Essa era a notícia que milhões de pessoas em todo o mundo, não somente na Colômbia, aguardavam. Finalmente, depois de 6 anos de cativeiro em condições desumanas, a Senadora e candidata à presidência do país quando foi capturada pelos bandidos das chamadas FARCs, foi libertada por uma ação militar do exército colombiano com suporte de inteligência dos Estados Unidos.
O drama, porém, ainda não acabou. Outras 25 pessoas permanecem em poder dos bandidos, duas delas desde 1997, sendo 3 civis e 22 militares. Juntamente com a senadora, outros 14 reféns foram igualmente libertados.
Essa notícia alegrou meu final de noite, ontem, fui dormir com a alma mais leve.
Não sou colombiano, não sou parente de Ingrid, mas seu cativeiro atingia-me como ser humano e como alguém que acredita na democracia e nos direitos que devem contemplar todo ser humano. Abomino de forma particularmente intensa todos que, em nome dos direitos humanos, da justiça e da democracia, atacam, justamente, os direitos de outras pessoas, destroem a democracia e a justiça, ou fazem desta, quando no poder, uma caricatura trágica cujo objetivo é dar suporte formal a governos ditatoriais. São duplamente criminosos, assim como o é o policial que a sociedade paga para defendê-la e que adota a criminalidade como seu meio de vida.
Não chamo os bandidos das tais FARCs de guerrilheiros porque não o são. Não passam de meros bandidos, seqüestradores e traficantes de drogas. Chamá-los de guerrilheiros é conspurcar a memória de muitos que foram, efetivamente, combatentes em prol de um estado mais digno em muitos pontos do mundo. Que também cometeram erros e em diversos momentos fizeram tudo que condenavam nas forças que combatiam, mas nunca fizeram disso seu meio de vida e de luta, sua verdadeira razão de ser, como ocorre com os narcotraficantes e seqüestradores colombianos.
Mostrei a fotografia da felicíssima Ingrid hoje cedo para minha mulher e comentei o quanto ela envelheceu nesses seis anos de cativeiro, que ela própria descreveu como “Voltei de uma viagem à pré-história” – uma descrição sucinta e perfeita não só de seu tempo de sofrimento e privação da liberdade e confortos mínimos, inclusive higiênicos, como também do nível mental de seus captores.
Um 'detalhe': quando foi capturada, seu filho tinha 13 anos de idade. Hoje tem 20 anos. Quantas perdas...
O jornal de hoje foi um companheiro muito agradável no café da manhã.
Como há muito tempo não acontecia.
(A pane nos serviços de internet da Telefônica impediu a publicação desse post na manhã de 3 de julho. Depois de 21 horas sem internet, o que atrapalhou meu trabalho e obrigou-me à terrível tarefa de entrar numa agencia bancária, além de impedir parte do lazer do dia, espero que a Telefônica dê um desconto em meu próximo pagamento. É o mínimo que a companhia pode e deve fazer.)
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