domingo, dezembro 18, 2016

Escalada cada vez mais veloz, mais abrangente, mais apavorante


Transcrevo matéria com Stephen Hawking que penso ser muito mais que interessante... Preocupante.

Já vivemos há muitos anos um processo em aceleração permanente de substituição da mão-de-obra humana por máquinas nos mais diversos setores, inclusive de serviços (por exemplo, os caixas automáticos dos bancos, além, é óbvio, dos pagamentos via internet).

O sonho de um de meus amigos produtor de leite é ter um robô-ordenhador, máquina que já responde por volumes significativos de leite na Europa Ocidental, Estados Unidos e Canadá.
Já são operacionais no Brasil, numa escala ainda minúscula, mas crescente.

Na agricultura temos tratores, digo, “tratores” que realizam diversas operações de forma autônoma, guiados por GPS, sensores laser, etc.

Na Inglaterra, a Amazon está fazendo entregas de encomendas por drones – veja o vídeo aqui.

Hawking diz que não, mas, se bobear, demora muito não e vão colocar um robô no meu lugar. Aqui. E no OCE.
É ruim, hein!

Em tempo: concordo com Hawking em relação à ligação dessa crescente disponibilidade de humanos sem emprego com o crescimento de movimentos políticos buscando proteção de empregos, como o Brexit e a vitória de Trump.
(Sim, sim, sim, sim, sim... Por favor, né? Esses movimentos não se limitam a isso, mas isso faz parte deles, ok?)

Vamos ao texto do personagem quase rotineiro de The Big Bang Theory...


Stephen Hawking: Inteligência artificial e robôs vão dizimar empregos da classe média



A inteligência artificial e a automação crescente vão dizimar os empregos da classe média, agravando a desigualdade e arriscando uma reviravolta política significativa. Este não é o roteiro de um filme futurista, mas uma previsão de uma das pessoas mais inteligentes do planeta, o físico Stephen Hawking.
Em uma coluna no jornal The Guardian, o físico mundialmente famoso escreveu que “a automação das fábricas já dizimou empregos na manufatura tradicional, e a ascensão da inteligência artificial provavelmente estenderá esta destruição do trabalho profundamente nas classes médias, com somente os cargos de mais cuidado, criatividade ou de supervisão permanecendo”.


Ele acrescenta sua voz a um crescente coro de especialistas preocupados com os efeitos que a tecnologia terá sobre a força de trabalho nos próximos anos e décadas. O medo é que, enquanto a inteligência artificial vai trazer aumentos radicais na eficiência na indústria, para as pessoas comuns isso se traduzirá em desemprego e incerteza, conforme seus empregos humanos sejam substituídos por máquinas.
A tecnologia já destruiu muitos empregos tradicionais de fabricação e da classe trabalhadora – mas agora pode estar pronta para causar estragos semelhantes às classes médias.

  
Rápida substituição

Um relatório publicado em fevereiro de 2016 pelo Citibank em parceria com a Universidade de Oxford, no Reino Unido, previu que 47% dos empregos nos EUA estão correndo risco de automação. No Reino Unido, 35%. Na China, incríveis 77%. Três das dez maiores empresas ou órgãos públicos empregadores do mundo já estão substituindo seus trabalhadores por robôs – a Foxconn, que faz a manufatura de produtos da Apple, do Google e da Amazon, a rede de supermercados Wallmart e o Departamento de Defesa do EUA – órgão com o maior número de empregos do mundo, já anunciaram avanços nesta área.

A automação “por sua vez irá acelerar a já crescente desigualdade econômica em todo o mundo”, escreveu Hawking. “A Internet e as plataformas que possibilitam que pequenos grupos de indivíduos tenham enormes lucros ao empregar pouquíssimas pessoas, isso é inevitável, é um progresso, mas também é socialmente destrutivo”.

Ele enquadra esta ansiedade econômica como uma razão para o aumento da política populista e de direita no Ocidente: “Estamos vivendo em um mundo de ampliação, e não de diminuição, da desigualdade financeira, no qual muitas pessoas podem ver não apenas seu padrão de vida, mas a sua capacidade de ganhar a vida, desaparecendo. Não é de admirar, então, que eles estão à procura de um novo acordo, que Trump e Brexit poderiam ter aparecido para representar”.
Combinado com outras questões – sobrepopulação, mudança climática, doenças – estamos, Hawking adverte ameaçadoramente, no “momento mais perigoso no desenvolvimento da humanidade”. A humanidade deve se unir para superar esses desafios, diz ele.
Stephen Hawking já expressou preocupações sobre a inteligência artificial por uma razão diferente – ela poderia ultrapassar e substituir os seres humanos. “O desenvolvimento da inteligência artificial poderia significar o fim da raça humana”, disse ele no final de 2014. “Os seres humanos, que são limitados pela lenta evolução biológica, não poderiam competir, e seriam substituídos”. Será?

Matéria publicada pelo Business Insider e reproduzida, em português, pelo site Hypescience.


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