A tarde começava a cair e com ela a temperatura.
Saí de casa e fui colocar mais água para as vacas.
A meio caminho parei e fiquei olhando...
Perto da matinha da mina, um bando de garças-brancas-pequenas, ou garças-carrapateiras, pousava em meio ao pasto desocupado pelas vacas, suas manchas brancas puras contrastando com o verde-escuro da mata e o mais claro do pasto rapado.
A cena é comum, assim como é comum a lua cheia, ou a lua nova, ou a minguante. Ou simplesmente a noite sem luar, o brilho das estrelas se destacando e uma parte do céu coberta com a mancha opaca e leitosa da Via Láctea, nosso endereço estelar.
Toda manhã o sol nasce, anunciado antes pelo clarão oriental, as cores variando, os galos e passarinhos cantando, algumas vacas dormindo, aproveitando o calor do capim ou da terra, enquanto outras estão acordadas, ainda deitadas, com preguiça de levantar para o novo dia.
Tudo isso é comum, tal como o fogo aceso no fogão de lenha, a água que ferve, o café perfumando a cozinha, despertando a vontade de fazer alguma coisa, dando uma energia extra para começarmos, nós também, o novo dia. As mãos se aquecem envolvendo a caneca meio cheia. A bebida desce quente, doce e gostosa, como que dizendo para o organismo inteiro:
- Desperta! O dia nasce e a vida segue, faça sua parte.
Essas coisas comuns, das quais as garças pousando no pasto ao entardecer são apenas uma entre muitas, me encantam.
Das coisas extraordinárias cansei-me.
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Um comentário:
Pefeito!
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