segunda-feira, junho 04, 2018

Fim de uma história, começo de outra



O presidente da Bayer disse, em coletiva, que a marca Monsanto será extinta, não mais será usada nos produtos que a companhia criou e desenvolveu.

Embora esperada, essa é uma notícia muito triste para mim e para dezenas de milhares de pessoas por todo o mundo que tiveram a felicidade de trabalhar na Monsanto Company.
Muita felicidade!

A Monsanto foi uma escola maravilhosa nos mais diversos aspectos.
Ali aprendi muito nas mais diferentes áreas.


Tive e tenho um orgulho enorme, um prazer imenso, de ter dado minha microscópica contribuição para o crescimento do uso de Roundup em todo o Brasil. 
Graças à Monsanto eu conheci todo esse imenso Brasil agrícola, um mundo maravilhoso que os brasileiros, em sua maioria, desconhecem.

Percorri quilômetros infindáveis em pleno agosto, muitos agostos, pelos vastos cerrados nos meados dos anos oitenta, vendo as nuvens de poeira que o vento levantava dos solos arados e gradeados. 

Poucos, pouquíssimos anos depois, já no fim daquela década, os mesmos quilômetros, milhares deles por BRs e vicinais, muitas em terra, BRs inclusive, já não via as nuvens de poeira. Já não vi os ventos quentes e secos levantarem os “rodamoinhos” ou “remoinhos” de terra vermelha subindo para o céu.

O plantio direto já estava em uso.


Os agricultores brasileiros, heróis, heróis de verdade e não de propagandas, em poucos anos adotaram a nova tecnologia, apreenderam, tanto quanto aprenderam, o conceito de produzir sem mexer na terra, sem arar, sem gradear, sem pulverizar o solo.


Plantio direto.
Solo protegido.
Natureza protegida.
Rios cristalinos, mesmo depois de pancadas de chuva homéricas.


Tudo isso graças ao Roundup, um produto maravilhoso que revolucionou a agricultura mundial.

Ah, eu sei, falam mal de Roundup. Falam mal da Monsanto.

Sem problemas, a humanidade é assim mesmo, paciência.
Críticas feitas por quem não conhece agricultura.
Críticas feitas por quem não faz agricultura.
O que torna fácil demais criticar.
E sem valor algum.


A Monsanto não parou no Roundup, ela foi muito além com sua contribuição à agricultura e ao combate à fome nesse planeta.


A Monsanto introduziu as plantas geneticamente modificadas e, antes delas, o Lactotropin, marca comercial da somatotropina bovina, fantástica ferramenta para aumentar a produção de leite. 
Foi, para mim,  um momento maravilhoso, poder acompanhar e colaborar com a introdução desse produto no mercado, uma categoria nova, revolucionária, que, acreditava, mudaria para melhor as perspectivas da humanidade.

As plantas geneticamente modificadas, começando pela soja, maior fornecedora de proteínas desse planeta, melhoraram e aumentaram a produção de alimentos. E também baratearam seus custos de produção em termos reais. 

Ao mesmo tempo, propiciaram a prática de uma agricultura com menor dispêndio de energia para a produção de alimentos... Não na mesma quantidade, mas em quantidades maiores! Mais alimentos com menos energia no sistema de produção.



Uma marca atacada

Infelizmente, porém, forças diversas e espalhadas por muitos países atacaram esses desenvolvimentos desde o começo. Tal como ocorreu quando as primeiras vacinas chegaram ao mercado.
Os ataques foram fortemente concentrados na Europa Ocidental e permanecem.

Pessoalmente, acredito que o fato de a empresa ser americana em muito contribuiu para a violência e persistência dos ataques.

Sempre acreditei e sigo acreditando que há um fundo político por trás deles. Assim como há distorções e informações erradas. Erradas e propositais.

A dar-se crédito ao que dizem os detratores, as autoridades de saúde e ambiente dos Estados Unidos da América são tão ignorantes quanto venais. Não vou me alongar nisso tão grande é o absurdo dessa ideia, e quem tem um mínimo conhecimento do que seja a América, como os americanos se referem ao seu país, entenderá a grandeza desse absurdo.

Agora, com a Monsanto extinta e existindo somente a Bayer, acredito que haverá uma mudança no teor e na intensidade dos ataques. Certas coisas não morrem ou morrem devagar demais, como o nacionalismo cego e exacerbado, ainda que sob mil disfarces moderninhos e de nomes sonoros e bonitos.
E vazios.



A Monsanto me deu muito mais que conhecimento.
A Monsanto me deu uma segunda família.

Conheci e trabalhei com pessoas maravilhosas, com as quais aprendi e com as quais ainda hoje convivo. Aliás, convivemos. Os “ex-Monsanto” têm muito em comum, começando pelo amor à companhia e, também, não se assustem, gratidão.

Sim, sou grato à Monsanto pelos anos que lá vivi e pelo que aprendi.



Podem eliminar o nome, mas o plantio direto está aí e as plantas transgênicas também.

Pessoas comem, o solo segue protegido, os rios que atravessam imensas áreas agrícolas continuam cristalinos.

Nisso tudo tem o dedo da Monsanto e de todos que nela trabalharam, no Brasil e em todo o mundo.


Bom... Sim, eu sei que é meio bobo, meio cafona, meio sei lá o quê... E estou me lixando, por isso vou terminar esse texto dizendo o que está no meu coração:

Monsanto, eu te amo. Obrigado por tudo.



4 comentários:

Sergio Negrini disse...

Emerson, uma análise simples, única e objetiva, como é de seu modo de colocar no papel, palavras que todos nós, ou a maioria de nós, ex Monsanto, gostaríamos. Obrigado, meu amigo, por externar tão claramente nosso pensamento.

yosabrams0918 disse...

Youre so cool! I dont suppose Ive learn anything like this before. So good to search out someone with some original thoughts on this subject. realy thanks for starting this up. this web site is something that's needed on the net, someone with a little bit originality. useful job for bringing one thing new to the internet! free online casino slots

Ernandes Simião disse...

Lindo e verdadeiro Texto, nos trás lembranças maravilhosas .
Parabéns Emerson

Anônimo disse...

A Monsanto e o Roundup , construíram um legado com plantio direto, que sempre será lembrado. A Monsanto sempre foi uma empresa de vanguarda no aperfeiçoamento de profissionais, pois conceitos de gestao que vêm sendo adotados hoje por grandes empresas, aprendemos na Monsanto a 30 anos atrás. Sou muito grato a esta empresa..