terça-feira, fevereiro 05, 2008

Carnavalices



Em Dublin, Irlanda Contra x Irlanda Pró

Nada mais brasileiro que a CBF – Confederação Brasileira de Futebol –, a entidade monárquica que rege os destinos de nosso principal esporte e componente básico, ao que dizem, da brasilidade.

Nada mais brasileiro, também, que o desleixo, improvisação e indigência com que um de nossos principais produtos de exportação, a carne bovina, tem sido tratado por esse governo e por outros mais. Na verdade, por todos.

A bem da verdade, porém, esse atual superou-se e superou os antigos, ao mandar uma lista-fantasma – creio ser esse o melhor nome – de fazendas em ordem para exportar carne para ninguém menos que a autoridade européia responsável pelo controle desse produto. O fato todo foi tão ridículo que os europeus perderam a fala, isso aqueles que gostam, conhecem e defendem esse imenso bananal.

Outros europeus, irlandeses principalmente, só faltaram sair às ruas fazendo um carnaval esquisito na neve e na lama gélida que recobre parte das cidades da Irlanda.

A mesma Irlanda que quarta-feira verá um jogo caça-níqueis do time da CBF – outrora conhecido como Seleção Brasileira – e para isso já esgotou todos os mais de 80.000 ingressos disponíveis para a partida.

Será um confronto interessante. Mais ainda seria se o time da CBF jogasse com alguma coisa do tipo “Brazilian meat – eat it!” estampado na camiseta, e o time irlandês o fizesse com “Don’t eat Brazilian meat” ou qualquer coisa parecida. O interessante desse confronto será somente isso, sua realização simultânea com essa crise na exportação de carne, pois, fora isso, como jogo, é tolo, dispensável, sem sentido, sem nexo, sem valor, sem, sem, sem...

Mas, com dólares.

Ao fim e ao cabo, é a única coisa que conta no reino da CBF.




Nenhuma nudez será castigada

Tão certo como os desabamentos e mortes de todo verão nas regiões serranas, numa repetição quase cronométrica e sem surpresas – talvez, por isso, desconcertando e deixando sem ação as autoridades (ir)responsáveis, abro o jornal e dou de cara com bela mulher nua. Totalmente. Ou quase, pois discretíssimo tapa-sexo cobre o desnecessário, nessa altura do campeonato.

Lamento,mas não vejo graça, nunca vi. Até porque na fase em que veria graça e babaria por isso, a nudez era algo muito privado, tão privado, naqueles tempos de censura, que nem nas revistas de “mulher pelada” ela aparecia.

Não entendam mal minhas palavras, por favor. Não vou alongar-me em explicações por serem desnecessárias, mas digo apenas uma coisa: a exposição absoluta da nudez tira todo o mistério, todo o encantamento, toda a imaginação, todo o erotismo que o corpo humano pode despertar. É coisa, dessa forma, sem graça.

Algumas imagens ligadas a açougues e animais vivos em seus habitats passaram por minha cabeça,mas não se preocupem, esse texto já está no fim, e vocês ficam poupados dessas cenas que minha cabeça visualizou.

Ok, sim, pode ser verdade, talvez eu seja um conservador chato e sem graça.




De volta à carne

De volta por que? – se nunca saímos dela nesse post?

Hehehehehe... Um pouco de veneno.

Enquanto tudo isso acontece, na extensa, aconchegante e interessante fronteira com o Paraguai, bois, vacas e bezerros hermanos trafegam candidamente pelos dois lados da dita cuja. Não há placas, o que não faria efeito, já que bois, vacas e bezerros não sabem ler. Não há vigilância, não há controle, nada há, enfim, a separar os dois países. Tudo nos une, principalmente a aftosa, mal controlada do lado de lá e que ao entrar no bananal e contaminar nossas vacas, derruba nossas exportações em dois a três bilhões de dólares por vez.

No bananal, tudo como dantes no quartel de Abrantes.

Isso, sim, é o que se pode chamar de um país confiável.

Parodiando H L Mencken – “Nunca ninguém perdeu dinheiro por subestimar a inteligência do povo americano” – podemos dizer que nunca alguém perderá dinheiro por subestimar a inteligência dos políticos brasileiros.

É isso. Por enquanto.




Post scriptum

Os políticos tupiniquins presos pelo clima na Antártida, ou Antártica, voltaram para casa; ficaram 5 dias no continente gelado e tiveram – pasmem, leitores! – que lavar a própria roupa; o avião escalado para trazê-los apresentou um defeito, retardando mais um pouco a volta, que, finalmente, aconteceu.

Voltou por que?

Por que voltou?

:o)

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