segunda-feira, outubro 13, 2008

Por KASSAB. Contra o PT.




Curto e grosso, repito o título:



Por KASSAB. Contra o PT.



Há momentos na vida que tomar uma posição clara e inequívoca é fundamental.


Assim agi no início dos anos 70, adolescente ainda, ao começar a militar contra o regime militar. Era preciso tomar uma posição, assim pensava, e tomei a única que me pareceu correta, decente e, sobretudo necessária.


Em 1985, Tancredo eleito, cortei abruptamente minha militância política. Tinha dedicado a ela 14 dos melhores anos de minha vida.


PSDB formado, encontrei nesse partido um ideário e pessoas com os quais afinava.


Curiosamente, mesmo durante a militância no velho Partidão, ou talvez justamente por isso, nunca gostei de boa dos petistas e suas artimanhas. O comportamento purista e arrogante de quem sempre se achou dono da verdade, de quem sempre se achou superior aos demais mortais e partidos, nunca me agradou. Essas certezas e verdades absolutas são tão verdadeiras quanto uma nota de sete reais. Nem vou me alongar nesse nhenhenhém, pois todos conhecem as histórias incríveis de corrupção que envolvem esse partido e muitos de seus principais cabeças. Só de pensar no sucesso estrondoso do filho do presidente... Recolho-me à minha insignificância de pequeno e empobrecido empresário. Claro, pequeno e empobrecido porque faltou-me a genialidade e tino empresarial do jovem filho do presidente, ele próprio o genial guia condutor dos povos do Terceiro Mundo e outros mundos. O DNA é bom.

Pois bem, você deve estar se perguntando que bicho me mordeu para aparecer com esse texto tão carregado de irritação, de raiva, de asco – ops, asco é para daqui a pouco, estou colocando a ânsia de vômito na frente da indignação moral.




Uma manhã de domingo estragada



Ontem de manhã, estava indo e vindo entre o curral e a cozinha, dando umas olhadas no Globo Rural , quando peguei inteirinho um anúncio do PT - mas não assinado pelo PT, tinha umas letrinhas na assinatura... - contra o Kassab (minha Sky no sítio recebe imagens de São Paulo).

Ok, tudo normal, nada a objetar. Estamos em campanha de segundo turno e é normal, até, um candidato atacar o outro. Dentro de certos limites, é claro.


O comercial em questão é uma sucessão de perguntas, a maioria de uma cretinice a toda prova. Normal, também, partindo de quem partiu, uma vez que cretinice e petismo costumam andar juntinhos, quando um não é sinônimo do outro.


Nada de novo no front, portanto.


E assim foi até a última pergunta, que não era um exemplo de cretinice.

Era um exemplo de canalhice, baixeza, torpeza, um exemplo cristalino de preconceito, uma pergunta nojenta, bem de acordo com o caráter desse partidinho e seus dirigentes.

A pergunta:

"Kassab é casado?"

Uma pergunta com a clara intenção de denegrir a imagem de Gilberto Kassab. Cujo estado civil, aliás, não só ignoro como tampouco me interessa. Meu interesse está centrado em sua administração, que não é exemplar, nenhuma é, mas é excelente dentro das possibilidades que tem um prefeito dessa megalópole espoliada desde sempre, desamparada do poder federal, o mesmo que leva embora a maior parte do que a cidade gera.


Essa canalha, hoje no poder federal e em vários outros, gritou por anos e anos contra os preconceitos, todos eles.


E agora, como se fosse necessário, esses caras, essas figuras que se autodenominam impolutas e sei lá que mais, revelam sua verdadeira face.

O irônico, se assim se pode chamar, é que o preconceito aparece enrustido, calhorda, sem vergonha, justamente na campanha de Dona Marta Suplicy, a mesma que celebrizou-se por atitudes opostas e palavras opostas – todas falsas, vê-se agora. Aliás, seu único trabalho como parlamentar, a rigor, foi apresentar um projeto liberando o casamento civil entre parceiros do mesmo sexo.

O PT superou-se.

Na canalhice.

Kassab ganhou no primeiro turno, surpreendendo petistas e a parcela burra e sem visão do PSDB.

Na abertura da campanha para o segundo turno, as pesquisas apontam para ele uma vantagem brutal.

Vai ganhar?

Sei lá, ainda mais com Lula, ou lulla da Silva, ao gosto de quem lê, apelando para os sacrossantos evangélicos em verdadeira cruzada contra Kassab.


Esse comercial nojento e preconceituoso dá bem o tom da campanha petista em prol de Dona Marta, também conhecida por Martaxa, e mais não falo.

Uma coisa é certa: eu estou em campanha por Gilberto Kassab.

Espe
ro que o povo da minha cidade varra o lixo petista para longe, para bem longe de sua marca mais ou menos consolidada de um terço do eleitorado.





Aos leitores deste Olhar Crônico não peço desculpas por nada do que escrevi, tampouco pelo tom. Como eu disse no início, há momentos na vida em que tomar uma posição clara, cristalina, inequívoca, é fundamental. Por isso, não peço desculpas, mas conto com a compreensão de vocês.





