muitos se impressionam e ficam até indignados com o fato de tantos
acreditarem nesse partido depois de tantas maracutaias, de tantos roubos, e a
cada novo dia mais aparecem, mas essa é a diferença entre quem tem fé,
simplesmente, em alguma coisa e quem pensa racionalmente e quer provas, quer
resultados.
À medida que o cerco fecha e novas revelações desnudam o real caráter do
Partido dos Trabalhadores e seus dirigentes, os militantes que permanecem se
fortalecem pela própria fé.
É religioso, é o fundamentalismo religioso.
É o contrário da razão.
Marx e Engels, certamente, estão se revirando de ódio em seus túmulos,
eles que tanto acreditavam no "comunismo científico", no triunfo da
razão, veem, se é que estão vendo, a ascensão do fundamentalismo puro e
simples.
O dogma domina, a razão é eliminada.
O dogma traz a reboque seu parceiro inseparável: o culto à
personalidade. Esse também, necessariamente, desprovido de qualquer cunho
analítico, de qualquer resquício de lógica.
A Paulista ontem mostrou muitas coisas.
A mais importante, sem dúvida, foi a diferença entre a massa do domingo,
crítica e ansiosa por mudanças, e a multidão de ontem, cegamente crente numa
ideologia e apaixonada por um líder.
O verdadeiro ópio do povo é mesmo a religião... A religião política.
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