sábado, março 19, 2016

O verdadeiro ópio do povo


Apesar dos 30 reais, dos ônibus e sanduíche, das convocações, dos comparecimentos “voluntários”, o PT conta ainda com boa massa de pessoas que acreditam em seus sonhos.
Não vou dizer propostas, pois não se trata disso. Propostas pressupõem algo pensado e planejado e os crentes acreditam em coisas “maiores”.
A fé precisa de coisas maiores para se sustentar.

Muitos se impressionam e ficam até indignados com o fato de tantos acreditarem nesse partido depois de tantas maracutaias, de tantos roubos, e a cada novo dia mais aparecem, mas essa é a diferença entre quem tem fé, simplesmente, em alguma coisa e quem pensa racionalmente e quer provas, quer resultados.
À medida que o cerco fecha e novas revelações desnudam o real caráter do Partido dos Trabalhadores e seus dirigentes, os militantes que permanecem se fortalecem pela própria fé.
É religioso, é o fundamentalismo religioso.
É o contrário da razão.

Marx e Engels, certamente, estão se revirando de ódio em seus túmulos, eles que tanto acreditavam no "comunismo científico", no triunfo da razão, veem, se é que estão vendo, a ascensão do fundamentalismo puro e simples.
O dogma domina, a razão é eliminada.

O dogma traz a reboque seu parceiro inseparável: o culto à personalidade. Esse também, necessariamente, desprovido de qualquer cunho analítico, de qualquer resquício de lógica.

A Paulista ontem mostrou muitas coisas.
A mais importante, sem dúvida, foi a diferença entre a massa do domingo, crítica e ansiosa por mudanças, e a multidão de ontem, cegamente crente numa ideologia e apaixonada por um líder.

O verdadeiro ópio do povo é mesmo a religião... A religião política.

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