A madrugada estava uma coisa linda.
Até para quem gosta de ficar na cama valia a pena deixar o
calor das cobertas e enfrentar o frio para ver a luz intensa do luar banhando
tudo, criando uma sensação meio irreal, como se nossos sentidos transmitissem
sinais descoordenados para as profundezas da mente.
O dia amanheceu como vem amanhecendo: céu azul, aberto, luminosidade
intensa logo cedo e o Sol... ah, o Sol,
inteiraço no firmamento, quente, chocando com o frio ainda reinante deixado
pela noite e madrugada.
Coisa linda de ver e de sentir.
Passarinhada fazendo uma barulheira danada, com cantos
diversos misturados. Esse ano, por sinal, é enorme a presença de
canários-da-terra aqui em casa. O bando chega em peso para comer um pouco da
quirera das galinhas. Pelo alto, mas por baixo, creio que são pelo menos uns
doze casais. Das árvores vêm cantos, pios e gritos que desconheço, o que me
irrita um pouco. Não gosto de não saber.
As vacas ficam tranquilas. O frio lhe faz muito bem. A bezerrada
berra cedo demais querendo leite quente para rebater o frio matinal. Lembro de
meu finado tio Zé, tomando “uma” pra rebater o frio. Ou o calor. Ou o frescor
ou qualquer outra coisa.
É...
Temos um belo dia à nossa frente, mais um.
Santa Rita do Passa Quatro amanheceu hoje sem água.
O fornecimento foi cortado às seis horas da manhã e será
retomado às sete da noite.
Doravante assim será: treze horas sem água, onze horas com
água.
Em comunicado, a prefeitura pede o óbvio: que toda água seja
usada duas vezes.
É justo.
E nesse momento é irrelevante acusar a autoridade daqui,
dali, d’acolá de culpa nesse e em outros cartórios. Fundamental, mesmo, é
colaborar.
Economizar. Usar na medida estrita da necessidade.
Pra rebater o pretenso viés poético das linhas iniciais,
digo que não há necessidade de apertar a descarga toda vez que se fizer o
número 1. Pode deixar acumular. Cheiro? Ninguém vai morrer por causa dele, até
porque a urina, como nos ensinou Gregory House, médico de reconhecidíssimo
saber, a urina é estéril. Pudera, com tanto nitrogênio em amoniacal não é para
menos. Então, menos frescura e menos descargas. Isso vale para a capital de
todos os paulistas e para todas as demais cidades.
Querem outro exemplo de economia e destinação da água
servida? Sabe aquela enxaguada prévia e também aquela enxaguada posterior ao
ensaboamento ou ensabonetamento do
corpo? Então... Pega um balde, bota o bicho embaixo do corpo, entre as pernas,
e deixe a água escorrer na maior parte para dentro dele. Depois disso é só deixa-lo
ali, do lado e ao lado da privada e despejar sua água na dita cuja para mandar
embora os números 2 da vida.
Isso é chique! Acredite.
Cafona, brega, burro e ignorante é desperdiçar água.
Chato mesmo é o medo de ficar sem o mais precioso de todos
os elementos, fora o ar: a água.
Vai por mim.
Bom dia a todos.
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