Broadchurch.
Que série policial fantástica...
Diferente.
Tem, sei lá, um jeito, a british way of seeing, muito
diferente da visão de Hollywood...
Menos direto, mais tortuoso.
Menos heróis, mais humanos.
Menos protagonistas, mais vidas.
Uma dramaturgia menos, mas que é mais.
Talvez, e talvez eu escreva uma grande besteira, mais uma,
mas repensando agora sobre a primeira e a segunda temporadas, há uma influência
de Shakespeare, no número de personagens, na participação e no entrelaçamento
entre todos eles, com tramas e subtramas
e com os dramas pessoais, com as decisões tomadas e os custos que elas
acarretam aparecendo com todas as dores e cores.
Os cenários, as luzes, as alvoradas e ocasos, os espaços
amplos e o ser humano em seu meio, aparentemente perdido, tudo isso talvez seja
um pouco exagerado... Shakesperiano.
Os atores, bom, sei lá, não são assim ‘’uma brastemp’’ em
termos de visual, novamente voltando aos parâmetros de Hollywood e de Nova York.
Fazem o tipo gente, entende?
Gente como a gente no dia a
dia.
Decididamente, gente que encontramos no escritório, no mercado, no metrô,
na escola... e em nossas famílias.
Muitos diálogos, muitas cenas que seriam gravadas numa sala,
num escritório, num local aparentemente ‘’tudo a ver’’, se desenrolam sob a
sombra dos imensos penhascos de Dorset ou em seus descampados.
Até a igreja da
pequena cidade é imensa, quase uma catedral pelo tamanho, mas, curiosamente,
passa a sensação de ser apenas uma igreja, apenas um local para pensar, para
refletir, para dramas aparecerem... A gente nem repara no tamanho.
Tenho a terceira temporada para assistir.
Viva!
Terei somente a terceira temporada para assistir, pois com
ela a série se encerrou.
Pena...
Dizer o que mais?
Assista.
E tenha um pouco de paciência, pois não dá para ver como
quem toma um cafezinho de pé num balcão, sem sentir o gosto ou o perfume, sem
saborear...
Tem que ser acompanhada, mais do que vista, como quem pede
um expresso, encorpado, aromático, quente, sabores ricos, vai bebendo
lentamente, gole a gole...

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