Curto e grosso, repito o título:
Por KASSAB. Contra o PT.
Há momentos na vida que tomar uma posição clara e inequívoca é fundamental.
Assim agi no início dos anos 70, adolescente ainda, ao começar a militar contra o regime militar. Era preciso tomar uma posição, assim pensava, e tomei a única que me pareceu correta, decente e, sobretudo necessária.
Em 1985, Tancredo eleito, cortei abruptamente minha militância política. Tinha dedicado a ela 14 dos melhores anos de minha vida.
PSDB formado, encontrei nesse partido um ideário e pessoas com os quais afinava.
Curiosamente, mesmo durante a militância no velho Partidão, ou talvez justamente por isso, nunca gostei de boa dos petistas e suas artimanhas. O comportamento purista e arrogante de quem sempre se achou dono da verdade, de quem sempre se achou superior aos demais mortais e partidos, nunca me agradou. Essas certezas e verdades absolutas são tão verdadeiras quanto uma nota de sete reais. Nem vou me alongar nesse nhenhenhém, pois todos conhecem as histórias incríveis de corrupção que envolvem esse partido e muitos de seus principais cabeças. Só de pensar no sucesso estrondoso do filho do presidente... Recolho-me à minha insignificância de pequeno e empobrecido empresário. Claro, pequeno e empobrecido porque faltou-me a genialidade e tino empresarial do jovem filho do presidente, ele próprio o genial guia condutor dos povos do Terceiro Mundo e outros mundos. O DNA é bom.
Pois bem, você deve estar se perguntando que bicho me mordeu para aparecer com esse texto tão carregado de irritação, de raiva, de asco – ops, asco é para daqui a pouco, estou colocando a ânsia de vômito na frente da indignação moral.
Uma manhã de domingo estragada
Ontem de manhã, estava indo e vindo entre o curral e a cozinha, dando umas olhadas no Globo Rural , quando peguei inteirinho um anúncio do PT - mas não assinado pelo PT, tinha umas letrinhas na assinatura... - contra o Kassab (minha Sky no sítio recebe imagens de São Paulo).
Ok, tudo normal, nada a objetar. Estamos em campanha de segundo turno e é normal, até, um candidato atacar o outro. Dentro de certos limites, é claro.
O comercial em questão é uma sucessão de perguntas, a maioria de uma cretinice a toda prova. Normal, também, partindo de quem partiu, uma vez que cretinice e petismo costumam andar juntinhos, quando um não é sinônimo do outro.
Nada de novo no front, portanto.
E assim foi até a última pergunta, que não era um exemplo de cretinice.
Era um exemplo de canalhice, baixeza, torpeza, um exemplo cristalino de preconceito, uma pergunta nojenta, bem de acordo com o caráter desse partidinho e seus dirigentes.
A pergunta:
"Kassab é casado?"
Uma pergunta com a clara intenção de denegrir a imagem de Gilberto Kassab. Cujo estado civil, aliás, não só ignoro como tampouco me interessa. Meu interesse está centrado em sua administração, que não é exemplar, nenhuma é, mas é excelente dentro das possibilidades que tem um prefeito dessa megalópole espoliada desde sempre, desamparada do poder federal, o mesmo que leva embora a maior parte do que a cidade gera.
Essa canalha, hoje no poder federal e em vários outros, gritou por anos e anos contra os preconceitos, todos eles.
E agora, como se fosse necessário, esses caras, essas figuras que se autodenominam impolutas e sei lá que mais, revelam sua verdadeira face.
O irônico, se assim se pode chamar, é que o preconceito aparece enrustido, calhorda, sem vergonha, justamente na campanha de Dona Marta Suplicy, a mesma que celebrizou-se por atitudes opostas e palavras opostas – todas falsas, vê-se agora. Aliás, seu único trabalho como parlamentar, a rigor, foi apresentar um projeto liberando o casamento civil entre parceiros do mesmo sexo.
O PT superou-se.
Na canalhice.
Kassab ganhou no primeiro turno, surpreendendo petistas e a parcela burra e sem visão do PSDB.
Na abertura da campanha para o segundo turno, as pesquisas apontam para ele uma vantagem brutal.
Vai ganhar?
Sei lá, ainda mais com Lula, ou lulla da Silva, ao gosto de quem lê, apelando para os sacrossantos evangélicos em verdadeira cruzada contra Kassab.
Esse comercial nojento e preconceituoso dá bem o tom da campanha petista
Uma coisa é certa: eu estou
Espe
Aos leitores deste Olhar Crônico não peço desculpas por nada do que escrevi, tampouco pelo tom. Como eu disse no início, há momentos na vida em que tomar uma posição clara, cristalina, inequívoca, é fundamental. Por isso, não peço desculpas, mas conto com a compreensão de vocês.
Em tempo: minha crítica tem como alvo claro as cúpulas petistas, e não só de agora. Na militância há muita gente boa. Algumas dessas pessoas são amigas de longa data.
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Um comentário:
É solteiro sim, e daí?
Tenho dois filhos solteiros com 37 e 41 anos, e daí ?
Sou solidária ao seu desabafo e nem sou paulista.
Sou GABEIRA.
Um abraço
Ana Clara
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