Em tempo: minha crítica tem como alvo claro as cúpulas petistas, e não só de agora. Na militância há muita gente boa. Algumas dessas pessoas são amigas de longa data.



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segunda-feira, outubro 06, 2008

Beleza é fundamental


Beleza é fundamental, sim.


Estava certo o poeta, embora essa frase deva ser tomada pelo sentido mais amplo e não meramente pelo físico, pelo estético. Nesse texto, porém, ela deve ser tomada pelo seu significado mais imediato: a beleza física.


Mas não estou me referindo a nenhuma mulher, se bem que o foco dela não só tem características femininas, como merece ser tratada como uma mulher. Falo da cidade de São Paulo, a minha São Paulo, que ontem, para surpresa de todos, inclusive eu mesmo, deu ao prefeito Gilberto Kassab o primeiro lugar na eleição, à frente da ex-prefeita Marta Suplicy e do ex-governador Geraldo Alckmin.


E o que tem a ver beleza com os votos de Kassab?


Muito, tem muito a ver.


Quando foi indicado para ser o vice de José Serra, eu fui um dos muitos, inúmeros paulistanos que chiaram uma barbaridade. Não queria um cara do PFL, queria um cara do próprio PSDB, alguém afinado com Covas, Serra, Fernando Henrique e o Alckmin. Tivemos, porém, que engolir o Kassab.


Tão logo Serra deixou a prefeitura e assumiu o governo do Estado, o prefeito começou a botar suas manguinhas de fora e logo de cara apareceu com um tal de Cidade Limpa.

Antes de ler o projeto já saí criticando, felizmente, apenas para mim mesmo. Tão logo li, achei legal, mas achei que não passaria de um factóide.


Pobre cidade de São Paulo.


O tempo passou.


O Cidade Limpa “pegou”, apesar dos protestos, apesar das liminares, apesar das lutas políticas, apesar de um monte de coisa, “pegou”.

De repente, a velha cidade de São Paulo estava visível, não mais escondida por outdoors, painéis gigantes, luminosos berrantes e horríveis, nada mais disso.

Lá estava ela, bonita, em muitos lugares, em outros nem tanto, mas pelo menos, limpa.


Beleza e limpeza.


Comecei a ter prazer em ficar alguns minutos parado no trânsito, olhando fachadas há muito escondidas, vendo ruas e avenidas sob uma nova perspectiva, sem anúncios espalhafatosos. A Avenida Rebouças, conhecida íntima de muitos e muitos anos, estava de novo bonita, agradável de ver.


Dei-me conta, então, que tínhamos um prefeito de fato.


Tínhamos alguém preocupado com a cidade, com seu funcionamento, sua aparência, claro, afinal, como disse o poeta, beleza é fundamental.


Até que li que a Prefeitura contribuía financeiramente com o Rodoanel. Fantástico.


E com o Metrô!


Que coisa incrível!

Um prefeito que enxergava muito além de seu curto, curtíssimo mandato.


Claro, muita coisa há para resolver, ainda.


E assim continuará por décadas.


Não haverá prefeito capaz de executar milagres na condução dessa cidade. Na vida real, a vida que vivemos, essas coisas levam tempo, são negociadas, interesses adversos têm que ser vencidos ou negociados, por aí vai.


Mas saber que, finalmente, tínhamos um prefeito trabalhando de verdade em prol da cidade, deu outro ânimo.


Algumas vezes, também, tive a oportunidade de ver o prefeito sentado a dois ou três metros apenas, no Morumbi, assistindo a um jogo do São Paulo. Sem seguranças, sem entourage, sem frescuras. Quieto lá em sua cadeira, curtindo alguns minutos do jogo sem ninguém para atrapalhar.

Ainda bem que o pessoal em volta sente a mesma coisa e respeita o direito dele ver o jogo em paz.


Gostei disso, também.

Desse despojamento, dessa falta de pompa e séquito.


Votei nele, é claro.


Aqui em casa todos votamos nele.


Voto de cabresto, claro.


O cabresto correto, porém, melhor chamado de “cabresto”.


Votamos porque vemos uma cidade mais bonita, mais gostosa, porque sabemos que ele está trabalhando e fazendo, bem ou mal, o que está dentro de suas possibilidades para melhorar em alguma coisa a vida nessa metrópole, parte maior de uma megalópole que caminha para os 22 milhões de habitantes e que vai bater quase 25 milhões quando formar uma grande unidade com Campinas.


Absurdo, mas inevitável.


Agora virá o segundo turno.


Estou convicto que ele vencerá a candidata do presidente da República e seu partido.

Quero muito isso, tanto que de forma alguma perderei essa eleição.

Farei questão de depositar, ops... de marcar meu voto na urna eletrônica.


E, somente então, desejar ao prefeito mais 4 profícuos anos à frente da cidade de São Paulo dos campos de Piratininga.



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