quinta-feira, março 22, 2007

Caronistas desejáveis


De antemão já peço desculpas pelas fotos que não vão conseguir mostrar o que eu vi e fotografei. Ou pensei ter fotografado.

Algumas aves vivem perto dos bois, vacas, cavalos e búfalos, além de ovelhas e cabras. Ficam por ali, ora pegando uma carrapata gorda, cheia de sangue e ovos, ora comendo os insetos que fogem das patas dos animais. Basta um olhar um pouco mais atento e a gente observa essas curiosas relações.

Aqui, um bando de gaviões-carrapateiros, também conhecidos como gaviãozinho e pega-pinto, passeava entre as búfalas do Tião, algumas pastando, outras descansando, dormindo, mesmo, como essa da foto.



Essas ovelhas deslanadas são da raça Santa Inês, criada no Nordeste a partir de animais trazidos pelos primeiros colonizadores europeus. Adaptaram-se bem às condições de vida do agreste e do semi-árido, e agora são criadas para fornecer carne com bastante sucesso. Esses exemplares são de um sítio próximo, onde há mais de cem cabeças. Disseram-me que o dono está louco para vender tudo, pois não consegue comercializar os animais para abate. Pelo menos nesse interior paulista, carneiro ainda é carne meio cerimoniosa, distante das panelas do dia-a-dia. Com um olhar atento e uma grande dose de boa vontade talvez dê para perceber um casal de siriris sobre o dorso da ovelha, em sua faina habitual de procura de comida.



Há controvérsias sobre a origem dessas garças-brancas-pequenas, já chamadas de garças-carrapateiras. Alguns especialistas dizem que elas migraram da África para o Brasil, enquanto outros dizem ser ela nativa. Curiosamente, minha tendência é apostar na imigração. Quando criança, essas cenas misturando gado e garças eram inexistentes. As poucas garças que víamos eram as grandes e sempre em beira de grandes rios. Ver uma garça era uma festa... Hoje, felizmente, é lugar-comum, tanto em volta das vacas e búfalas como dos cavalos. Escolhi essa foto feita numa várzea na entrada de Santa Rita do Passa Quatro, caminho de passagem entre o sítio e a cidade.


Certa feita, no Haras Desempenho, em Cachoeira de Macacus, no Rio de Janeiro, avistei uma garça vindo em um longo vôo pelo vale e pousar, meio destrambelhada, no dorso de uma égua mangalarga que pastava e continuou pastando,sem dar maior atenção à amazona inesperada.

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