Transcrevo matéria com Stephen Hawking que penso ser muito
mais que interessante... Preocupante.
Já vivemos há muitos anos um processo em aceleração
permanente de substituição da mão-de-obra humana por máquinas nos mais diversos
setores, inclusive de serviços (por exemplo, os caixas automáticos dos bancos,
além, é óbvio, dos pagamentos via internet).
O sonho de um de meus amigos produtor de leite é ter um
robô-ordenhador, máquina que já responde por volumes significativos de leite na
Europa Ocidental, Estados Unidos e Canadá.
Já são operacionais no Brasil, numa escala ainda minúscula,
mas crescente.
Na agricultura temos tratores, digo, “tratores” que realizam
diversas operações de forma autônoma, guiados por GPS, sensores laser, etc.
Na Inglaterra, a Amazon está fazendo entregas de encomendas
por drones – veja o vídeo aqui.
Hawking diz que não, mas, se bobear, demora muito não e vão
colocar um robô no meu lugar. Aqui. E no OCE.
É ruim, hein!
Em tempo: concordo com Hawking em relação à ligação dessa
crescente disponibilidade de humanos sem emprego com o crescimento de movimentos
políticos buscando proteção de empregos, como o Brexit e a vitória de Trump.
(Sim, sim, sim, sim, sim... Por favor, né? Esses movimentos
não se limitam a isso, mas isso faz parte deles, ok?)
Vamos ao texto do personagem quase rotineiro de The Big Bang Theory...
Stephen Hawking: Inteligência artificial e robôs vão dizimar
empregos da classe média
A inteligência artificial e a automação crescente vão dizimar os
empregos da classe média, agravando a desigualdade e arriscando uma reviravolta
política significativa. Este não é o roteiro de um filme futurista, mas uma previsão
de uma das pessoas mais inteligentes do planeta, o físico Stephen Hawking.
Em uma coluna no
jornal The Guardian, o físico mundialmente famoso escreveu que “a automação das
fábricas já dizimou empregos na manufatura tradicional, e a ascensão da inteligência
artificial provavelmente estenderá esta destruição do trabalho profundamente
nas classes médias, com somente os cargos de mais cuidado, criatividade ou de
supervisão permanecendo”.
Ele acrescenta sua voz a um crescente coro de especialistas preocupados
com os efeitos que a tecnologia terá sobre a força de trabalho nos próximos
anos e décadas. O medo é que, enquanto a inteligência artificial vai trazer
aumentos radicais na eficiência na indústria, para as pessoas comuns isso se
traduzirá em desemprego e incerteza, conforme seus empregos humanos sejam
substituídos por máquinas.
A tecnologia já destruiu muitos empregos tradicionais de fabricação e da
classe trabalhadora – mas agora pode estar pronta para causar estragos
semelhantes às classes médias.
Rápida substituição
Um relatório publicado em fevereiro de 2016 pelo Citibank em
parceria com a Universidade de Oxford, no Reino Unido, previu que 47% dos
empregos nos EUA estão correndo risco de automação. No Reino Unido, 35%. Na
China, incríveis 77%. Três das dez maiores empresas ou órgãos públicos
empregadores do mundo já estão substituindo seus trabalhadores por robôs – a
Foxconn, que faz a manufatura de produtos da Apple, do Google e da Amazon, a
rede de supermercados Wallmart e o Departamento de Defesa do EUA – órgão com o
maior número de empregos do mundo, já anunciaram avanços nesta área.
A automação “por sua vez irá acelerar a já crescente
desigualdade econômica em todo o mundo”, escreveu Hawking. “A Internet e as
plataformas que possibilitam que pequenos grupos de indivíduos tenham enormes
lucros ao empregar pouquíssimas pessoas, isso é inevitável, é um progresso, mas
também é socialmente destrutivo”.
Ele enquadra esta ansiedade econômica como uma razão para o
aumento da política populista e de direita no Ocidente: “Estamos vivendo em um
mundo de ampliação, e não de diminuição, da desigualdade financeira, no qual
muitas pessoas podem ver não apenas seu padrão de vida, mas a sua capacidade de
ganhar a vida, desaparecendo. Não é de admirar, então, que eles estão à procura
de um novo acordo, que Trump e Brexit poderiam ter aparecido para representar”.
Combinado com outras questões – sobrepopulação, mudança climática,
doenças – estamos, Hawking adverte ameaçadoramente, no “momento mais perigoso
no desenvolvimento da humanidade”. A humanidade deve se unir para superar esses
desafios, diz ele.
Stephen Hawking já expressou
preocupações sobre a inteligência artificial por uma razão diferente – ela
poderia ultrapassar e substituir os seres humanos. “O desenvolvimento da inteligência
artificial poderia significar o fim da raça humana”, disse ele no final de
2014. “Os seres humanos, que são limitados pela lenta evolução biológica, não
poderiam competir, e seriam substituídos”. Será?
Matéria publicada pelo Business Insider e reproduzida, em português, pelo site Hypescience.
Nenhum comentário:
Postar um comentário