sábado, julho 23, 2011

Vãs reflexões

Vãs reflexões

O Brasil está podre, a sociedade está anestesiada, as mais diversas autoridades de todos os tipos e escalões parecem ser cada vez mais, cada dia mais corruptas e descompromissadas com o bem-estar das pessoas, essas que vêm a formar o famoso povo, e pior ainda com a ética, com a moral, com bons princípios.

Ando pensando sobre essas coisas, mas, sei lá, quanto mais penso mais desanimado fico.

Nos anos 70 tudo parecia muito claro: havia o bem e o mal. O bem tinha uns arranhões, o mal tinha uns lampejos bonitinhos, mas era tudo muito claro.

Na verdade não era, mas parecia.

A União Soviética era um modelo, mas descobrimos ser totalmente furado.

Os Estados Unidos eram a encarnação do mal, o que viemos a descobrir não passar de uma grande tolice.

O mal simplesmente é parte em tudo.

A Igreja já era contestada, mas ainda impunha respeito em uns, temor em outros. Hoje, respeito e temor são apenas parte do passado.

O materialismo era combatido, mas era o materialismo histórico, marxista ou, pior ainda, marxista-leninista. O primeiro era meramente reflexivo, o segundo só podia ser ativo ou não era.

O materialismo hoje é dominante, mas não é o histórico, é o reles e vil materialismo do ter por ter, ter muito de tudo cada vez mais usufruindo nada de tudo cada vez mais.

Sentar para conversar e jogar fora, séria ou divertida, só existe se dúzias de cervejas do comercial mais atraente estiverem presentes e forem consumidas. Se litros não forem consumidos individualmente, a conversa não rolou, a festa foi um fiasco, nada se aproveitou.

Não existe o parar para pensar, simplesmente. Pensar incomoda.

No carro, para não pensar, nada melhor que o rádio ou o emepê alguma coisa no máximo volume. Se, assim mesmo, algum pensamento insistir em dar as caras, o jeito é apelar e sacar do celular e falar nada com um monte de pessoas que nada dirão da mesma forma, exceto meia dúzia de frases e expressões consagradas pelo uso e ausência de significados, pois tudo significam, servem para qualquer coisa, mesmo nada dizendo ou justamente por isso.

A internet é parte disso tudo. É agente e é sintoma. Busca-se o mínimo mais e mais, a ponto de ser perigoso que a próxima grande conquista seja a ingestão de comida já digerida, bastando engoli-la e pronto.

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